Mãezinha Querida
Relembrando 13 de Maio de 1917 - Fátima
(Mãe Maria)
Mãezinha querida,
Lembro-me de ti, quando acordei para recordar. Debruçada ao meu berço, cantavas baixinho e derramavas no meu rosto pequeninas gotas de luz, que, mais tarde, vim a saber serem lágrimas. Aconchegaste-me ao colo, como se me transportasses a brando ninho, e, desde então, nunca mais me deixaste. Quando os outros iam à festa, velavas comigo, ensinando-me a pronunciar o bendito nome de Deus... Noutras ocasiões, trabalhavas, de agulha aos dedos, contando histórias de bondade e alegria, para que eu dormisse sonhando... Se eu fugia, quebrando o pente, ou se voltava da escola com a roupa em frangalhos, enquanto muito gente falava em castigo, afogavas minhas mãos entre as tuas ou beijavas os meus cabelos em desalinho. Depois cresci, vendo-te ao meu lado, à feição de um anjo entre quatro paredes... Cresci para o mundo, mas nunca deixei de ser, em teus braços, a criança pela qual entregaste a vida. E, até agora, dia a dia, esperas, paciente e doce, o momento em que me volto para teus olhos, sorrindo para mim e abençoando-me sempre, ainda mesmo quando os meus problemas te retalhem o peito por lâminas de aflição!... Hoje, ouvi a música dos milhões de vozes que te engrandecem... Quis apanhar as constelações do Céu e misturá-las ao perfume das flores que desabrocham no chão, para tecer-te uma coroa de reconhecimento e carinho, mas, como não pudesse, venho trazer-te as pétalas de amor que colhi em minh’alma. Recebe-as, Mãezinha!... Não são pérolas, nem brilhantes da Terra... São os lágrimas de ternura que Deus me deu para que te oferte o meu próprio coração, transformado num poema de estrelas.
Meimei
Francisco Cândido Xavier da Obra: O Espírito da Verdade. |
sábado, 23 de junho de 2012
MÃEZINHA QUERIDA:
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