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quinta-feira, 28 de novembro de 2013

PERDA DE UM ENTE QUERIDO:




A dor causada pela perda dos entes queridos atinge a todos nós com a mesma intensidade. É a lei da vida, a que estamos sujeitos. Quando nascemos, nossa única certeza absoluta no transcorrer da vida será a de que um dia morreremos. Não há como fugir a esta realidade. A morte não faz parte de nossas preocupações imediatas. Vamos levando a vida sem pensarmos que um dia morreremos, aí, quando menos esperamos, ela nos bate à porta arrebatando-nos um ser amado e então, sentimo-nos impotentes diante dela e o pensamento de que ”nunca mais a verei”, aumenta mais nossa dor.
Algumas pessoas sentem com maior intensidade a perda do ente querido, demorando a se recuperar da dor pela partida. Principalmente, se a morte ocorreu repentinamente, de uma forma brusca, como acontece em desastres ou através da violência.
Com a perda, vem a tristeza e a revolta. Então, vem a procura, a busca de um consolo que possa realmente acalmar e levar um pouco de tranqüilidade ao espírito, e vem a indagação que tanta angústia traz ao coração: “Onde poderá estar agora? Só queria saber se ele(a) está bem, como se sente.”. Começa, então, a procura por notícias, o afã de saber o paradeiro daquele que se foi para nunca mais, segundo a visão acanhada que se tem de “vida” e de “morte”. A possibilidade da comunicação com o ser querido leva muitas pessoas a desejarem, a todo custo, uma mensagem, uma palavra que possa proporcionar-lhes a aceitação do ocorrido ou que lhes minore a enorme saudade que sentem. A mediunidade não deve ser encarada como um dom nosso, e sim, um dom, a nós, dado por Deus, uma ferramenta de trabalho em benefício não só do próximo como do próprio médium, pois se bem utilizada é uma ponte para a evolução de nosso ser. A desencarnação requer um período de adaptação ao mundo espiritual a que o espírito se submete com a ajuda de amigos espirituais abnegados. E se ele estiver ainda no estágio de adaptação, tais comunicações poderão mostrar-se inadequadas para o momento que ele atravessa, portanto, requerendo um período bem maior para que possa realizar-se com mais eficácia. Muitas vezes, os espíritos dos entes queridos vêm nos visitar e nós não damos por isso, ou mesmo, durante o sono, nosso espírito vai se encontrar com o dele(a), vai visitá-lo, e não guardamos lembrança de nada, a não ser uma saudade, uma lembrança dele que não sabemos nem porque nos vem tão repentinamente.
Sabemos através dos ensinamentos espirituais, que todos nós ao fecharmos nossos olhos para a vida material e nos transferirmos para a vida espiritual, ficaremos num sono, numa espécie de torpor, recebendo todo o amparo e ajuda de equipes espirituais para nos desfazermos das vibrações materiais com maior rapidez. Então, esse período para o espírito é de fundamental importância, requer daqueles que ficaram, o amparo da prece e de vibrações de amor e de que seus sofrimentos não ultrapassem aquele da saudade, sem extrapolar para a revolta com os desígnios de Deus.
Mas, esses irmãos não ficam sozinhos nunca. É preciso que saibamos disso: os espíritos responsáveis por eles estão junto esperando que as vibrações materiais mais grosseiras se desfaçam, cuidando com todo o carinho para que eles possam se adaptar ao novo estado.
Abra o seu Coração para DEUS, apenas Ele poderá te ajudar... A saudade é grande, mas deve-se pensar que esteja onde estiver, estará bem, melhor que aqui, e ao lado de DEUS nosso Pai!!!


COM CARINHO



FERNANDA ZUCCHI

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O QUE FAZER QUANDO O ANIMAL MORRE?




Yahoo Contributor Network - Érica e Cailín no início de julho



Em média, os cães vivem por aproximadamente 12 anos, mas existem casos de animais que chegam aos 20 anos de idade e sem problemas de saúde. A única certeza que se tem é a de que um dia chegará o momento em que o dono terá que dar adeus ao seu companheiro. Durante os anos de convívio, criam-se muitos laços afetivos com o animal, fazendo com que esta hora seja muito dolorida.

Segundo a psicóloga Carolina Torres, no caso de crianças que passam pouco tempo com os pais ou de adultos que optam por não ter filhos, o drama vivido ao perder o cachorro é similar a morte de um parente próximo. O luto neste caso passa pelas 5 fases: negação, raiva, tristeza (que pode chegar a depressão), culpa e a aceitação da perda. No caso das crianças, o ideal é dar a oportunidade para compreender o que está acontecendo com o animal. Normalmente as crianças reagem com mais naturalidade do que os adultos, dando carinho, tendo compaixão, sem culpa ou pena, sendo até mais cuidadosas nos últimos momentos de um bichinho do que alguns adultos conseguiriam ser.

A professora de Inglês, Érica Pucci, viveu este triste momento recentemente quando perdeu a sua pitbull Cailín. A cadelinha de Monte Verde que foi vítima de maus tratos e vivia na rua, apesar de ter 'donos', foi adotada por Érica em 2010. Ao longo de quase três anos as duas tornaram-se inseparáveis. Em julho deste ano, por conta de uma cirurgia para a retirada de um tumor, Cailín pegou uma bactéria oportunista que provocou falência renal. "Ela precisou ser eutanasiada, o que me causa grande culpa até hoje. Estava tão abalada com a situação toda, que não me recordo bem como foi a decisão de permitir ao veterinário que a prefeitura a levasse e não fazer a cremação particular ou enterrá-la. Outro arrependimento esse". Tanto Érica quanto seu outro cão, Pacheco, sofreram muito com sua ausência. E pensando nele, outros dois cães foram adotados.

Não é somente o lado psicológico que precisa de auxílio nessas horas, o lado burocrático também merece atenção. A veterinária Geovana Angelico explica as opções que existem para este momento: "Se seu animal morrer em uma clínica, cabe ao veterinário informar ao dono as possibilidades que ele tem. Alguns locais particulares até oferecem o serviço de remoção e salas para velar o animal. E para quem pensa em enterrar o cão no quintal, um aviso: este procedimento pode contaminar lençóis freáticos, solo ou até transmitir doenças". Confira quais são os serviços oferecidos gratuitamente e os pagos:

Cremação coletiva da prefeitura
O que fazer? - Leve seu animalzinho até uma clínica veterinária que aceite encaminhá-lo para o Centro de Zoonoses. Algumas clínicas cobram taxas para receber e armazenar estes animais, mas o serviço de cremação é gratuito.O que é feito com o animal? - Os animais são colocados juntos em um incinerador (como os usados em cremações humanas) e no final do procedimento as cinzas são descartadas. Por ser uma cremação coletiva, os donos não têm a opção de ficar com as cinzas de seu pet depois.

Cremação particular
O que fazer? - Ligar para o estabelecimento especializado e pedir a remoção (caso necessário), ou levar o animal até o local. Algumas empresas possuem planos em que o pagamento pode ser parcelado com o animal ainda em vida.O que é feito com o animal? - Depois de ser velado, o cão é levado ao incinerador. Após o procedimento, o dono recebe as cinzas em uma urna - escolhida dentre uma enorme variedade de modelos, tamanhos e preços. Os preços, apenas da cremação, podem variar entre R$ 500,00 e R$ 1.300,00.

Enterro
O que fazer? - Ligar para o estabelecimento especializado e pedir a remoção (caso necessário), ou levar o animal até o local. Algumas empresas possuem planos em que o pagamento pode ser parcelado com o animal ainda em vida.O que é feito com o animal? - Depois de ser velado, o cão pode ser sepultado com caixão de madeira, papelão tratado ou manto de algodão (pode ser um lençol). O local recebe uma lápide com o nome, data de nascimento e morte do animal e o jazigo recebe jardinagem completa. O valor varia entre R$ 900,00 e R$ 1500,00 e a manutenção anual fica em aproximadamente R$ 130,00.

Projeto de lei autoriza o sepultamento de animais em cemitérios públicos
Este projeto de lei, de autoria dos vereadores Roberto Tripoli (PV) e Antonio Goulart (PSD), prevê que o animal de estimação possa ser enterrado no jazigo ou túmulo de cemitérios municipais, desde que sua família humana tenha um.

Como consta no projeto: "Os animais domésticos atualmente são considerados membros das famílias humanas, principalmente os cães e gatos, com os quais as pessoas mantêm estreitos vínculos afetivos. Quando um deles vem a falecer, além do extremo sofrimento da perda, as pessoas em geral se desesperam sem saber para onde destinar o cadáver".

O vereador Tripoli ainda acrescenta: "Não vai ter nenhuma cerimônia, não vai ter velório, apenas o sepultamento. Se o dono do animal e do jazigo quer assim, devemos atendê-lo. Se o animal é o melhor amigo em vida também pode ser na morte".Urna em mármore disponibilizada pelo estabelecimento Pet Memorial em São Paulo.

MÃES ÓRFÃS:


Como viver com a perda dos filhos
Antonio Carlos Prado


“Eu sempre quis ter outro filho, mas não é um plano para daqui a nove meses”
Ana Carolina, mãe de Isabella

Ser mãe é padecer no paraíso, quanta alegria e celebração à mulher que pode dizer isso – ela é mãe de filho vivo. Mãe de filho morto é mulher que desce ao inferno da dor, do desespero e da depressão. Sua vida, de céu não tem nada, há apenas um quedar-se insone, ansioso e impotente diante de um destino que não pode mudar. Se mães pudessem pressentir a morte inesperada de filhos, em crimes e acidentes, ou salvá-los de morte anunciada por enfermidade que vai se estendendo, simbolicamente tentariam aquilo que é fisiologicamente impossível: pelo mesmo e agora já inexistente cordão umbilical, através do qual os colocaram no mundo, os trariam de volta ao aconchego do útero. Sim, é nele, útero, que a constante dor emocional da morte, quase sempre psicossomatizada, lateja fisicamente. Psicólogos afirmam: “Muitas mulheres, ao perderem suas crianças, sentem pontadas no útero” – útero que já foi preenchido pelo feto, feto que virou filho, filho que virou sepultura. “A dor não passa jamais”, diz Luciana Mazorra, psicóloga clínica e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. “Emocional e fisicamente, é como se ela fosse mudando de lugar e machucando a mãe em espaços diversos.” Assim fala a teórica. Assim confirma a mãe enlutada Ana Cristina de Freitas Rocha, que perdeu em São Paulo a sua “querida Tatiana”, vítima de uma broncopneumonia aguda que fez seu abdômen doer numa quinta-feira e seus olhos cerrarem para sempre já no sábado seguinte: “O falecimento de filho é dor que dói na alma e no corpo.” Ana Cristina explica que “não há superação”, mas tão somente adequação de seu dia a dia ao sofrimento.


Ela trabalha em uma empresa de informática, gerenciando a área comercial, cuida da casa sozinha e atua voluntariamente na Associação Brasileira de Apoio ao Luto. É a essa função que dedica a maior parte de sua energia e tempo, coordenando um grupo de autoajuda e visitando mães enlutadas. Igualmente em outro ponto concordam especialistas em luto materno e mulheres que mirram em seu cotidiano na ausência do ente mais querido: “Às vezes, passase a vida inteira acreditando que o filho não morreu.” Há uma razão para isso, pendulando entre a filosofia e a biologia, essas duas áreas do conhecimento que são, também elas, mães – preciosas mães do entendimento da condição humana: existem na vida dois fenômenos irreversíveis, ou seja, a maternidade e a morte. A mulher é uma mulher e quando dá à luz passa a ser uma mulher-mãe. Se seu filho morre, ainda assim ela continua sendo mãe. Novamente aqui, reforça-se a tese com uma fala dolorida: “Não existe ex-mãe”, diz Maria José Amaral, que chora a falta de sua filhinha, Carolina, morta num acidente de carro na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, às vésperas de um Natal. Hoje ela mora em Brasília, tem um companheiro e escreve livros de contos baseados em experiências como a que ela amargou. Tentou ter outro filho, mas teve de abortá-lo porque o feto apresentava hidrocefalia e agora se resignou: não vai ser mãe novamente.


A DIFICULDADE DE OLHAR NO ESPELHO

Recentemente, duas mães que perderam seus filhos, crianças inocentes nas mãos de assassinos, tornaram-se involuntariamente símbolos da dor que devasta física e psiquicamente outras tantas mulheres, todas órfãs às avessas, digamos assim, de seus pequenos que partiram. Uma dessas mulheres é Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella, trágica história que a mídia contou exaustivamente. A outra é Rosa Cristina Fernandes Vieites, mãe do garotinho João Hélio, que, preso ao cinto de segurança, mas com o corpinho fora do carro, foi arrastado na rua ao longo de sete quilômetros pelos assaltantes que fugiam com o automóvel de sua mãe. Rosa não dá mais entrevista porque um dos assassinos já se encontra em liberdade no Rio de Janeiro – e só três anos se passaram. Quanto a Ana Carolina, ela declarou em entrevistas que pensa em ter outro filho, projeto que não inclui os próximos nove meses. Teve de mudar de endereço em São Paulo (na garagem de sua ex-residência está instalada uma malharia que pertence a seus pais, segundo uma ex-vizinha), acorda cedo para trabalhar e brinca bastante com os sobrinhos. Ainda no campo da violência, é significativo na dor o sentimento da advogada carioca Zoraide Vidal. A sua filha, Ludmila, que era policial, estava grávida quando foi assaltada, torturada e morta.

Hoje, uma Zoraide essencialmente triste continua advogando e auxilia a polícia em trabalhos comunitários no Morro do Borel. Para todas essas mães a vida muda naquilo que é mais perceptível, ou seja, na rotina, na saúde, no ânimo e nos projetos. Mas muda também, e em doses alucinantes de padecimento, naquilo que é inconsútil, mas se torna marcado para sempre: a alma. “É como se a minha Ludmila estivesse agora eternamente na chuva, desamparada e desprotegida”, diz Zoraide. “E eu preciso protegê-la, acolhê-la. A sua última frase para mim, em vida, foi a seguinte: se eu morrer hoje, só volto para o mundo para ser filha da Zoraide de novo.” Ela prossegue: “Onde está a minha Ludmila para eu abraçar, cuidar, beijar? É como amputar um braço, não se recupera mais. É uma dor que é um buraco que nada preenche.” Falou-se em alma da mulher-mãe, falou-se no desejo impotente de amparar o que já é inerte e assim faz-se necessário voltar-se aqui à teoria do luto. O que é essa alma? Como se dá o processamento da irreversível perda? O projeto de maternidade, bem como a maternidade consumada, é para a mulher uma espécie de “prolongamento de seu ego”, assim ensinou humanidade o criador da psicanálise, Sigmund Freud, e dois de seus mais geniais seguidores – embora tenham rompido com o mestre no andar da carruagem do conhecimento humano – Melanie Klein e Jacques Lacan. Pode-se dizer, mesmo, que “é um ato narcisista da mulher e na criança ela vai projetar a si própria, o que não quer dizer que não a ame profundamente e para sempre”. Assim, quando o filho morre, três dores se sobrepõem. Em primeiro lugar, o “espelho-lago da mitologia de Narciso”, presente em todos nós, se parte e muitas mães órfãs mal conseguem olhar-se de fato num espelho de verdade. “Eu não conseguia no início olhar no espelho, o meu olhar sangrava a minha alma”, diz Ana Cristina. “Fiquei oca.” Em segundo lugar, a morte do filho interrompe toda a perspectiva de futuro que a mãe nele depositara, inclusive o futuro de ver seus genes se fortificarem e se perpetuarem – essa é parte emocional e novamente não tangível, mas contam também os projetos visíveis de vê-lo estudar, viajar, fazer dele uma pessoa e tê-lo como uma grande e constante companhia. Com ele vivo, o mundo é uma escada rolante subindo; se ele morre, nem se pode dizer que essa escada rolante pare. Na verdade, ela desce despencando.

A CULPA POR ESTAR VIVA

“Ocorre uma inacreditável descontinuidade. Eu perdi meu presente e, sem presente, com a morte da minha filha Tatiana naufragou meu futuro”, diz Ana Cristina. Finalmente, a morte de um filho interrompe o inexorável, mas natural caminhar do tempo: estamos culturalmente preparados para assistir, primeiro, à morte de nossos bisavós, avós e pais – ou seja, daqueles que primeiro chegaram ao mundo. O falecimento do descendente, portanto, interrompe essa ordem estabelecida de vida e morte e a mulher-mãe enlouquece ao triste estilo dos incrédulos que não se cansam de perguntar “por quê?, por quê? por quê?”. “Dá culpa, muito sentimento de culpa”, diz a paulista Eliza Cristina Saravalli, mãe de Tiago, morto num acidente. Em seu caso, também a culpa, como se culpa houvesse, se desdobra em dois planos. “Para esquecer de um namoro terminado, eu o incentivei a dar uma volta no jipe que o matou.” Essa é a culpa concreta, se é que assim pode-se chamá-la. Mas há outra, novamente a da alma, a da ordem natural interrompida de nascimento, crescimento, envelhecimento e morte. Há o desespero que somente a desesperada sabe qual é. “Certa noite, voltando muito tarde de um baile, tirei os sapatos para entrar em casa para que o Tiago não visse a hora que eu estava retornando. Ele acordou e perguntou: mãe, essa cena não está invertida? Não sou eu que tenho de chegar tarde e você cedo?”, lembra Eliza. Agora, no angustiante luto cercado de símbolos, ela atravessa noites a fio se indagando o contrário: “Tiago, essa cena não está invertida? Não sou eu que tenho de estar morta e você vivo?” A despedaçada Eliza prossegue com ela trabalhando como cuidadora de idosos.

Criticada por alguns e apoiada por outros, ela voltou a dançar sempre que pode, atividade que funciona como terapia e entretenimento. Na subversão do tempo dos vivos e dos mortos, quando gente pequena morre antes de gente grande, ou na “traição do tempo”, como às vezes preferem definir essas mulheres enlutadas, já não vale o lugar-comum que repetimos e julgamos toda dor aplacar: “Dê tempo ao tempo que a dor passa.” Não. Para as órfãs de suas proles o tempo estanca e não há lenitivo; e entre aqueles que se especializam em cuidar delas é impossível quantificar um período de luto. “Perder um filho é o maior stress que o ser humano pode passar. Não dá para dizer quanto dura esse luto, ele pode ser eterno”, diz a psicóloga Éster Affini, especializada no atendimento desses casos. Luto eternizado e tempo estancado são vividos por Maria José da Cruz Ferreira. Ela está com 73 anos e sua filha única, Regina, morreu quando tinha 15. Nesse pesaroso intervalo de 37 anos, Maria José conserva o quarto da filha tal qual ele era. Na gaveta da cômoda, cadernos e provas do colégio; no armário, vestidos. “A caminha dela, a cadeira, o violão, os bichinhos de brinquedo, tudo igual”, diz a mãe. A certa altura da vida, se é que dá para falar em vida, Maria José e seu marido, José Roberto Ferreira, chegaram a cogitar um pacto de morte – os dois se suicidariam no mesmo instante. Eles não se mataram porque “nos voltamos para a fé em Deus e em Nossa Senhora, além do trabalho voluntário com jovens”, diz ela.

UM PÁSSARO CHAMADO TICO

A estrada da religiosidade, na verdade, é trilhada por muitas dessas mães. A mãe de Isabella já declarou que reza muito e volta-se para Deus. A mãe de João Hélio disse certa vez que segue a Igreja Católica e começou a assistir a palestras sobre espiritualidade dadas por psicólogos. A carioca Manoela Toledo, mãe de Luan que morreu de caxumba com 6 anos, primeiro blasfemou à maneira das desesperadas, depois, assegura ela, teve “uma vsão de Nossa Senhora, não com os olhos, mas com a mente”. E conta: “Antes de ver a Virgem, eu andava pela casa questionando Deus. A dor emocional era tanta que doía fisicamente. Eu me arrastava, curvada, ficava ajoelhada procurando cabelinhos de meu filho que poderiam estar no chão.” Cada órfã de filho empurra a vida, ou a reinventa em movimentos simples, com o vazio dentro de si. A paulista Luciana Leite, por exemplo, acaba de tatuar três corações no pulso e um pássaro no pé. Quando ela estava no hospital com seu pequeno Lucca, vitimado por doença degenerativa, “um pássaro visitava a gente todo dia e o Lucca chamava-o de Tico.” Luciana está trabalhando na área de comunicação de uma multinacional, voltou a namorar e cuida de seus dois outros filhos. A todas as mães órfãs entrevistadas ISTOÉ perguntou: – Que nome dar a essa dor? As mulheres-mães-órfãs choraram. As mulheres-mães-órfãs responderam: – Essa dor não tem nome.

Colaboraram: Cilene Pereira, Débora Rubin, Mônica Tarantino, Rachel Costa, Verônica Mambrini

A DOR E A PERFORMANCE:


A dor e a performance
(trechos do artigo de Joel Birman - O Estado de S. Paulo)

... no Rio de Janeiro, nos últimos meses alguns jovens de classe média alta se suicidaram de forma violenta e inesperada, causando uma grande comoção entre amigos e familiares. Portanto, a primeira questão que se impõe é por que tantos suicídios acontecem com jovens bem-sucedidos na atualidade. Isso não quer dizer, evidentemente, que não ocorram suicídios como esses em faixas etárias outras.

... é necessário o reconhecimento de que se trata de um fenômeno complexo, que exige uma reflexão que lance mão de um conjunto de saberes, para que não se caia numa banalização psicologista e psicopatológica desse acontecimento limite. Com efeito, é preciso aludir não apenas à teologia e à política, como também ao arsenal das ciências humanas.

... não se pode esquecer que o suicídio é um ato proibido por uma longa tradição religiosa no Ocidente, pois, se Deus nos concedeu a vida, só ele teria o poder de retirá-la.

...como se pode reconhecer, a interdição do suicídio conjuga intimamente uma dimensão religiosa com uma dimensão política, de forma que a vida seria regulada pelo poder de Deus e do Estado. Não é, pois, espantoso que o suicídio seja objeto de estigma, provocando horror na população em geral e nos familiares e amigos dos suicidas. No que concerne a isso, é preciso reconhecer que se a perda de alguém que nos é próximo, seja amigo ou familiar, nos é sempre dolorosa, a morte por suicídio é trágica. Com efeito, para esses casos a pergunta que sempre se impõe é se não poderíamos ter impedido o desfecho trágico, se não ficamos cegos e surdos aos múltiplos sinais enviados pelo sujeito. Portanto, a culpa é inevitável entre aqueles que foram próximos dos sujeitos que se mataram, culpa essa que vai marcar suas vidas. Enfim, se os suicidas tiveram que fazer a transgressão limite para realizarem seu ato fatal, pelos interditos religiosos e políticos que delineiam o campo dessa experiência, os familiares e amigos se sentem igualmente responsabilizados por não terem impedido o desfecho.

Foi na tradição individualista moderna que o suicídio se transformou num ato maldito. Em decorrência disso, a figura do suicida se transformou na figura do anti-herói e mesmo do covarde, isto é, daquele que não teve coragem para suportar os obstáculos que a vida lhe impôs. Por isso mesmo, nessa configuração antropológica o ato suicida foi transformado num sintoma grave de perturbação psíquica, associado principalmente à experiência da melancolia, mas podendo também ser inserido em outras psicoses.

Contudo, toda essa discussão na atualidade assume novos aspectos cruciais, considerando-se as condições psíquicas do sujeito na contemporaneidade. Assim, face à feroz competição generalizada que existe hoje no contexto social do neoliberalismo, em que a performance se colocou como um imperativo fundamental, a promoção de si mesmo se impôs como uma marca indiscutível da subjetividade contemporânea. Superar os adversários se transformou numa moral disseminada, implicando uma aceleração das formas de viver que são correlatas da aceleração do tempo que se impõe no fluxo das mercadorias e das informações em escala global. Nesse contexto, cada indivíduo se transformou numa microempresa para promoção de si mesmo e da venda de seus produtos, sejam esses materiais ou imateriais, numa multiplicação assintótica de suas performances.

Não é por acaso que o consumo de drogas, sejam essas lícitas ou ilícitas, se transformou numa forma de vida. Com efeito, por esse consumo os indivíduos procuram promover sua performance para estar à altura da competição frenética existente no espaço social. Face a esse excesso intensivo, o sujeito fica turbinado, mas, em contrapartida, nem sempre dispõe de instrumentos simbólicos para lidar com isso. Os efeitos disso são múltiplos, nas tentativas dos sujeitos de lidarem com tais excessos. Se esses forem descarregados sobre o corpo podemos reconhecer a origem das múltiplas doenças psicossomáticas na atualidade, assim como da síndrome do pânico.

Não é espantoso que as taxas de suicídio se incrementem nesse contexto, marcado pela incerteza e perplexidade. Além disso, não é inesperado que os jovens estejam mais expostos a esses processos, pois tendo que construir seus percursos no espaço de alta competitividade, muitos deles infelizmente sucumbem.

A VIDA DE QUEM FICA:



A morte desorganiza, deprime. Mas o luto tem começo, meio e fim. Nesse processo, a dor da perda se transforma em saudade, e a vida continua, com outro sentido.
Por Rosane Queiroz

Uma mulher vai até Buda com o filho morto nos braços e suplica que o faça reviver. Buda diz a ela que vá a uma casa e consiga alguns grãos de mostarda. Mas, para trazer de volta a vida do menino, esses grãos devem ser de uma casa onde nunca morreu ninguém. A mãe vai de casa em casa, mas não encontra nenhuma livre da perda.

A parábola budista explora a lição mais óbvia e mais difícil da vida. A dificuldade de encarar o fim como parte da existência é o que faz do luto uma experiên-cia tão assustadora. "A morte é sempre vista como um acidente de percurso ou um castigo divino", diz a psicóloga Clarice Pierre, especializada no atendimento de doentes terminais. Desde a infância o ser humano não é treinado para perder, mas para ter, acumular. "Os pais protegem os filhos das frustrações, e perder é essencial para entender que nada é permanente. E me refiro a perder desde jogos, até objetos e pessoas", diz Clarice.

Se o desapego budista é uma utopia, a preparação para encarar a morte de forma menos traumática é possível, e começa mesmo na infância. "Criança pode ir a velório e receber respostas honestas sobre a morte, em vez de explicações fantasiosas, como a de que a pessoa viajou ou virou uma estrela." No dia a dia, é preciso tratar as perdas como parte da vida. "Ensinar sobre a finitude ajuda a objetivar a existência, reduzindo a angústia existencial."

Os sintomas do luto são divididos em fases: choque, negação, raiva, depressão e aceitação. Nesse processo, a pessoa experimenta desinteresse pela vida, culpa, baixa auto-estima, angústia, revolta. A duração e a intensidade desses sentimentos vão depender do histórico de perdas da pessoa, e também do grau de relação com quem morreu (a perda mais dura seria a de um filho, pois quebra um ciclo "ilusoriamente previsível") e do tipo de morte. "Nas mortes traumáticas, acidente, suicídio, assassinato, pode haver uma fase de negação mais prolongada, a culpa e a revolta podem aparecer com mais intensidade", diz a psicóloga Maria Helena Bromberg, do 4 Estações, um centro de pesquisas sobre luto e atendimento a enlutados, em São Paulo.

"A princípio eu ia fazer uma loucura, queria matar ele, a família, todo mundo", diz o empresário Loudeber Castanho, 51, que perdeu a filha de 23 anos, assassinada a tiros supostamente pelo ex-namorado. O que o reteve e confortou foi "um lado espiritual" que a filha deixou. "Antes de morrer ela estava lendo 'Somos todos Inocentes', da Zíbia Gasparetto. Às vezes falava: 'Pai, dá uma lidinha no que eu sublinhei. E eu, na correria, não dava atenção. Depois, transtornado, comecei a rastrear as frases e a decifrar o que ela queria me dizer. Descobri que o espírito não morre. Foi a única coisa que me acalmou", diz.
Para superar o luto, é importante não sublimar a dor. "É para doer mesmo", diz Maria Helena Bromberg. Faz bem à família se reunir para chorar, conversar sobre o assunto, olhar retratos. Os rituais também ajudam, porque a recuperação é centrada na aceitação. "O velório permite que as pessoas se despeçam e que o enlutado seja reconhecido como tal", diz ela.

O período luto-casa dura cerca de dois meses. Aí cessam as visitas e a dor costuma piorar. É quando costuma ocorrer uma tentativa de resgatar o cotidiano anterior à perda, o que é impossível. A psicóloga Clarice Pierre diz ser importante, nesse estágio, se desfazer de objetos e roupas de quem morreu, e mudar hábitos. Muita gente muda de casa, de profissão, se engaja em uma causa.

Seis meses depois de perder a filha de 18 anos num acidente de carro, o casal Eduardo Carlos Tavares, médico, e Glaucia Rezende Tavares, psicóloga, se engajou na causa de amparo a enlutados. Criaram o grupo API -Apoio a Perdas Irreparáveis, que em um ano de existência reúne 37 casais, a maioria que perdeu filhos. Os encontros acontecem na casa de um dos integrantes, e são um espaço de expressão do luto. "Em muitas famílias, é tabu tocar no assunto. Mas à medida que falamos vamos nos transformando e ganhando força para retomar a vida. Depois de uma perda, ou a gente fica amarga, ou mais sensível. Nosso objetivo é adoçar a vida sem esquecer nem hipervalorizar a pessoa que se foi", diz Glaucia. Em São Paulo, o Grupo Fraterno, criado por três mães que há quatro anos perderam os filhos no mesmo acidente, se reúne semanalmente para estudar a doutrina espírita, trocar experiências e promover trabalhos sociais. "No grupo, quem está melhor, puxa o outro", diz Olga Braga de Araújo, 49, uma das mães. Os encontros chegam a reunir 80 pessoas.

De maneira geral, leva-se de um a dois anos para "elaborar a perda", no jargão dos especialistas. Nesse período vão ocorrer pela primeira vez as datas importantes: aniversário, Natal... Se os sintomas de luto persistem, é provável que a pessoa não esteja vivendo as etapas necessárias à superação. Freud, no texto "Luto e Melancolia", compara essas duas condições que encerram "o mesmo estado de espírito penoso, a mesma perda de interesse pelo mundo externo". Só que, no luto, diz Freud, "é o mundo que se torna pobre e vazio; na melancolia, é o próprio ego". Nos dois casos, existe uma oposição à realidade. Mas, no luto, "normalmente prevalece o respeito pela realidade", ou seja: uma hora termina e a alegria se torna, ao menos, possível.

O processo considerado "anormal" pelos especialistas tem duas reações opostas: ou a pessoa não sai do luto (é a mãe que arruma o quarto do filho, cultuando o morto todos os dias) ou nem sequer entra nele (a pessoa fica indiferente, não chora, age como se não tivesse acontecido). Nesse luto "adiado", a dor fica guardada em algum lugar "e um dia vem à tona", diz Maria Helena Bromberg.

Morte e transformação
A perda traz mudança de valores. "As pessoas passam a ter menos medo de errar, entendem que têm limites e vivem melhor o presente", diz a psicóloga Clarice Pierre.
Foi o que aconteceu com a decoradora Vitoria Herzberg, que há dez anos perdeu o filho Daniel, 18, de câncer. Ela diz ter passado por todas as fases do luto. "Ou você se envolve na vida, ou os vivos acabam desistindo de você."
Depois de três meses, Vitória retomou seu trabalho com decoração, mas, em meio a uma polêmica com um cliente sobre o tom de amarelo que forraria um sofá, viu que aquilo não fazia mais sentido. Largou a profissão. Há nove anos se dedica a orientar pacientes com câncer e seus parentes. Vitória diz que até hoje não se conforma com a ausência do filho, mas aprendeu a conviver com ela. "Antes eu perguntava: Por quê meu filho?. Hoje eu pergunto: Quem sou eu para não ser comigo?"

AS REPERCUSSÕES DO LUTO NO IDOSO:


O luto pode representar um processo de grande impacto no idoso, pois este traz consigo perdas pessoais e sociais decorrentes de a velhice ser estigmatizada como fase da invalidez ou da condescendência. Por isso, devemos considerar que trabalhar emocionalmente as perdas decorrentes de alterações físicas e isolamento social é complicado, e pior se associadas à morte do cônjuge e, principalmente, de um filho.

Os ritos de morte e de luto, importantes para o psiquismo, vêm sendo desconsiderados ou realizados rapidamente; porém, " para que a morte de um ente querido não assuma formas obsessivas no inconsciente é necessário ritualizar essa passagem" (Brasil Escola, s/d). A desconsideração formal ocorre tanto por parte da sociedade como da própria família, o que requer uma mudança de atitude do meio acadêmico, para que se traga à discussão o tema e então se possa efetivamente cuidar do enlutado, principalmente o idoso, desconsiderado em suas múltiplas necessidades, principalmente as emocionais.
Durante o processo de luto é importante avaliar que tipo de ajuda se faz necessária. É importante permitir a ritualidade do processo, que pode ser diferente entre culturas e pessoas, não sendo possível estipular um padrão de comportamento. A ajuda pode surgir de diferentes áreas, como a profissional, a leiga e, principalmente, a religiosa.

O idoso deve ser acompanhado e deve-lhe ser permitido tempo para reorganizar-se emocionalmente. Na fase inicial do luto ele pode ter necessidade de ajuda para atividades básicas da vida diária, pois " a máscara usada no funeral não pode mais ser mantida e é necessário que algum parente ou amigo próximo assuma muitos dos papéis e responsabilidades do enlutado, deixando-o livre para vivenciar o luto" (Parkes, 1998, p. 205)

A expressão emocional deve ser permitida abertamente, não se considerando a necessidade de medicalizar o fato. O enlutado deve ser livre para expressar seus sentimentos de raiva e angústia, que comumente ocorrerão para com aqueles que o ajudam, pois são os que mais estarão reafirmando a perda.
Importante considerar que " o enlutado tem uma tarefa dolorosa e difícil para realizar, que não pode ser evitada nem apressada. A verdadeira ajuda consiste em reconhecer o fato e permitir que ele se organize para que fique disponível para elaborar a perda" (Parkes, 1998, p. 205).

No idoso em processo de luto podem ocorrer alguns distúrbios, como os do sono e da alimentação, ou ainda manifestações somáticas, sendo comum falta de ar, aperto no peito, falta de energia, insônia, passividade, alucinações e ansiedade.
As alterações do sono podem estar relacionadas à somatização ou dever-se ao fato de que " durante o sono ou em períodos de atenção relaxada, as lembranças dolorosas tendem a invadir nossa mente e nos pegamos revivendo o trauma mais uma vez" (Parkes, 1998, p. 59).

João Batista Alves de OliveiraI; Ruth Gelehrter da Costa LopesII
IMédico. Mestre em Gerontologia
IIDoutora em Saúde Pública. Vice-Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC-SP

sábado, 16 de novembro de 2013

AFINAL, O QUE É PSICOGRAFIA?


Afinal, o que é psicografia?

A psicografia é um dos meios de comunicação utilizados pela espiritualidade para poder expressar-se com os vivos da Terra, pela escrita, através de uma pessoa que seja médium escrevente ou psicógrafa.

Conheça as modalidades:

Psicografia intuitiva: na mediunidade intuitiva, como o próprio nome diz, o “Espírito não atua diretamente sobre a mão do médium para escrever, mas sobre a alma. A alma, sob esse impulso, dirige a mão e a mão dirige o lápis”. O pensamento do Espírito é passado ao médium, cujo crivo depende exclusivamente dele - o médium (considerado como aparelho) -, em aceitar ou não o que lhe é transmitido. Muitas vezes o medianeiro emprega recursos pessoais, no que diz respeito ao seu conhecimento do vernáculo, para montar, adequar e expressar, no papel, o sentimento e os esclarecimentos prestados pela entidade. O Espírito sugere e o médium executa.

As palavras até poderão ser outras, mas o conteúdo da mensagem deve ser aquele pretendido pelo Espírito comunicante.

Psicografia semimecânica: aqui, o médium tem quase totalmente a consciência do que escreve. O controle do braço, através do sistema nervoso, não é completo por parte do Espírito comunicante, mas é parcialmente por ele coordenado.

Psicografia mecânica: já, nesta situação, o controle do Espírito comunicante é total. Ele assume os movimentos do braço e da mão, movimentando-os de acordo com seu interesse e necessidade, imprimindo a velocidade que pretender, sem que haja qualquer controle ou interferência do médium, que participa na condição de aparelho receptor. O Espírito não lhe fala nem lhe sugere, apenas escreve. A independência do médium em relação a essa modalidade de psicografia é tão forte, que ele, em havendo permissão para isso, poderá até entabular conversação com uma terceira pessoa, alheio ao que se passa consigo na psicografia, pois os movimentos para a escrita pertencem ao Espírito, que tudo controla.

Este é o caso em que a escrita e a assinatura obedecem naturalmente os traços de origem de quem transmite a mensagem.

A psicografia é um recurso prático e reconhecidamente o mais comum, inclusive da parte dos Espíritos, que dela se utilizam com a frequência e precisão necessárias.

Francisco Cândido Xavier (1910-2002), mineiro da cidade de Pedro Leopoldo, foi um dos mais consagrados médiuns brasileiros, e o que mais se dedicou aos sagrados momentos em que recebeu, do outro lado da vida, comunicações das mais diversas.

O mentor espiritual de Chico, que num desses felizes momentos, lhe disse que a ligação de ambos se perdia no tempo, assim se expressou: “Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos Espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida e o sentimento afetivo que me impele para o teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos...” [1], permanecendo junto a esse dedicado médium por um longo período, praticamente 75 anos dos 92 que esteve conosco.

Identificado pelo nome de Emmanuel, esse Benfeitor chegou a orientar seu tutelado quando este participava de reuniões de materialização, para que permanecesse preparado, sim, mas para trabalhos relacionados à psicografia.

E foi o que de fato ocorreu com Chico Xavier. Dedicou-se integralmente a esse belo trabalho de comunicação com o Mundo Invisível, circulando entre cá e lá em certos momentos especiais, como ele mesmo dizia.

Ao todo, foram pouco mais de 400 obras editadas, estando o médium ainda presente. E embora muitos estranhem os lançamentos feitos após a sua partida, em 30 de junho de 2002, essa situação justifica-se, uma vez que Chico recebia dos Espíritos informações que, no devido tempo, poderiam ser tornadas públicas, no todo ou ao menos parte delas, como temos visto em inúmeras obras novas.

A psicografia teve seu papel respeitável nos tribunais do país quando contribuiu para afastar a névoa impeditiva ao esclarecimento de tristes casos de homicídios, trazendo à luz informações desconhecidas, mas precisas. Somente pela mão de Chico Xavier, são atribuídos 7 dos 9 casos de mensagens registradas, que auxiliaram os jurados, os juízes e o próprio Ministério Público, encarregado de proceder à acusação, a reconhecer o farto, respeitável e convincente material apresentado para cada caso específico.

Mas foi na generosidade e no amparo aos corações debilitados pela ausência de entes queridos arrebatados pela morte que Chico Xavier abriu seu coração caridoso e dedicou horas e horas de cada dia em benefício do próximo, serenando a dor e o sofrimento deixados no ambiente familiar.

Foram editados mais de 100 livros com mensagens mediúnicas contendo apenas cartas aos familiares que clamavam por contato com o ente amado que os deixou por força maior. Além desse montante citado, incontável número de psicografias – algumas longas e outras resumidas, bilhetes até – foi entregue diretamente aos interessados presentes às reuniões, sem que fossem somadas aos trabalhos editados, na verdade, milhares delas, não anotadas para edição futura. Em suas viagens, onde o médium se fazia presente, as psicografias ocorriam em abundância.

Muito embora Chico Xavier tenha deixado muito claro que “o telefone somente toca de lá para cá”, há um grave equívoco da parte de leigos e até de algumas Casas Espíritas, no que diz respeito ao prazo ou ao período em que se pode pleitear uma mensagem desse outro lado da vida.

Na verdade não há, por assim dizer, prazo ao qual esteja sujeito o tempo favorável a esse contato. Não há vencimento nem prescrição nesse sentido.

Um Espírito, ao deixar o ambiente terreno através do processo da morte, somente alcançará em breve tempo o confortável sentimento de paz se estiver equilibrado e em harmonia com as alterações que ocorrem nesse difícil momento da vida de cada um.

Mas, independente das condições individuais, há comprovações deixadas por Chico Xavier mostrando que as mensagens podem ocorrer em qualquer época, tempo ou momento da vida.

Não somos nós que delimitamos o espaço de tempo aceitável para esta conquista, não nos esquecendo, porém, do lembrete de Chico Xavier: “o telefone somente toca de lá para cá”.



[1] Emmanuel, de Emmanuel, por Chico Xavier – FEB.

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

AMIGOS CURTAM NOSSA FANPAGE NO FACEBOOK!!!!



AMIGOS, ESTAMOS NO FACEBOOK TAMBÉM, ESTÃO TODOS  CONVIDADOS Á CURTIR NOSSA FANPAGE NO FACEBOOK, LÁ O NOME É:


MICHEL AMIGO BEIJA FLOR

DESDE JÁ AGRADEÇO O CARINHO E A ATENÇÃO DE TODOS OS QUE ACOMPANHAM O BLOG E QUE NOS DÃO, ALÉM DO PRAZER DE RECEBER A VISITINHA, DOAM  SEU CARINHO E ATENÇÃO, BEIJOS DE LUZ

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

UM NOVO DOMINGO DE SOL:



No vídeo acima veja o clipe "Um Novo Domingo de Sol", divulgado nas redes sociais, marcando um mês da tragédia de Santa Maria (RS). Sem cair na pieguice, músicos gaúchos homenagearam os 240 jovens mortos no incêndio da boate Kiss. Um acontecimento assim não tem nada que console ou explique os seus motivos, mas os artistas conseguiram passar uma mensagem de esperança e alento. Quase no final da música, com a voz grave que o deixou famoso, MC Jean Paul lê um texto muito bonito. Suas palavras não são apenas para quem perdeu um ente querido no desastre, mas valem para todos nós: "Nunca deixe para amanhã o que você pode fazer hoje, porque amanhã pode ser tarde demais. Se você ama alguém, diga para ela agora".


Como disse a colunista gaúcha Lis Aline Silveira, "uma vida pode acabar de uma hora para outra. Lembre-se disso antes de inventar motivo para brigar ou para não fazer as pazes com quem você gosta!".


Abaixo a íntegra da mensagem divulgada pelos músicos e cantores.



CARTA ABERTA


Sim, resolvemos tocar em um assunto delicado, uma ferida aberta que talvez em alguns corações nunca cicatrize. Mas nós precisávamos fazer alguma coisa, e fizemos com o que cada um de nós sabia fazer.


Esta mensagem tem apenas um objetivo: olhar para frente e procurar um novo domingo de sol. Sabemos dos riscos de má interpretação. Sabemos que para muitos esse domingo pode parecer impossível. Sabemos que tantas outras milhares de pessoas fizeram algo para ajudar. E esse foi o nosso jeito.


Famílias e amigos: esta mensagem é para vocês. Cantando, escrevendo, tocando, espalhando esta mensagem a gente quer levar à vocês um pouco de conforto. Nos primeiros dias, só falávamos disso. Hoje, 30 dias depois, a vida da grande maioria da população já voltou ao normal mas, a de vocês não. E talvez demore um tempo incalculável para o sol brilhar em um domingo.


A música tem os direitos livres. Sinta-se à vontade para usá-la para o bem, para confortar, para levar uma mensagem de carinho e esperança à quem quer que seja. Essa ação não é nossa, ela é das pessoas do bem.


Por fim, reitero em nome de todos que participaram deste projeto: nossa intenção é única e exclusivamente espalhar o bem, através de pessoas do bem. Todos que aqui estão doaram o seu dom profissional para que pudéssemos tornar essa mensagem uma realidade.


Um novo domingo de sol.

LIVRO FAZ VIAGEM AO FUNDO DA DOR:


A americana Joan Didion faz uma anatomia do sofrimento ao lembrar a morte do marido

Quintana, John Dunne e Joan Didion, em 1976: imagens que desbotam aos poucos

A escritora e jornalista americana Joan Didion estava aprontando o jantar quando seu marido, o também escritor John Gregory Dunne, tombou no chão do apartamento do casal em Nova York. Vítima de um ataque cardíaco, ele morreria na mesma noite – 30 de dezembro de 2003 –, ao dar entrada no hospital. Por essa época, a filha de Joan e Dunne, Quintana, estava internada em outro hospital, em coma após um choque séptico causado por uma pneumonia aguda. Cerca de dez meses depois da morte do marido, Joan Didion resolveu escrever sobre seu próprio drama familiar. Foi uma empreitada de risco: um tema tão pessoal e doloroso muitas vezes se torna um convite à autocomplacência e à franca pieguice. A autora, porém, encontrou o tom certo em O Ano do Pensamento Mágico (tradução de Paulo Andrade Lemos; Nova Fronteira; 222 páginas; 19,90 reais). E compôs uma admirável anatomia do luto.


O Ano do Pensamento Mágico guarda afinidades com Elegia para Iris, do crítico britânico John Bayley. São dois livros de devastadora sinceridade protagonizados por casais de escritores. Bayley, porém, não tratou da morte, mas sim da decadência física e mental da mulher, a escritora Iris Murdoch (ela morreria em 1999, pouco depois da publicação do livro). Com mais de 500.000 exemplares vendidos nos Estados Unidos, O Ano do Pensamento Mágico tornou-se o maior sucesso de público de Joan, que no entanto já era uma escritora consagrada pela crítica – o seu Play It as It Lays foi escolhido como um dos 100 melhores romances em língua inglesa dos últimos oitenta anos pela revista Time. "Eu tinha a sensação de que John estava comigo enquanto eu escrevia o livro", disse a autora a VEJA. "E não estou falando de nenhuma bobagem mística." É a esse tipo de sensação que o título faz referência: Joan, como muitos que enfrentam uma grande perda, viu-se assaltada por todo tipo de pensamento mágico. Mas forçou-se a uma disciplina racional, buscando informações sobre luto e morte em todo tipo de fonte – do clássico ensaio de Freud sobre luto e melancolia a um manual de etiqueta com recomendações para enlutados dos anos 20.


Surpreendentemente, ela afirma que a literatura sobre o luto é escassa. Um relato tão detalhado como o seu sobre a perda do marido – e sobre o calvário hospitalar da filha, que morreu pouco depois de Joan ter concluído a redação do livro – de fato não é um gênero comum. Mas a dor da morte é um dos temas mais constantes da literatura. Entre os poucos versos da poetisa Safo (século VI a.C.) que chegaram até os dias de hoje, há um fragmento curto mas pungente que fala de uma jovem que morre pouco antes de seu casamento, e das amigas que, conforme o costume grego, cortaram o cabelo em sinal de luto. No século XIII, Dante tratou, em prosa e verso, da morte de sua jovem amada Beatriz em Vida Nova. Ele encerrava essa obra breve prometendo que, em livros futuros, diria de Beatriz "o que nunca foi dito de mulher alguma". Cumpriu o prometido: na Divina Comédia, Beatriz aparece no Paraíso, cercada de luz. No extremo oposto dessa idealização arrebatada, teríamos a poesia de Augusto dos Anjos, brasileiro da virada do século XIX para o XX. Carregados de um bizarro léxico científico, seus poemas centram-se na realidade física da morte. Há um soneto sobre a decomposição do pai do poeta, e outro em que seu filho que nasceu morto aos sete meses de gestação é descrito como um "fruto rubro de carne agonizante". Não é leitura aconselhável para quem acabou de deixar um ente querido no cemitério.

Joan buscou alguns clássicos modernos em que se fala da dor. Ela não se lembrou das páginas de Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust, em que o protagonista sofre com a morte de uma avó querida, mas elogia a sensibilidade de um episódio de A Montanha Mágica, de Thomas Mann, em que o personagem perde a mulher. Sobretudo, ela aprecia Blues Fúnebres (poema que se popularizou ao ser recitado por um personagem do filme Quatro Casamentos e um Funeral), de W.H. Auden, com sua tristeza sem concessões: o sol pode se apagar e o mar secar, diz o poeta, porque nada mais poderá dar certo depois da morte do amado.



Menos pessimista, o herói de Sábado, do inglês Ian McEwan, oferece uma certa perspectiva de continuidade. O protagonista visita a mãe senil em um asilo e contempla a idéia de que em breve terá de fazer os arranjos para enterrá-la, porque é assim, afinal, que a vida segue. A passagem, por si mesma tocante, torna-se mais significativa quando se sabe que a mãe do próprio McEwan, morta alguns anos antes da publicação de Sábado, sofreu da mesma doença neurológica que afeta a personagem. É talvez uma superação do luto por meio da ficção. Será ilusório, porém, imaginar que a literatura traz qualquer consolo efetivo. A própria Joan não oferece nada do gênero em seu livro. Nas páginas finais, ela lamenta que a imagem de Dunne esteja se tornando aos poucos menos clara, mais embotada – ela lamenta, em suma, a superação da dor. Em meio às fórmulas banais de felicidade que se vendem nas prateleiras de auto-ajuda (inclusive nas duvidosas seções de "filosofia oriental"), O Ano do Pensamento Mágico é uma defesa da necessidade do sofrimento e do direito a ele.


A partir da revista Veja. Leia no original

terça-feira, 12 de novembro de 2013

A VIDA APÓS A MORTE DO CORPO:


– Em que se transforma a alma no instante da morte?

“Volta a ser Espírito, ou seja, retorna ao mundo dos Espíritos, que ela havia deixado temporariamente.” (Questão 149 de “O Livro dos Espíritos”- Allan Kardec.)

Incontestavelmente, a vida definitiva é a espiritual. Nossa existência corporal, na Terra, não passa de uma etapa de aprendizado. A vida na matéria, com seus ensinamentos e experiências, muito contribui para o progresso e evolução do Espírito, que ascende sempre a dias melhores e posição mais segura, ainda que, diante de tantas lutas e desafios, não tenha encontrado tais conquistas. É, sem sombra de dúvida, projeto para o porvir, que chegará para todos nós.

O que hoje já é convicção absoluta é que a morte, como o fim de tudo, realmente não existe. Somos seres eternos, e São Francisco, em sua imensa sabedoria, há muito tempo já definiu “que é morrendo que se vive para a vida eterna”: a vida espiritual, é claro.

No plano espiritual, para onde vamos num determinado instante, continuamos sendo as mesmas pessoas. A única diferença que se verifica é a ausência da matéria física que constituía o nosso corpo, pois que ela, certamente, tinha a sua utilidade apenas aqui no nosso planeta. Por lá continuamos com os nossos sonhos de paz e felicidade, trabalhando e nos esforçando para consegui-los. Quando possível, reunimo-nos com os familiares que partiram primeiro para a pátria dos desencarnados, encontramos amigos, amizades de outras encarnações, enfim, temos uma família espiritual tão querida quanto a família física.

Com o esquecimento momentâneo da vida espiritual, enquanto vivemos na Terra não nos lembramos dos afetos que deixamos na espiritualidade, mas, em lá estando, recordamos daqueles que ficaram e é muito natural que sintamos saudades deles. Sempre que possível, e estando em condições, podemos visitá-los, seguir seus passos e mesmo ajudá-los em suas lutas e tarefas enquanto permanecem por aqui.

Dessa forma, com certeza absoluta podemos confiar que os nossos entes queridos, nossos pais, filhos, irmãos, cônjuges e amigos não morreram, apenas trocaram de endereço, apenas mudaram de residência, e, mais cedo ou mais tarde, novamente estaremos com eles. Tal assertiva, embora não afaste a saudade, nos dá mais tranquilidade e confiança nas sábias e oportunas leis de Deus que não permitem que o amor, o afeto e a afinidade entre as pessoas, com a desencarnação, possam acabar. Nada disso. Tudo prossegue, e a morte não mata ninguém, apenas promove uma breve separação.

Assim, a melhor maneira que temos para recordar os nossos amigos que moram no mundo espiritual é orar por eles, tendo a certeza de que estão vivos, que esperam por nós. Fazendo todo o bem possível em nome deles, eles recebem as nossas vibrações de carinho e ternura, e as ações benéficas que lhes endereçamos chegam aos seus corações como ramalhetes de flores que lhes encaminhamos. Ficam felizes, se alegram e se tranquilizam por nos verem firmes e confiantes na providência divina.

Não estamos impedidos de chorar por eles, mas que o façamos com resignação, dentro do contexto da saudade, mas sem revolta, inconformismo e desespero, porque isso os preocupa, uma vez que nos veem aflitos e acabam por se afligirem também.

Com o passar do tempo e a maturidade dos povos, vamos compreendendo melhor as leis divinas e entendendo que Deus nos criou para a perfeição e não para o sofrimento. O sofrimento é ainda fruto da nossa ignorância em não seguir fielmente o código divino, mas dia chegará que a humanidade, mais preparada e afeita aos ensinamentos do Cristo, logrará encontrar a paz que deseja e a felicidade que busca. Enquanto isso, continuemos trabalhando e servindo, amando e cooperando para a definitiva implantação do reino de Deus na Terra. Não será tarefa fácil, mas imprescindível e urgente.

Reencarnar e desencarnar ou nascer e morrer são apenas etapas de um grande aprendizado. Esse aprendizado nos conduzirá à conquista dos reais valores que tornam as criaturas definitivamente perfeitas. Confiemos em Jesus.


Waldenir Aparecido Cuin

Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/accao-do-dia/a-vida-apos-a-morte-do-corpo/#ixzz2kTETIGZp

domingo, 3 de novembro de 2013

ESPIRITISMO E O DIA DE FINADOS:


Espiritismo e o dia de finados




O Espiritismo ensina que a maioria dos seus entes queridos são espíritos que você já conhecia, são espíritos com quem você já conviveu no passado. No dia de finados as lembranças podem ser avivadas…

Artigo publicado originalmente em 1°/11/2012

Você é espírito imortal de passeio pela Terra. Já esteve aqui, encarnado, muitas outras vezes. A cada nova experiência na matéria adquire mais experiência, desenvolve mais virtudes, conquista mais confiança em si mesmo como filho de Deus, criado à imagem e semelhança de Deus, portanto, perfectível; veículo de manifestação de Deus.

Cada vez que você começa um novo estágio por aqui, fica limitado aos cinco sentidos. Só sabe o que é possível captar através dos cinco sentidos da matéria. Sua maior ou menor habilidade e facilidade para aprender determinadas coisas dependem do quanto você já se desenvolveu até hoje no somatório de suas inúmeras reencarnações e nos períodos de intervalo entre elas.

São nesses períodos de intervalo que você vive a verdadeira vida, em que você tem oportunidade e capacidade de expressar-se mais e melhor. Se aqui na matéria opensamento é importante, mais importante é no plano astral, onde não há a resistência da matéria, onde o pensamento se manifesta com muito mais facilidade.

Acontece que sempre que viemos pra cá, rapidamente nos acostumamos. Nos acostumamos ao nosso corpo, aos prazeres proporcionados pelo corpo, nos apegamos às coisas, aos objetos, às paisagens, aos costumes. E nos prendemos ferrenhamente às pessoas próximas, aos nossos parceiros de jornada que aqui estão conosco, aos nossos companheiros de experiência terrestre.

De tempos em tempos, alguns de nós voltam pra lá, pro plano astral. É quando abandonamos esse corpo ao qual damos tanto valor. Tanto valor que chegamos a nos confundir com ele! Muitas pessoas pensam que são os seus corpos. E que, se o corpo morre, elas também morrem.

Deve ser realmente triste e desesperador pensar assim. Vivemos, construímos uma história, formamos afetos, criamos vínculos, e de repente tudo acaba. Como um computador velho, antiquado, obsoleto, ou simplesmente acidentado ou mal cuidado, somos descartados para sempre. Há outras crenças, há muitas crenças. Todas respeitáveis. Mas nenhuma que me explique nada de maneira convincente.

Você sabe que está aqui de passagem. Sabe que todos viemos pra cá de tempos em tempos para nos reajustarmos uns com os outros, através do convívio próximo. A aventura humana na Terra é um permanente vai e vem. Neste exato momento em que você está lendo há milhares de espíritos desencarnando e outros milhares de espíritos encarnando. É como um vagão de trem no horário do pico. Quando o trem para na estação dezenas de pessoas cruzam umas com as outras, umas entrando, outras saindo.

Você sabe que a maioria dos seus entes queridos são espíritos que você já conhecia, são espíritos com quem você já conviveu no passado. Alguns deles você gosta mais, outros menos. Sabe que algum dia todos voltam ao plano astral, deixando na Terra só o corpo imprestável. No entanto, quando se olha o corpo que foi habitado por alguém tão amado parece estranho que ele não esteja mais ali…

Nos reencontraremos com aqueles que amamos. Quanto mais nos esforçarmos por nossareforma íntima, quanto mais nos desprendermos dos atrativos da matéria, quanto mais aprendermos a amar, a amar verdadeiramente, sem desespero e egoísmo, mais fácil será esse reencontro. Se o dia de hoje traz saudade pra você, talvez você queira ler este artigo: “O espiritismo e a saudade“.




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sábado, 2 de novembro de 2013

O FENÔMENO DA MORTE:





O que acontece com o nosso Espírito quando morremos?

Continuamos com nossa individualidade, isto é, teremos os mesmos conhecimentos, qualidades e defeitos que tivemos em vida. A morte não nos livra das imperfeições. Seguiremos pensando da mesma forma. Nosso Espírito será atraído vibratoriamente para regiões astrais com que se afiniza moralmente. Se formos excessivamente apegados à vida material, ficaremos presos ao mundo terreno, acreditando que ainda estamos fazendo parte dele. Essa situação perdurará por certo tempo, até que ocorra naturalmente um descondicionamento psíquico. A partir desse ponto, o Espírito será conduzido às colônias espirituais, onde receberá instrução para mais tarde retornar à carne.






Todos os Espíritos podem se comunicar logo após a morte?

Sim, pelo menos teoricamente, todos os Espíritos podem se comunicar após a morte do corpo físico. Porém, a Doutrina Espírita nos ensina que o Espírito sofre uma espécie de perturbação (que nada tem ver com desequilíbrio) que pode demorar de horas até anos, dependendo do tipo de vida que tenha tido na Terra e do gênero de sua morte. Os Espíritos que são desprendidos da matéria desde a vida terrena, tomam consciência de que estão fazendo parte da vida espírita bem cedo, porém aqueles que viveram preocupados apenas com seu lado material permanecem no estado de ignorância por longo tempo. Dado o pouco adiantamento espiritual dos habitantes do planeta, pode-se concluir que as mensagens mediúnicas creditadas a pessoas famosas que desencarnam precocemente, não merecem credibilidade.






O que acontece com os recém-nascidos que logo morrem? E por que isto acontece?

O Espírito de criança morta em tenra idade recomeça outra existência normalmente. O desencarne de recém-nascidos, frequentemente, trata-se de prova para os pais, pois o Espírito não tem consciência do que ocorre. A maioria dessas mortes, entretanto, é por conta da imperfeição da matéria.






Se uma criança desencarna de acidente na idade de 11 anos, ela é socorrida pelos Espíritos na mesma hora?

Os desencarnes súbitos, de uma forma geral, são muito traumáticos para o Espírito. Allan Kardec diz que no processo de desencarne, todos sofrem uma espécie de "perturbação espiritual", que pode variar de algumas horas a anos, dependendo da evolução de cada um. Nos desencarnes convencionais geralmente os Espíritos permanecem sem consciência do que lhe aconteceu por um certo tempo e, se têm merecimento, são recolhidos às colônias socorristas existentes próximas da crosta terrena. Ali são devidamente atendidos. Nos casos de desencarne de crianças, suspeita-se que sejam atendidas de imediato pela Espiritualidade, em função de estarem num estado psíquico especial, próprio da infância. Não estando de posse de todas as suas faculdades, não seria lógico admitir que ficassem em estado de sofrimento por causa dos atos da vida. Claro, a responsabilidade aumenta na medida em que a maturidade avança, criando condições para o Espírito ficar em estado de sofrimento por um tempo mais longo, se for necessário. Não há uma idade definida, que marque o início da fase adulta, assim como não há um ponto definido que separe o dia da noite. Em determinado período se confundem, mas acabam se definindo a seguir. De uma maneira geral, pode-se concluir que todos os Espíritos que desencarnam em fase infantil são imediatamente atendidos pela Espiritualidade.






Porque pessoas jovens, boas, desencarnam prematuramente, enquanto há pessoas más que vivem por muitos anos?

Se olharmos as coisas dentro da ótica materialista, certamente não encontraremos resposta para esta delicada questão. Se, no entanto, partirmos do princípio que somos seres imortais e que estamos em uma escalada evolutiva em direção à perfeição, compreenderemos com facilidade que a vida terrena é apenas parte desse processo. A verdadeira vida é a espiritual e quando encarnados cumpre-se as etapas necessárias ao aprimoramento do Espírito imortal. As diferenças existentes entre as pessoas são as várias etapas em que o Espírito se encontra em termos de evolução. O viver muitos anos, portanto, é muito relativo. A vida terrena é a escola que a criatura precisa para se aprimorar e o tempo que deve demorar aqui depende de sua necessidade. Os Espíritos bons, geralmente necessitam mesmo de menos tempo.






Uma criança, quando desencarna, seu Espírito terá a mesma idade que ela tinha, quando era encarnada?

Sim, dependendo no entanto de sua maturidade espiritual. O Espírito, quando desencarna, permanece com os mesmos condicionamentos mentais que tinha na Terra, até que se conscientize de sua real situação. Permanecerá em estado de criança ou de adolescente, por um determinado tempo, dependendo de sua evolução, ou seja, de seu grau de entendimento, até que adquira plena consciência de sua condição e de suas necessidades. Isso, geralmente acontece com Espíritos que ainda estão em situação de pouca evolução espiritual. Por isso, nas colônias socorristas próximas à crosta terrestre, encontram-se Espíritos em condição de crianças e adolescentes. Deve-se saber, entretanto, que esta situação perdura apenas por um determinado período.






Quando uma pessoa morre de morte acidental, por exemplo por afogamento, e ainda é muito jovem (18 anos) como fica o seu Espírito?

Todas as pessoas, ao desencarnarem, passam por um período mais ou menos longo de perturbação espiritual, podendo durar de algumas horas a anos, dependendo de seu grau evolutivo. Quando o Espírito é muito jovem, e certamente experimenta uma vida de muita atividade, pode permanecer sem entender sua situação por um tempo, como pode ser logo socorrido pelos Espíritos amigos que trabalham nessa área. Isso vai depender do seu merecimento. Se permanecer revoltado por ter retornado cedo, criará para si um ambiente vibratório ruim, que o levará a experimentar grandes dores morais nas zonas de sofrimento.






Os Espíritos ao desencarnarem conservariam intacta suas auras externas? Seriam ainda emanações de seu perispírito?

Aura é um termo utilizado no meio espírita, originada do esoterismo, e se refere à atmosfera fluídica criada em torno da pessoa pelas emanações energéticas do seu corpo espiritual. Allan Kardec não deu atenção a isso na Codificação, por se tratar de assunto de pouca importância para a compreensão da ciência dos fluidos. A "aura" nada mais é do que um efeito, causado pela irradiação íntima do Espírito. Não, a "aura" não é uma emanação do perispírito que, por si mesmo, nada é, a não ser uma massa fluídica estruturada pelo Espírito com sua projeção interior, para se manifestar no mundo exterior.






Quando desencarnamos, sendo levados para as colônias socorristas, teria como nossos entes queridos ficarem sabendo em qual delas nos encontramos?

Se forem entes desencarnados, isso dependerá da afinidade espiritual existente entre o nosso Espírito e os deles. Também se deverá levar em conta a condição evolutiva de cada um. Se são pessoas muito diferentes em moralidade, certamente irão para lugares distintos. Os mais atrasados podem desconhecer onde estão os mais adiantados. Os que nos precederam, dependendo de suas condições espirituais, poderão nos amparar no momento do desencarne e, evidentemente, saber para onde vamos.

Se a informação refere-se aos entes que ficaram no mundo material, eles poderão saber as condições do Espírito desencarnado, ou o lugar onde se encontra, evocando-o numa sessão prática de Espiritismo feita por grupos sérios.






O que acontece ao nosso anjo da guarda quando desencarnamos?

O anjo de guarda é um Espírito protetor de uma ordem elevada que Deus, por sua imensa bondade, coloca ao nosso lado, para nos proteger, nos aconselhar e nos sustentar nas lutas da vida. Cumprem uma missão que pode ser prazerosa para uns e penosa para outros, quando seus protegidos não os ouvem seus conselhos.

Quando desencarnamos, ele também nos ampara e frequentemente o reconhecemos, pois, na verdade, o conhecemos antes de mergulhar na carne. Claro que tudo depende da condição evolutiva da pessoa em questão. O anjo da guarda poderá também nos guiar em outras experiências, por muitos e muitos tempos.






Todos os Espíritos sem exceção, mesmo os sofredores, podem conhecer a intimidade dos nossos pensamentos?

Para os Espíritos nada há que seja escondido.

O pensamento é a forma de comunicação no plano invisível. Quando se emite um pensamento, ele impregna o ambiente e logicamente os que estão na dimensão espiritual o captam com facilidade. Quanto a conhecer na intimidade o que vai na alma de cada um, depende do estado mais ou menos lúcido do desencarnado em questão e ainda de suas condições morais. Como regra geral, pode-se afirmar que uma natureza má simpatiza com uma natureza má que lhe conhece a intimidade. Assim também é com os bons Espíritos. Os Espíritos sofredores podem estar passando por um período de perturbação (mais ou menos longo, conforme o caso) e não se encontrarem em condições de sondar a intimidade daqueles com quem tinham relações. Porém, não deixam de sofrer as influências vibratórias das coisas boas ou ruins que forem feitas por essas pessoas.






É possível, mesmo a pessoas menos esclarecidas, a comunicação com entes desencarnados a que foram intimamente ligados na Terra, e dos quais sentem muitas saudades?

Sim é possível, pois o intercâmbio entre os dois mundos é muito fácil e comum. Mas deve-se ter muito cuidado com as comunicações ditas de parentes desencarnados, pois como se sabe, embora a mediunidade seja um fator ligado à potencialidade orgânica, o uso que se faz dela depende da moral do médium. Muitas vezes não há como identificar se aquela comunicação é autêntica, principalmente se é dada por médiuns sem preparo para a tarefa. Frequentemente ligam-se a esses, Espíritos enganadores que se comprazem em brincar com a dor alheia, ou então que querem estimular o ego do médium, emprestando a este uma importância que não tem.





Fonte: Grupo Espírita Bezerra de Menezes



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INFLUÊNCIA DA POSTURA FAMILIAR PERANTE O DESENCARNE:


Livro Nas Fronteiras da Loucura, Cap. 10, Manoel Philomeno de Miranda – Divaldo Franco.
As lamentações e os impropérios, que a ausência de segurança religiosa, a par da angústia enlouquecedora e da revolta, promovendo cenas que poderiam ser evitadas, produzem, no Espírito recém-liberto, maior soma de desconforto, porquanto, atravessando momentos de alta sensibilidade psíquica, automática vinculação ao corpo sem vida e a família, as atitudes referidas transformam-se em chuva de fagulhas comburentes que os atingem, ferindo-os ou dando-lhes a sensação de ácidos que os corroem por dentro.
Nominalmente chamados, desejam atender, sem poder fazê-lo, experimentando as dores que os vergastam, adicionadas pelos desesperos morais que os dominam.
A misericórdia divina fá-los adormecer, naqueles primeiros períodos, em tentativas de pô-los a repousar, o que dificilmente conseguem, em face dos apelos exagerados dos familiares. E quando logram adormecer, não raro, porque não souberam dignificar os tesouros da vida com a consequente preparação para a viagem inadiável, estando com a mente em desalinho pelo choque da desencarnação, debatem-se em pesadelos afligentes, que são liberação de imagens perturbadoras das zonas profundas do inconsciente…
Para uma reencarnação completar-se, desde o primeiro instante quando da fecundação, transcorrem anos que se alargam pela primeira infância. É natural que a desencarnação necessite de tempo suficiente para que o Espírito se desimpregne dos fluidos mais grosseiros, nos quais esteve mergulhado…
A violência da forma como ocorre mata somente os despojos físicos, nunca significando libertação do ser espiritual.
Enfermidades de longo curso, suportadas com resignação, liberam da matéria, porque o Espírito tem tempo de pensar nas lídimas realidades da vida, desapegar-se das pessoas, paixões e coisas, pensar com mais propriedade no que o aguarda, depois do corpo, movimentando o pensamento em círculos superiores de aspirações.
Recorda os familiares que já partiram e a eles se revincula pelos fios delicados das lembranças, deles recebendo inspiração e ajuda para o desprendimento do organismo fisiológico (fala-se aqui apenas dos parentes em condição espiritual mais elevada).
As dores morais, bem aceitas facultam aspirações e anseios de paz noutras dimensões, diluindo as forças contritoras que o atam ao mundo das formas.
O conhecimento dos objetivos da reencarnação, o comportamento correto no exercício das funções físicas contribuem, também, para a desimantação quando do fenômeno da morte.
Com essas colocações, não se pretende transformar a vida num sofrer sem esperanças, num renunciar em limites, longe da alegria e do concurso da paz.
Ocorre que o tempo, no corpo, tem finalidade educativa, expurgadora de mazelas para o aprimoramento de ideais, ao invés de constituir uma viagem ao país do sonho, com o prazer e a inutilidade de mão dadas.
Como ninguém que se encontre na investidura carnal passará indene, sem depojar-se dela, muito justo se torna um treinamento correto para enfrentar o instante da morte que virá.
O Espírito é, no Além, o somatório das suas experiências vividas.

RELEMBRANDO OS QUE SE FORAM


Relacionamos algumas perguntas feitas por Allan Kardec e as respostas dadas pos Espíritos Superiores contidas em “O Livro dos Espíritos” a respeito das homenagens que fazemos aos desencarnados e os sofrimentos que carregamos pela ausência de um ente querido que já se foi.

Pergunta 320. Os espíritos são sensíveis à saudade dos que os amavam na Terra?
Resposta: Muito mais do que podeis julgar. Essa lembrança aumenta-lhes a felicidade, se são felizes, e se são infelizes, serve-lhes de alívio.

Pergunta 321. O dia de comemoração dos mortos tem alguma coisa de mais solene para os Espíritos? Preparam-se eles para visitar os que vão orar sobre os túmulos?
Resposta: Os Espíritos atendem ao chamado do pensamento nesse dia como nos outros.

Pergunta 321-a. Esse é para eles um dia de reunião junto às sepulturas?
Resposta: Reúnem-se em maior número nesse dia, porque maior é o número das pessoas que os chamam. Mas cada um só comparece em atenção aos seus amigos, e não pela multidão dos indiferentes.

Pergunta 323. A visita ao túmulo proporciona mais satisfação ao Espírito do que uma prece feita em sua intenção?
Resposta: A visita ao túmulo é uma maneira de se manifestar que se pensa no Espírito ausente: é a exteriorização desse fato. Eu já vos disse que é a prece que santifica o ato de lembrar; pouco importa o lugar, se a lembrança é ditada pelo coração.

Pergunta 326. A alma que volta à vida espiritual (isto é, o espírito quando desencarnado) é sensível às honras que tributam aos seus despojos materiais?
Resposta: Quando o Espírito já chegou a certo grau de perfeição, não tem mais vaidade terrestre e compreende a futilidade de todas as coisas…

Pergunta 329. O respeito instintivo do homem pelos mortos, em todos os tempos e entre todos os povos, é um efeito da intuição da existência futura?
Resposta: É uma consequência natural. Sem ela, esse respeito não teria sentido.

Pergunta 924. A perda de entes queridos não nos causa um sofrimento tanto mais legítimo quanto ela é irreparável e independente da nossa vontade?
Resposta: Essa causa de sofrimento atinge tanto o rico quanto o pobre: é uma prova ou expiação e lei para todos. Mas é uma consolação poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios de que dispondes, enquanto esperais o aparecimento de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos.


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