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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

COMPANHEIROS QUE PARTEM:



Sofres quando os entes amados se apartam de ti, na direção de tarefas ou experiências que divergem das tuas... Quererias viver com eles em permanente integração e por isso a separação te dói, qual se padecesses dolorosa mutilação nos tecidos da própria alma.
Entretanto, que afeição verdadeira será menos afeição, apenas por que se veja fustigada por circunstâncias de espaço e tempo?
A energia solar que invade o céu no Brasil não é diferente daquela que penetra o firmamento na Tailândia.
Quando os entes queridos te digam adeus nas bifurcações do caminho, não lhes arremesses à estrada quaisquer farpas de incompreensão.
Faze deles portadores de tua simpatia, seja onde seja.
Que eles possam beneficiar os outros como beneficiaram a nós e quando nos retornem o convívio, seja na Terra ou noutros mundos, que nos possam trazer acrescidas de amor as vibrações de amor com que os abençoamos na despedida.
Que seria do mundo se as plantas monopolizassem os próprios frutos ou se os rios fugissem de viajar, receando o vampirismo da terra seca?
Dá teu coração em forma de entendimento e ternura, ao companheiro que parte e envolve-o em preces de reconhecimento, clareando-lhe o caminho.
Com dobrados motivos devemos fazer isso, se ele se foi, no contato conosco, um expoente de bondade, enriquecendo-nos a existência de tranqüilidade e alegria. Se as leis da renovação lhe determinaram a ausência, isso ocorre por impositivos que
(continua)
funcionam acima de nossa própria vontade a lhe chamarem adiante o dom de cooperar e a faculdade de construir, investindo-nos na obrigação de seguir-lhe os padrões de atividade, a fim de que venhamos a progredir sempre e servir cada vez mais.
Aquele que nos auxiliou tanto quanto pode, é e será invariavelmente um benfeitor, diante de quem a gratidão será para nós inequívoca, e de um benfeitor ninguém se afasta, com sentimentos de azedume e palavras de fel.
Louvemos os entes amados que nos deixam, convertendo separação em esperança e transformando distância em razão para agradecimento maior.
Lembremo-nos de que a fonte que nos dessedenta e ampara a segurança doméstica pode dessedentar os nossos vizinhos pela Misericórdia de Deus.



(Do livro: "Urgência" , p. 109 - psicografia F. C. Xavier/Emmanuel)

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

AS FORÇAS ESPIRITUAIS - INFLUÊNCIA DOS MORTOS SOBRE OS VIVOS:





As Forças Espirituais - A Influência dos Mortos sobre os Vivos

O perfeito entendimento da Lei do Carma e do livre-arbítrio nos ajuda a eliminar muitos equívocos que existem em torno deste assunto.

Primeiro, temos que entender que carma é a lei de causa e efeito (ação e reação) e não tem nenhuma relação com castigo ou punição. É a qualidade da ação (negativa ou positiva) que determina a qualidade da reação. Assim, existem carmas (ou efeitos) negativos ou positivos. É muito comum as pessoas associarem a Lei do Carma a algo, apenas e tão-somente, negativo.

Ao contrário do que se pensa, o carma não é uma condição inexorável, um destino, ao qual somos vitimados, mas uma magnífica ferramenta cósmica ao nosso dispor.
Seja como for, estamos produzindo (negativa ou positivamente) as circunstâncias em que vivemos, tanto individual quanto coletivamente. Todavia, podemos transformar muitas situações em nossas vidas pelo uso consciente da Lei do Carma. Ou seja, podemos propositadamente pensar, falar e fazer coisas positivas para que colhamos coisas positivas em nossas vidas.

Além disto o carma é um instrumento fundamental à tomada de consciência. Através desta lei eliminamos muitas superstições e somos levados, consequentemente, ao autoconhecimento. Contudo, esta conscientização da Lei do Carma exige amadurecimento, pois, inevitavelmente precisamos assumir todas as responsabilidades sobre os nossos atos.

Com a perfeita apreensão desta lei tão justa abandonamos antigas crenças a respeito das coisas que nos acontecem, atribuindo-lhes uma origem sobrenatural e livrando-nos da verdadeira responsabilidade por nossos atos e sem nenhuma relação de causa e efeito, tais como: inveja, mau-olhado, feitiço, encantamento, possessão demoníaca, encosto, etc.

É evidente que não pode existir transgressão de uma Lei Cósmica, divina, ficando o ser humano encarnado, sujeito a uma desordem espiritual e sendo constantemente afetado por ela. Se isto fosse possível, a Lei do Carma não existiria. Se isto fosse possível, o homem nunca seria o responsável por seus atos. Se isto fosse possível, o homem seria apenas uma eterna vítima do destino e de forças que ele não poderia jamais dominar.

Assim, o livre-arbítrio, que está completamente associado à Lei do Carma, pois, não pode existir carma sem o exercício do livre-arbítrio, não existiria.
Tudo isto parece muito evidente. Então, naturalmente, não é a Lei do Carma ilógica, arbitrária, como pensam alguns e, justamente por isso não a aceitam, mas as interpretações equivocadas dela. Se algo não mantém relação de causa e efeito, então, não podemos determinar a origem e, muito menos, afirmarmos que se trata de "carma".

Supersticiosamente há ainda os que "acreditam" que aquela doença "misteriosa" que os estão acometendo, que aquela falta de oportunidade no emprego, que, enfim, todas as desgraças em suas vidas só pode ser de origem oculta, sobrenatural. Contudo, no enxame mesmo superficial de suas formas de pensarem, falarem e agirem encontramos a origem para todos os dissabores em suas vidas.

Ao leigo parece não haver ciência quando falamo-lhe do estudo e prática da espiritualidade. Isto é um equívoco, inclusive, de muitos que se dedicam à espiritualidade, imaginar que ciência (lei e conhecimento) e espiritualidade são coisas distintas, opostas, antagônicas, contrárias à verdadeira prática da espiritualidade.

É um fato incontestável que, enquanto encarnados, influenciamos e somos influenciados constantemente. Todavia, fica uma pergunta. Somos influenciados também pelos mortos, pelos desencarnados? A resposta lógica para esta pergunta só pode ser sim. No entanto, esta influência só pode ocorrer no nível de inspiração. Ou seja, ela não é determinante, pois, o nosso livre-arbítrio estaria sendo transgredido. Somos influenciados, mas sempre somos nós mesmos que decidimos o que, quando e como fazer (pensar, falar ou agir).

Mas, por que podemos afirmar que a resposta lógica para a pergunta se somos influenciados também pelos desencarnados é sim?

Porque espiritualmente estamos falando de um meio puramente abstrato, onde não existe barreira de tempo e espaço, onde é plausível a existência deste fenômeno de comunicação, de interação: a mente.

No plano mental (espiritual) podemos comungar com vários níveis de consciências e, então, aí naturalmente não existe limites entre uma consciência manifesta ou não.
Entretanto, o nosso plano de manifestação não pode ser constantemente violado, invadido, por consciências (ou personalidades-almas) desencarnadas com a intenção de nos prejudicar e afetar, pois, isto implicaria numa ausência completa de leis espirituais. Numa relação assim, arbitrária, não existiria A Lei do Carma e, consequentemente, o livre-arbítrio.

O nosso plano de consciência não pode ser constantemente invadido. As pessoas cometem crimes, criam situações negativas em suas vidas, perdem amizades, adoecem em virtude de suas vidas desregradas, etc, não porque isto foi obra de um acaso ou, pior, de um demônio, de uma entidade maléfica ou de um trabalho de feitiçaria. Através de pensamentos, palavras e ações estamos freqüentemente criando as nossas vidas.

Os mortos não invadem o nosso plano de consciência. O que ocorre é justamente o oposto. Ou nos abaixamos ou nos elevamos aos planos de consciências espirituais. Toda crença contrária a isto é apenas uma crença.

Nós sabemos que a dinâmica, o movimento só ocorre no tempo e no espaço, assim, o que não está manifesto não se move. Não existe ação no não-manifesto. Os planos espirituais são estáticos. Nós é que nos movemos para eles. Portanto, o homem, enquanto ser encarnado, manifesto, sofrendo as variações de tempo e espaço, é o senhor de seu destino (ou melhor, de sua vida). O homem é o grande alquimista que, inconsciente ou conscientemente, vai construindo sua vida, embora, seja verdade que freqüentemente está recebendo inspiração dos mestres para o seu progresso evolutivo, transformador.

É verdade também que enquanto estamos aqui, encarnados e não atingimos ainda a plenitude da consciência Cósmica, da unidade, não temos compreensão suficiente para andarmos sozinhos e precisamos ser conduzidos, guiados e inspirados pelas mentes magníficas que nos orientam. O orgulho que nos dá a ilusão de independência é fruto apenas de nossa ignorância, de nossa cegueira em relação àqueles que nos afetam verdadeiramente.

A humildade, portanto, é a abertura que fazemos para recebermos a luz que estas mentes nos concebem. Não podemos negar que somos influenciados pelos mortos e não podemos negar que precisamos da influência benéfica que as forças espirituais positivas tocam as nossas consciências.

Embora, precisamos ser bastantes cuidadosos em torno desta questão, podemos afirmar que não só existem estas influências, como devemos procurá-las receber.

Hideraldo Montenegro

terça-feira, 29 de outubro de 2013

NEM TÃO LONGE, NEM TÃO PERTO...


Em nosso viver, talvez não haja dor maior do que a separação dos que amamos pela cruel morte, que arrebata aqueles que estimamos. Um vazio imenso toma conta de nosso coração. A dor convida-nos a atos de desespero e a lágrima dolorida que salpicam nossa face tão cansada pela ausência de nossos amores.
Mas, neste momento de sofrimento, é preciso que nos lembremos que aqueles que a morte do corpo físico arrebatou estão conosco!
Nem tão perto que possamos abraçá-los confundindo as batidas de seu coração junto ao nosso, que possamos tatear sua fronte, seu cabelo macio, sua pele aveludada.
Mas também não tão longe que, se fecharmos os olhos, poderemos sentir suas vibrações, seu exalar de amor reunindo-nos em um só abraço espiritual.
Nada é tão longe que não se possa sentir. Nada é tão distante que não possamos verter lágrimas confundido-as com o amor deles e o nosso em um entrelaçamento de cumplicidade íntima.
Nada está distante, ninguém está distante!
Todos nós estamos unidos no amor do Pai que nos acalenta sempre para a eternidade.
Estamos perto; continuaremos a nos amar!
Deus nos ampara na dor com todo seuu amor.

Irmã Guadalupe
(Espírito)
Mensagem recebida pelo médium Roberto Cacciari na reunião mediunica de
28/09/2011, no Núcleo Educacional Espírita Joanna de Ângêlis, em Catanduva.

PERDA DE ENTES QUERIDOS:


Todas as pessoas que vivem nesta escola de preparação espiritual chamada Terra já passaram pela experiência de ver partir entes queridos para um local que a maioria não consegue bem definir. Acidentes violentos, enfermidades inesperadas, crimes hediondos, ou até mesmo situações banais, são apenas algumas das formas pelas quais todos os dias milhares de seres partem deste mundo rumo ao desconhecido.

A dor é ainda maior quando a morte arrebata de nosso convívio pessoas que nos são tão caras. Como dói a um pai sepultar o corpo do filho; a uma esposa que não terá mais a mão amiga do marido; a um irmão privado da convivência com a irmã; ou simplesmente a ausência física dos amigos queridos! Todos eles partem deixando em nossos corações a doce brisa da saudade.

Como conciliar tamanha dor com a justiça e a bondade do Pai, o Criador? Como explicar o amor de Deus que permite que criaturas tão amadas sejam tiradas de nós dessa forma? Qual a explicação para a morte daqueles que se vão em tenra idade, com todo um futuro promissor pela frente? E qual seria o motivo que pudesse justificar as enormes dores que levam à morte pessoas que desde o berço sempre cultivaram a bondade, a humildade e a simplicidade para com seus semelhantes?

Diante de tudo isso, chegamos inevitavelmente a uma encruzilhada: ou não existe reencarnação e Deus nem de longe é o Pai amoroso, justo e misericordioso que Jesus nos apresenta em seu Evangelho, ou então existe reencarnação e Deus é, de fato, um Pai que ama todos os seus filhos indistintamente, concedendo a cada um deles os meios de resgatarem seus erros do passado, harmonizando-se com as leis divinas. Se as pessoas parassem para analisar tais situações, se convenceriam facilmente da segunda opção, esta fascinante realidade que nós, espíritas, já conhecemos.

É claro que não seremos hipócritas a ponto de afirmar que não sentimos a morte de nossos entes queridos. Não há dúvida de que sentimos, pois a ausência física das pessoas que amamos dói bastante e esta dor independe da opção religiosa daqueles que permanecem na Terra. Contudo, o Espiritismo nos oferece algo a mais. As religiões pregam a existência do Espírito, mas muitas estão vinculadas a dogmas ou interesses obscuros e imediatistas que não permitem aos seus seguidores uma análise imparcial e racional sobre o assunto. Só a Doutrina Espírita é capaz de esclarecer o que acontece com a alma antes do berço e depois do sepulcro. Como? Vejamos alguns pontos, considerando que o Espiritismo é um doutrina de tríplice aspecto: filosófico, científico e religioso.

Do ponto de vista filosófico, ao examinar as questões mencionadas acima, a Doutrina dos Espíritos oferece respostas a todas elas, nos convidando a raciocinar em termos da grandeza da criação, bem como da justiça e do amor de Deus para com todas as criaturas. Encontramos nos ensinamentos de Jesus e dos espíritos superiores a orientação e o consolo que amenizam nossas dores e sofrimentos. O esclarecimento espírita, sempre pautado pela razão, pela lógica e pelo bom senso, eleva nossa visão a níveis nunca antes imaginados. Demonstra, com segurança, que somente através do conhecimento de princípios e leis universais como reencarnação, evolução, causa e efeito e livre-arbítrio, pode o homem encontrar as verdadeiras respostas para os mais diversos questionamentos feitos ao longo da história da humanidade. Mas, o Espiritismo não nos força a aceitá-lo. Ao contrário, nos convida a examinar seus postulados com serenidade, comparando-os com tudo o que observamos ao nosso redor no dia-a-dia. Ao invés de simplesmente repelir tais ideias, veja se há no mundo alguma outra doutrina ou sistema capaz de elucidar todas essas questões de forma tão racional e coerente. Não temos a menor dúvida em afirmar que você não encontrará. Kardec, durante os trabalhos da codificação espírita na segunda metade do século XIX, advertia para o fato de que a fé cega já não era mais para aquela época. Hoje, em pleno século XXI, quando o homem se vê a braços dados com tanta evolução no campo do intelecto, é nítido que vivemos um período onde precisamos considerar a razão como elemento fundamental para a iluminação e o fortalecimento de nossa fé. Todo aquele que questiona, tendo como base a fé raciocinada, naturalmente concluirá quanto a excelência e a veracidade dos fundamentos da Doutrina Espírita.

No que tange ao seu aspecto científico, o Espiritismo tem na mediunidade o seu principal instrumento de confirmação da existência do plano espiritual e da possibilidade de intercâmbio entre os espíritos e os homens. As respostas que a filosofia espírita nos proporciona são ratificadas pelas próprias almas daqueles que já viveram na Terra e que agora, sem as limitações do corpo material, nos trazem notícias e informações de sua situação nas outras esferas. É através do intercâmbio mediúnico que aprendemos com os bons espíritos e temos a oportunidade de auxiliar aqueles que se encontram em situações menos fáceis no Além Túmulo. São, portanto, os espíritos que nos dão a certeza da imortalidade da alma, demonstrando que o que morre é apenas o corpo físico e que os nossos entes queridos que já partiram são, assim como nós, viajantes do Cosmo, herdeiros imortais do Pai Celeste.

O Espiritismo não é apenas uma doutrina filosófica de comprovação científica. Seus ensinamentos conduzem os adeptos a uma nova visão da vida e, consequentemente, a um processo de renovação íntima, cuja base é o Evangelho de Jesus. Afirmamos que o Espiritismo é religião porque a sua moral permite-nos religar a Deus em espírito e verdade, sem rituais, sem dogmas, mas sim através da prática do bem, único caminho que nos coloca em sintonia com a Espiritualidade Superior. Nas imorredouras lições do Cristo, Allan Kardec fincou as raízes da Doutrina, sinalizando que a moral ensinada pelo Mestre de Nazaré é a base da verdadeira religião universal: o Amor.

Com o estudo das chamadas obras básicas da Codificação e outras de inegável valor doutrinário, além, é claro, do Evangelho, encontramos respostas consoladoras e elucidativas para todos problemas. O absurdo de uma morte prematura ou a incoerência dos sofrimentos inenarráveis vividos por uma boa pesssoa, encontram respostas nas opções feitas e nas ações realizadas em vidas passadas. Há que se reconhecer que, dentre as várias moradas da casa do Pai, somos moradores de uma que ainda está longe de ser o paraíso que todos almejamos. Em planetas de provas e expiações como o nosso, reencarnam espíritos que guardam graves compromissos com as leis divinas, a exigirem, no tempo e local apropriados, as devidas reparações.

Diante de situações tão difíceis quanto às que citamos, somos compelidos a buscar o entendimento de suas causas. Quando não as encontramos nesta existência, naturalmente somos levados a compreender que elas se encontram nas existências pretéritas. Há um axioma científico que afirma não existir um efeito sem causa. Ora, se sofremos, há que existir uma causa para este sofrimento. Os pais humanos por mais imperfeitos que sejam, não punem seus filhos e não os deixa sofrerem sem que seja necessário, mediante um motivo justo. Imagine então o nosso Pai Celestial! Desde que admitamos que Deus, Inteligência Suprema e Causa Primária de todas as coisas, possui todos os atributos em grau ilimitado, inclusive a justiça, a misericórdia, a bondade e o amor, chegaremos a conclusão de que a causa ou as causas de nosso sofrimento são também justas e necessárias à nossa evolução espiritual. As leis divinas sempre favorecem o indivíduo em sua caminhada ascencional, através de inumeráveis processos educativos, de forma a facultar-lhe as oportunidades de reparação de erros, bem como a aquisição de conhecimentos e virtudes indispensáveis ao processo evolutivo.

Se você chora a perda de um ente querido, que suas lágrimas sejam de saudade, de respeito, de reconhecimento e de gratidão a Deus por ter lhe permitido desfrutar de prazeirosa companhia por algum tempo. Lembre-se que a morte é um fenômeno natural que, simplesmente, retira de nós a vestimenta carnal e nos permite retornar à verdadeira pátria com o nosso corpo espiritual. Mudamos de roupa e de casa, mas continuamos existindo, em outra dimensão, mantendo nossa individualidade e nossas tendências e gostos. Que suas lágrimas não sejam de revolta, de dor, de lamentação e nem de reclamações contra o Criador. O choro desta natureza prejudica muito os espíritos que aportaram recentemente no mundo espiritual e que precisam, nestes momentos, de preces e boa vibrações para auxiliá-los a se adaptarem à nova realidade.

Quando seus olhos buscarem os entes queridos que já partiram para o Mais Além, não olhe para baixo. Olhe para as estrelas ou simplesmente para seu lado. Se eles não estiverem te observando do alto, pode ser que estejam velando por você ao seu lado. Quando sua mente ou seu coração sentir aquele aperto de saudade daqueles que já não estão mais no mundo físico, eleve seus pensamentos e sentimentos a Jesus e entregue ao Mestre suas melhores vibrações. Ele se encarregará de encaminhá-las aqueles que você tanto ama.

Valdir Pedrosa – Junho/2012

FONTE: EVANGELHO NO LAR

PALAVRAS DE SAUDADE:


Quem já passou pela experiência de despedir-se de alguém que muito ama, sabe o quanto dói acompanhar seu sepultamento.

Ou entregar o corpo para a cremação. Afinal, o ser que animava aquele corpo foi infinitamente amado, acalentado.

Mais do que isso, a sequência dos dias não ameniza a dor da saudade, que só faz aumentar.

Quando a pessoa que se vai, nos braços da morte, é idosa, há um certo consolo, que se expressa com: Ela vai descansar. É justo que descanse, depois de tantas lutas.









Mas, quando são os jovens, as crianças que se vão, de forma prematura, a dor parece não ter dimensão. Por isso, quando lemos a carta daquela mãe, endereçada à sua pequena, que partira há oito meses, nos comovemos:

Filha querida. Oito meses se passaram, desde a nossa despedida. Incrível como o tempo passa...

Ainda espero sonhar com você para abraçá-la e poder de novo acalentá-la em meus braços, como o fiz durante quase cinco anos.

Hoje, me detive a recordar detalhes de você. Lembrei de quanto você desejava ajudar-me nas tarefas da casa.

Que tá fazendo, mamãe? Qué ajudá.

Recordei que a colocava sobre uma cadeira para alcançar a gaveta de temperos e que, enquanto cozinhava, você ia me alcançando o que pedisse.

Você não os podia ver, mas reconhecia todos pelo cheiro.

Este é manjelicão. Este é manjelona. Mamãe, cadê a canela?

Lembrei de quando fazíamos pastel e eu punha a massa em suas pequenas mãos, para que me ajudasse a colocar o recheio.

E o dia em que sua avó foi lhe ensinar a fazer bolachinhas... Quando lhe explicou que as duas mãos tinham que ficar juntas, enrolando a massa, para lá e para cá, você a surpreendeu, dizendo: Eu sei, vovó. Eu tenho pática!

Quantas risadas demos, nessas ocasiões. E, como numa catadupa de recordações, fui ouvindo sua vozinha a pedir pão de magaína ou biscoito de anelzinho, seu biscoito de polvilho predileto.

Quantos nomes inventamos juntas para tantas coisas: a caininha da mamãe, que não era nada mais que carne moída; o pudim de coate da vó, ou seja, de chocolate.

Que lindo mundo nós criamos! Saiba que foi uma honra imensa conviver com você.

Que bela lição de amor você nos deixou, meu anjo! Mamãe Luciana.









As palavras parecem brotadas de uma saudade, feita de espera e de certeza. Espera de um reencontro, em algum momento dessa ou de outra vida.

Certeza de que seu pequeno anjo vive a Imortalidade do Espírito. E por isso, a mãe lhe escreve, contando que as palavras lhe chegarão, onde quer que se encontre, nesse imenso mundo espiritual.

Que conforto é a certeza da Imortalidade para os que permanecem na Terra!

Saber que os amados vivem, que os ouvem, os veem. Saber que, pelos fios do pensamento, lhes podem endereçar vibrações de carinho, é um doce consolo.

Ter a certeza de que o reencontro se dará, algum dia, que não se perde o amor, mesmo que o ser amado esteja invisível aos olhos carnais, é reconforto para quem padece a ausência física da pessoa amada.

Faz bem à intimidade poder prosseguir o diálogo, mesmo que, por vezes, a resposta não possa ser bem entendida por quem endereça as indagações, os anseios e externaliza em palavras a saudade.

Imortalidade! Que extraordinário presente nos concedeu o Pai celeste aos nos criar.

Sejamos gratos por isso.










Redação do Momento Espírita, com base em algumas linhas
traçadas por Luciana Costa Macedo para sua filha Luana,
no oitavo mês de sua desencarnação.



Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/palavras-de-saudade/#ixzz2j8CoQv4m

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

OS PLANOS ESPIRITUAIS:




Após ter abandonado o corpo a alma, antes de alcançar a plenitude da iluminação e, assim, atingir definitivamente a imortalidade e livrar-se da roda das encarnações, ocupa um plano espiritual evidentemente sem forma, sensações e atitude. Ao deixar o plano material de movimentos e distâncias mergulha completamente no abstrato, onde não há formas e ação.

Então, como a alma fica e existe neste plano espiritual? A personalidade-alma, antes de tudo, continua autoconsciente, ou seja, percebe a si mesma, mas embora não tenha forma (pois, forma é resultante do mundo manifesto) “vive” no mundo dos estados. Ou melhor, a alma sente amor, angústia, alegria, etc. O encontro com outras personalidades almas dar-se através deste sentir. De fato, a alma livre do mundo das formas e ações sente os entes-queridos e aqueles que conheceu na última encarnação através deste “sentir”.


No plano espiritual não existe “inimigos”. Aquelas que tivemos como pessoas inimigas na última encarnação deixa de sê-las no plano espiritual, pois, estas condições só existem no mundo da ação. O nosso encontro com estas pessoas normalmente se revestem de um encontro de amor e, então, percebemos o erro de considerá-las inimigas enquanto encarnados. Nos planos espirituais os limites dos acontecimentos são diluídos. Na verdade, o prazer destes encontros são tão intensos que não conseguimos encontrar um paralelo no mundo manifesto e, portanto, são intraduzíveis e são impossíveis de descrevê-los.

O fato é que quando voltamos ao plano espiritual percebemos que este é o nosso verdadeiro lugar e que estávamos apenas temporariamente vivendo no mundo manifesto. Porém, sentimos que precisamos alcançar algo. Sentimo-nos incompletos, como se não tivéssemos nascidos de fato. Sentimos que precisamos ir além para nos sentirmos realizados, mas não conseguimos compreender isto. Só através do mundo manifesto nossa consciência conseguirá evoluir e atingir o nível superior de consciência. Neste processo, a vida manifesta é fundamental, pois, só ela permite o movimento e, portanto, o gradual despertar da consciência. Todo conhecimento nos leva a isto. O conhecimento jamais poderá ser alcançado objetivamente, pois, o mundo manifesto é limitado e não pode fornecer a compreensão total do mundo espiritual ilimitado.

São os nossos estados que definem os nossos planos de consciência iguais ou diferentes nos planos espirituais em relação às outras personalidades almas. Quando fazemos a transição entre o plano material e o espiritual temos que vencer os nossos medos e, para tanto, somos ajudados pelas personalidades almas mais evoluídas. Podemos dizer que estas personalidades são “parteiros cósmicos”.

De toda forma, não somos afetados nem afetamos as personalidades almas que estão encarnadas. Aquelas personalidades almas que atingiram a iluminação, ou seja, a imortalidade e, portanto, a consciência cósmica, no entanto, inspiram todo o tempo todos que estão manifestos e aquelas personalidades almas manifestas no plano material que conseguem sintonizar com estas conseguem captar as idéias que estes “mestres cósmicos” estão transmitindo. Para que, enquanto encarnados, consigamos captar a inspiração dos mestres precisamos silenciar nossa mente e elevá-la a planos superiores.

A prece, a oração e a meditação são ferramentas que dispomos para que possamos apreender as idéias dos planos superiores de consciência.

Mas, seja como for, enquanto estamos encarnados estamos o tempo todo sendo atraídos para os planos espirituais e, principalmente, para os planos superiores onde a luz se faz plena de vida, luz e amor.


Ou seja, nossa alma está todo o tempo sendo atraída para a morte, onde ela pode alcançar a plenitude de fato. Nosso objetivo como destino cósmico é “voltar para a casa do pai” (voltar para o seio do criador). E, só através da morte podemos realizar isto. Contudo, é a vida que nos permite caminhar em direção a esta “morada”.


Hideraldo Montenegro



leia AMEAÇA AO REI

https://www.clubedeautores.com.br/book/142949--AMEACA_AO_REI

ERIC CLAPTON: O CÉU E O INFERNO DE UM DEUS DA GUITARRA




Eric Clapton e o filho Conor, morto num trágico acidente aos quatro anos

Não sei se foi a primeira. Mas com certeza foi a mais emblemática vez que ouvi falar do cantor, compositor e guitarrista inglês Eric Clapton. Era o ano de 1991, matéria especial do Fantástico sobre o lançamento da melancólica música Tears in heaven, faixa carro chefe do disco acústico que ele acabava de gravar. Angelical, a canção era uma homenagem ao pequeno filho Conor de quatro anos, morto naquele ano após cair do quinto andar do prédio onde morava com a mãe italiana Lori, em Nova York.

“Unplugged foi o álbum de maior vendagem da minha carreira. Foi também o mais barato de produzir e o que exigiu o menor volume de preparação e trabalho. Mas, se você quer saber, quanto de fato me custou, vá a Ripley e visite o túmulo do meu filho”, desabafou o artista em sua autobiografia publicada em 2007.

O livro, lançado pela editora Planeta, estava já um tempinho escondido ali na minha estante, ao lado da biografia do Kurt Cobain. Não sei por que demorei tanto tempo para comprar essa autobiografia – que achei baratinho e bem conservado no Sebinho -, e mais ainda para ler. Só sei que li rapidinho essa semana e achei formidável, sobretudo pela franqueza com que Mr. Clapton fala de assuntos caros a ele como, não apenas a morte do filho, mas também o envolvimento pesado com as drogas e bebidas, além da paquera descarada em cima da mulher de seu melhor amigo, o ex-beatle George Harrison.

Adoro ler biografias. Mas as melhores são aquelas em que os próprios personagens contam suas peripécias. Keith Richards narrando sua trajetória pregressa e vitoriosa em Vida é um sundae. Se você não leu ainda corra agora para livraria mais próxima de sua casa.

Nascido em março de 1945, na pequena cidade de Ripley, Surrey, na Inglaterra, Eric Clapton não conheceu o pai e a mãe sempre foi uma figura ausente em sua vida. De modo que foi um baque saber que as pessoas que durante muito tempo ele acreditava ser seus pais, na verdade eram seus avôs maternos. “Quando meu tio Adrian me chamava brincando de pequeno bastardo, ele estava falando a verdade”, ironiza.


Clapton (direita) à frente do Cream, na época em que era chamado de Deus

Esse olhar ironicamente debochado e, às vezes, rancoroso irá nortear toda a narrativa de Clapton que presenteia os fãs com detalhes espantosos sobre a origem da formação dos Yardbirds – banda que também seria integrada por Jimmy Page e Jeff Beck –, a relação de amor e ódio com o bluesman John Mayall e o reconhecimento à frente do power trio Cream, como o nome já diz, aquela altura a nata do bluesrock.
Sua habilidade e talento com a guitarra, assim como o amor desenfreado pelo ritmo que consagrou ídolos como Muddy Waters e B.B. King, fariam com que as pessoas saíssem pelas ruas de Londres pinchado a mítica frase: “Clapton é Deus”. “Fiquei um pouco aturdido, (…) mas outra parte de mim gostou da ideia porque era algum tipo de reconhecimento”, confessa.

Mas é o mergulho vertical nas drogas e bebidas, na década de 70, o ponto alto dessa autobiografia. Isso porque Eric Clapton, como numa espécie de expurgo do inconsciente, transforma essa jornada ao inferno uma mea culpa repleta de ensinamentos morais e filosóficos, fazendo valer a cínica frase do dramaturgo e escritor irlandês Oscar Wilde: “Cada um de nós carrega dentro de si o céu e o inferno”.

* Este texto foi escrito ao som de: Fresh cream e Disraeli gears (Cream – 1966/1967)

EX MULHER DE ERIC CLAPTON CONTA A TRAGÉDIA DA MORTE DE SEU FILHO CONOR:








"Conor morreu em março de 1991. No dia anterior tinha sido um dos dias mais felizes na vida de Eric e Lory. "Foi um dia especial. Conor e eu tinhamos chegado a Nova York para a Páscoa e passar tempo com Eric e ele tinha levado Conor ao circo, em Long Island. Eles tinham tido um grande momento.

Quando Eric voltou, ele olhou para mim e disse: "Agora eu entendo o que significa ter um filho e ser pai."Ele estava tão feliz. Naquele dia eu vi um novo futuro para nós. Foi a primeira vez que Eric cuidou de Conor por conta própria.

Ele disse: "Eu quero que ele venha para Londres, onde eu posso cuidar dele."

O rosto de Lory escurece quando ela fala sobre o que aconteceu no dia da tragédia, no apartamento de sua amiga em 57th Street, em Nova York, onde ela onde ela estava hospedada por um mês.

A dor é visível em seu rosto e sua voz cai para quase um sussurro. 'A noite antes de eu colocar Conor na cama. Ele estava fingindo estar dormindo, mas quando eu fui para a cama, ele pulou comigo - ele estava tão animado com o dia em que ele teve com o seu pai. Começamos o dia seguinte com a mesma emoção.

Conor estava animado ao falar sobre os elefantes que tinha visto com seu pai no zoo no dia anterior. Eric estava vindo para levar-nos a Zoo Central.
Conor estava em seu quarto ainda vestindo seu pijama -
Ele estava brincando com sua babá e eu ouvi ele falando e gritando alegremente. Eu estava tomando um banho. Eram 11h e eu gritei com ele do banheiro se apressar e ele gritou de volta alegremente: "Em um minuto", "
'Naquele dia, zelador estava na limpeza do apartamento. Eu disse a babá e a empregada não deixar Conor sozinho por um segundo. Saí do banheiro e ouvi o anel de fax. Parei para verificá-lo e depois de descobrir que era uma estimativa para alguns trabalhos , comecei a compará-lo com outros. Eu estava lá por 15 minutos, durante os quais eu ouvi Conor, ouvi ele começar a correr. resolveu brincar de esconde-esconde. "
"Eu ouvi a babá e ela estava correndo atrás dele. Mas, Connor correu para a sala onde zelador estava limpando,
Conor correu para janela. Eu ouvi um grito terrível, mas não era Conor. Era a babá, eu corri para o quarto, gritando cada vez mais histericamente: "Onde está Conor, onde está Conor?"

Então eu vi a janela aberta e eu entendi imediatamente. Senti toda a minha força me deixar e eu caí no chão. '
"Eric chegou cinco minutos depois, não percebendo que Conor tinha caído para a rua abaixo. Ele entrou no quarto e eu gritei: "Ele está morto." Seus olhos escureceram e ele disse: "Morto, ele está morto???? Isso é impossível." Ele achou difícil acreditar em primeiro lugar. Então seu rosto transformado em pedra, era como um filme. Nós não dissemos nada um ao outro. Eu simplesmente parei de funcionar. '
"O vidro era sobre quatro pés por 6 pés de altura e como nós estávamos lá temporariamente, nunca soube que era mesmo possível abri-lo. Não era uma janela, mas como uma parede de vidro que nunca foi, mesmo para ser aberta. Ele foi mantido permanentemente trancada, mas o bloqueio foi quebrado e, por alguma razão incompreensível, o zelador deixou aberta para deixar entrar um pouco de ar fresco. Ela tinha uma borda de madeira um pé fora do chão. Nosso filho deve ter pensado que o vidro ainda estava lá quando ele pulou para o parapeito baixo .

No começo eu queria matar o zelador. Ele não tinha senso comum. Ele nem sequer pediu perdão mais tarde.
"Fiquei pensando em ses ... se eu não tivesse parado para ler o fax, eu teria visto a janela aberta . A partir desse momento deixei de viver. O concierge chamou a ambulância, mas, obviamente, não havia esperança. Eric foi vê-lo no necrotério, mas eu simplesmente não conseguia. "
Lory descobriu, pouco depois da morte de Conor, que ela estava grávida de três meses de seu parceiro, empresário Silvio Sardi (agora marido). 'nos momentos mais sombrios, havia essa luz do novo bebê para buscar o meu meio.

Quando Devin nasceu em 23 de agosto, apenas dois dias depois do que teria sido o quinto aniversário de Conor, eu estava rindo e chorando ao mesmo tempo. Eu estava consciente de não sobrecarregar Devin com amor para preencher o vácuo deixado por Conor, e eu tive que aprender a parar de procurar Conor nele. Vou ter que fazer isso também com Loren, que parece estranhamente com Conor, mas, ao contrário de Devin, seu nascimento não foi ofuscada pela grande tristeza. "

O funeral de Conor foi realizada na Igreja de Santa Maria Madalena na aldeia natal de Clapton em Ripley, Surrey, com a presença de amigos famosos, incluindo Phil Collins, George Harrison e até mesmo Patti Boyd. 'Parecia irreal vendo aquela pequena caixa de madeira.
Eu nunca vi Eric dar um grito, mas as pessoas sofrem de maneiras diferentes. Eu chorava todos os dias, durante quatro anos, não há um dia que passe que eu não fale,ore ou pense em
Conor.
Na noite do funeral eu fiquei com Eric em sua casa - o mesmo lugar em que primeiro todos vivemos felizes juntos - e nós oramos e rezamos durante toda a noite.
'Tive pesadelos por anos, quando ouvi a voz do meu filho pedindo ajuda e eu corri para salvá-lo.

Eric ora, mas ele é uma pessoa muito introspectiva. Até hoje nunca se falou uma palavra sobre o que aconteceu.

Ele escreveu uma música Tears in Heaven, sobre isso, que era a sua maneira de lidar com a dor, mas eu nunca ouvi essa música. De vez em Amsterdam, ao ouvi-lo anunciado na rádio eu ouvi os primeiros compassos, mas eu fugi.
"Eu não posso nem ter uma imagem de Conor em minha casa para me lembrar porque é muito doloroso. Anos atrás, eu tranquei todas as fotos dele. Eu nem sei onde eles estão mais. Eu fiquei no apartamento onde ele se apaixonou por uma semana, sem poder fazer nada. Depois disso eu nunca mais voltei. Eu nunca mantive quaisquer das roupas ou brinquedos do meu filho. Eu não posso suportar ver qualquer imagem de Conor, mas seu rosto é claramente visível na minha cabeça. "

Dois anos após a morte de Conor, Lory perdeu outro menino que nasceu três meses prematuro e morreu de uma infecção em duas semanas.
Ela relançou sua carreira. Ela aluga apartamentos para modelos que vêm em missões para Milão,
continuou com sua fotografia e, ocasionalmente, apresenta programas de TV Itailian.



O DIA DE ILUMINAR QUEM AMAMOS!!!




...E foi assim...Os meninos fizeram ontem "O dia de iluminar quem amamos"...
é assim que eles chamam,eu não sabia,só soube ontem,eles criaram esse dia,uma vez a cada dois meses,no meio das árvores e fazem uma fogueira,como se fosse um acampamento,eles levam os violões e todos participam,cantam,oram e mandam energias para vocês aqui...é muito bonito e forte esse evento deles...Cada um canta uma canção e depois fala aos outros que ouvem atentos,todos sentados em volta da fogueira,falam de amor,de saudades e dedicam principalmente luz a vocês,por isso o nome do evento é esse:"O dia de iluminar quem amamos...Eles me disseram que será sempre no último domingo do mês, de agora em diante,sempre bimestralmente,assim vcs saberão,poderão marcar essa data e também enviar para eles um pensamento especial e uma prece,marquem no calendário viu!
Eu vi que vcs recebem imensa luz,todos se juntam dão as mãos e dessa união se espalha uma luz azul e dourada,parece um lampião,só que muito mais forte,é como se milhares de velas estivessem acesas,essa luz chega a terra!!é lindo de se ver gente!!Olha que presente vcs recebem!!!!
Não ouvi todos falando porque eram muitos,mas eram orações,músicas e palavras de muito amor,saudade e alegria também...
Que o dia de vcs hoje seja tão iluminado como aquela luz que receberam ontem!!
Força,esperança,fé e perseverança!!
Para as mães do ROSA AZUL....



É dia de iluminar quem amamos
Mãos dadas,corações transbordando
Luzes e luzes na terra vão se espalhando
Canções cantadas com lágrimas
dessa festa nossa Senhora é convidada
É dia de iluminar quem amamos
Reunidos em oração
trazendo Jesus no meio de nós
Fazendo as palavras dançarem com as lembranças
Nós,anjos e guerreiros,jovens e crianças
Todos chamados por Jesus
De olhos fechados fazendo um pedido
Que em nossa casa na terra o mestre possa adentrar
E nos corações doloridos habitar e cuidar
É dia de iluminar quem amamos
Sabemos que com o passar dos anos
A saudade só faz é sangrar
Do céu alcançamos suas mãos estendidas
e com fé vamos sarando a ferida
É dia de iluminar quem amamos
Quantas lágrimas e quantos planos
Projetos que na terra não Concretizamos
Nos corações de nossas mães ainda moramos
E na vida eterna que continuamos e tudo realizamos no céu
é dia de iluminar quem amamos
Aqueles que aqui com jesus aguardamos
Devem em Cristo esperar
Juntos nesse dia escolhido,orando,cantando,sorrindo e chorando...
Luzes e luzes na terra vão se espalhar...
Grupo Recanto Rosa Azul
(DANIEL)

BLOG VÓ MARIA CONGA

A VIDA APÓS A MORTE:


Novos estudos mostram que o luto é um processo mais complexo – e muitas vezes mais rápido – do que se imaginava. De onde vem a força ?




Marilena achava que estava começando a redescobrir a vida, nove anos depois da morte do marido, quando um acidente de carro lhe roubou o filho Paulo, de 20 anos. Ela decidiu abrir as cortinas de casa e enchê-la de flores. Não queria que os três outros filhos levassem uma vida amargurada. Desde então – e lá se vão cinco anos – desfila suas alegrias e tristezas todo ano em uma escola de samba. Alice Quadrado transformou o pesar causado pela morte da filha Eliana, aos 25 anos, em vontade de ajudar. Percebeu quanto outros pais que passavam por essa situação se sentiam sozinhos. Fundou uma associação , onde uns apoiam os outros e encontram forças para seguir em frente. “Foi a maneira que encontrei para dar significado a algo de muito ruim”, diz. Marilena e Alice descobriram o que existe além de uma das piores dores a que os seres humanos estão sujeitos: perder um filho.
“Já enterrei amigos, irmãos, mãe. Nada se compara à perda de uma filha”, diz Ana Cristina de Freitas Rocha, de 57 anos, mãe de Tatiana. A jovem de 20 anos morreu em 2005, de uma infecção generalizada diagnosticada tarde demais. “Essa dor é hors-concours”, diz Ana Cristina, usando uma expressão francesa que significa “fora de competição”. É justamente essa avalanche de sentimentos, que atinge quem perde alguém amado, que os cientistas têm tentado revolver. A quem viveu grandes tragédias pessoais, fizeram a mesma pergunta que nos ocorre ao conhecer histórias como as descritas nesta reportagem: como é possível Nós seríamos capazes?






A morte de 3 mil pessoas nos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, teve um papel inesperado no novo entendimento da ciência sobre a morte. O trauma redespertou o interesse da ciência pelo tema e impulsionou uma série de estudos que acompanharam a recuperação dos moradores de Nova York. Os resultados foram surpreendentes. Apenas seis meses após a tragédia, 65% das pessoas entrevistadas mostravam-se emocionalmente equilibradas. Essa taxa era alta até entre aquelas que perderam um amigo ou um parente na tragédia: 54% não tiveram a saúde emocional abalada, 35% já tinham se recuperado depois de desenvolver algum tipo de trauma e apenas 11% ainda enfrentavam dificuldades para se recuperar. As proporções, semelhantes àquelas encontradas por Bonanno e seus colegas em seus primeiros estudos, ajudaram a consolidar o nome que se deu ao outro lado da tristeza: resiliência.








Chamou-nos a atenção nesta notícia um termo que já tínhamos visto, sem pararmos para refletir sobre ele: RESILIÊNCIA.
E fomos procurar, agora com mais atenção, o seu significado:
“Resiliência surgiu na física e significa a capacidade humana de superar tudo, tirando proveito dos sofrimentos, inerentes às dificuldades. É trabalhado em todas as áreas, como saúde, finanças, indústria, sociologia, e psicologia. Embora seja um assunto muito recente entre nós, já é trabalhado há anos na América do Norte, com sucesso”.
A física nos diz que resiliência é a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original depois de sofrer um impacto.
Estudos mostram que todo ser humano traz em si essa capacidade de resiliência, mas nem todos de forma igual.
Enquanto uns superam sozinhos o impacto de seus sofrimentos, outros precisam de ajuda externa para essa superação.
Fátima Salgado, em seu artigo “A resiliência na visão espírita”, nos lembra que Joanna de Ângelis, no livro O despertar do Espírito (p. 173), nos esclarece que “essa força para o crescimento, haure-a ele (o espírito) na realidade de si mesmo, ínsita nos painéis profundos da sua essencialidade”.
Entendemos, com Joanna, que, ao nos criar, a Inteligência Suprema, Causa Primária de Todas as Coisas, providenciou-nos essa “resiliência” que agora os Cientistas descobrem e analisam.
Mas este Criador fez algo mais: não nos deu apenas a capacidade de voltarmos à nossa condição anterior ao impacto sofrido. Ele nos deu a condição de voltarmos transformados pela experiência, pois colocou em cada experiência que suas criaturas deveriam viver o objetivo de algo ensinar, proporcionando o ensejo de mudar o que precisa ser mudado com a nova noção aprendida.




O Espírito é um resiliente que volta à forma anterior, mas que jamais esta forma será a mesma, pois estará modificada pela lei do progresso, que é a que “detona” a transformação observada na “volta” do resiliente.
Muito interessante essa abordagem da vida depois da morte, porque este assunto sempre nos remete aos problemas ou experiências vivenciadas pelo Espírito que desencarnou.
Mas aqui o foco não é aquele que se foi, mas aquele que ficou depois que viu partir, pelas portas do que convencionou-se chamar-se morte, um ente muito caro.
É a abordagem da dor e do espanto ao se constatar a transitoriedade da vida física, embora ela assim o seja para todos nós, mas sempre achamos que não deveria ser para os que amamos.
Sempre temos que correr para a Doutrina Espírita quando o assunto é MORTE, pois não há maior autoridade no assunto do que ela. Mas para sermos fiéis aos seus ensinos, teríamos que desdobrar toda a codificação aqui, o que não é o caso.
Assim, obedecendo à característica deste trabalho, que é abordar de forma leve e resumida, à luz do Espiritismo, um assunto veiculado na mídia, vamos ficar com apenas uma pequena definição do Espírito Meimei, passada a nós pela mediunidade de Francisco Cândido Xavier: “A morte é uma ilusão entre duas expressões da mesma vida”.
É tão bela e profunda essa conclusão de Meimei, que merece a nossa reflexão.


FONTE: BLOG VOVÓ MARIA CONGA

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

CARTA DE UM EXCEPCIONAL, EMOCIONANTE!!!





Carta de um excepcional


Mamãe, num raro momento de felicidade, retomei a consciência, e, por alguns instantes, libertei-me do corpo.

Livre dos embaraços físicos, pedi a Deus a oportunidade de comunicar-me com você.

Sei o quanto sofre ao ver-me no corpo excepcional onde me abrigo como filho do seu coração e, por isso, quis falar-lhe:

— Saiba, mãezinha querida, antes de receber-me carinhosamente em seu ventre, eu era apenas um náufrago nos mares espirituais do sofrimento. Você foi a praia que me acolheu devolvendo-me a segurança.

Não pense que se eu tivesse morrido ao nascer teria sido melhor para nós dois. É um engano cruel, pois o que mais importa para mim é viver!

O seu amor é a força que pode prolongar-me a vida.

O corpo disforme, que hoje me sustenta a existência, representa para mim um tesouro de bênçãos onde reeduco o meu Espírito, aprendendo a valorizar a vida que tantas vezes desprezei.

Sei que sofre por eu não poder dar-lhe as alegrias de uma criança sadia, porém, reconforta-me saber que para as mães como você, Deus reserva as alegrias celestiais!

Ser mãe é missão natural das mulheres. Ser mãe de alguém como eu é missão que Deus só entrega a mulheres especiais como você.

Vou retornar ao corpo, assim como a ave retorna ao ninho onde se abriga das tempestades, mas antes rogo a Deus que a abençoe, colocando nesta rogativa a força da gratidão de um filho que teve a felicidade de ter um anjo como mãe!

Interessado em saber sobre esse assunto que intriga muita gente e provoca dúvidas quanto à Justiça Divina, Allan Kardec, Codificador do Espiritismo, fez algumas perguntas sobre idiotismo e loucura aos Espíritos Superiores:

Eis a primeira delas:
— Tem algum fundamento o pretender-se que a alma dos cretinos e dos idiotas é de natureza inferior?

E os sábios do espaço responderam:
— Nenhum. Eles trazem almas humanas, não raro mais inteligentes do que supondes, mas que sofrem da insuficiência dos meios de que dispõem para se comunicar, da mesma forma que o mudo sofre da impossibilidade de falar.

E o Codificador propôs outra questão:
— Que objetivo visa a Providência criando seres desgraçados, como os cretinos e os idiotas?

E a resposta:
— Os que habitam corpos de idiotas são Espíritos sujeitos a uma punição. Sofrem por efeito do constrangimento que experimentam e da impossibilidade em que estão de se manifestarem mediante órgãos não desenvolvidos ou desmantelados.

Mais uma pergunta:
— Qual será o mérito da existência de seres que, como os cretinos e os idiotas, não podendo fazer o bem nem o mal, se acham incapacitados de progredir?

E a resposta:
— É uma expiação decorrente do abuso que fizeram de certas faculdades. É um estacionamento temporário.

Outra questão:
— Pode assim o corpo de um idiota conter um Espírito que tenha animado um homem de gênio em precedente existência?

A resposta:
— Certo. O gênio se torna por vezes um flagelo, quando dele abusa o homem.

A superioridade moral nem sempre guarda proporção com a superioridade intelectual e os grandes gênios podem ter muito que expiar.

Os embaraços que o Espírito encontra para suas manifestações são semelhantes a algemas que tolhem os movimentos a um homem vigoroso.

Como podemos perceber, nas respostas dos Sábios do mundo invisível, o Espírito não é excepcional. Está enclausurado, temporariamente, num corpo desajustado.

Redação do Momento Espírita.
Do livro: "Perdão! O caminho para ser feliz".
De Nelson Moraes. E nas questões: 371 a 374.
Com base no "Livro dos Espíritos", De Allan Kardec.


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/meditacao-diaria/carta-de-um-excepcional/#ixzz2ifL3IGP0

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

TIRE O PÓ, SE PRECISAR!!!

Tire o pó se precisar.
Não deixe suas panelas brilharem mais do que você!!!!
Não leve a faxina ou o trabalho tão a sério! Pense que a camada de pó vai proteger a madeira que está por baixo dela! Uma casa só vai virar um lar quando você for capaz de escrever "Eu te amo" sobre os móveis! Antigamente eu gastava no mínimo 8 horas por semana para manter tudo bem limpo, caso "alguém aparecesse para visitar" - mas depois descobri que ninguém passa "por acaso" para visitar - todos estão muito ocupados passeando, se divertindo e aproveitando a vida! E agora, se alguém aparecer de repente? Não tenho que explicar a situação da minha casa a ninguém... ...as pessoas não estão interessadas em saber o que eu fiquei fazendo o dia todo enquanto elas passeavam, se divertiam e aproveitavam a vida... Caso você ainda não tenha percebido: A VIDA É CURTA... APROVEITE-A!!! Tire o pó... se precisar... Mas não seria melhor pintar um quadro ou escrever uma carta, dar um passeio ou visitar um amigo, assar um bolo e lamber a colher suja de massa, plantar e regar umas sementinhas? Pese muito bem a diferença entre QUERER e PRECISAR ! Tire o pó... se precisar... Mas você não terá muito tempo livre... Para beber champanhe, nadar na praia (ou na piscina), escalar montanhas, brincar com os cachorros, ouvir música e ler livros, cultivar os amigos e aproveitar a vida!!! Tire o pó... se precisar... Mas a vida continua lá fora, o sol iluminando os olhos, o vento agitando os cabelos, um floco de neve, as gotas da chuva caindo mansamente.... - Pense bem, este dia não voltará jamais!!! Tire o pó... se precisar... mas não se esqueça que você vai envelhecer e muita coisa não será mais tão fácil de fazer como agora... E quando você partir, como todos nós partiremos um dia, também vai virar pó!!! Ninguém vai se lembrar de quantas contas você pagou, nem de sua casa tão limpinha, mas vão se lembrar de sua amizade, de sua alegria e do que você ensinou. AFINAL: "Não é o que você juntou, e sim o que você espalhou que reflete como você viveu a sua vida."

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

A REALIDADE ESPIRITUAL DE MARIA DE NAZARÉ:


O último capítulo do livro “Boa Nova”, de Humberto de Campos (Espírito), retrata a verdadeira realidade espiritual de Maria de Nazaré, mãe de Jesus, que lhe conhecia a missão e teve um papel importante na comunidade da doutrina Cristã que nascia.



Acompanhe conosco o estudo do livro Boa Nova capítulo a capítulo

Diante de Jesus na cruz, ao relembrar sua infância, Maria sentiu a dor de uma mãe que perde o filho sem compreender que fizera seu filho para merecer aquilo.

a) Maria, desde esse instante, dá para todos nós um grande exemplo de humildade;

b) Sente-se ansiosa e triste, porém recorda a assistência de Deus em todos os momentos de sua vida;

c) A dor de Maria surgia da condição de mãe que o mundo lhe exigia;

d) Porém, sua humildade abria-lhe o coração à verdade do Deus amor que seu filho exemplificara, o que lhe deu a força moral para conseguir passar pela situação.


Com a chegada de João Evangelista, que abraça Maria na hora extrema de Jesus, o Mestre nos deixa uma linda lição sobre o verdadeiro parentesco e a vida após a morte.

a) Ao apontar João e dizer à própria mãe “eis aí teu filho”, Jesus dá a Maria uma chave para libertar o próprio coração pela perda de um ente querido: o DESAPEGO;

b) Se amar o próximo é fazer todo o bem que você pode a quem está a seu lado, não faz sentido chorar por aqueles que já passaram ao lado espiritual da vida;

c) Jesus e a Doutrina Espírita comprovaram que a vida continua no plano espiritual;

d) Ao mesmo tempo, Jesus nos ensinou a realidade do Deus Amor e também a Caridade como maior dos mandamentos;

e) Assim, o Mestre quis mostrar que, ao perder um filho, uma mãe ganha a humanidade inteira de “próximos” por quem pode fazer o bem;

f) Um pai, uma mãe, os filhos ou parentes próximos são sempre obras de amor inadiáveis, a primeira escola da Caridade;

g) Mas o lar será sempre o início do trabalho para que o Espírito chegue ao amor universal;

h) Eis o sentido de enxergarmos a todos como “irmãos”, nosso verdadeiro parentesco espiritual.


Nos anos seguintes à morte de Jesus, a vida de Maria seguiu emoldurada pela saudade e pelas desavenças entre os seguidores. Até que muda-se com João para Éfeso, onde as ideias de Jesus começavam a ganhar espaço entre pessoas simples e sinceras.

a) Deixando as discussões estéreis para trás, Maria e João buscam um lugar simples em que pudessem levar a mensagem consoladora de Jesus;

b) Reúnem cada vez mais pessoas em busca das boas notícias do Evangelho de Jesus;

c) Enquanto João pregava na cidade, Maria atendia em seu próprio lar os desventurados e espalhava esperança entre os sofredores;

d) Certa vez, quando um miserável leproso beijou-lhe as mãos depois de ter suas úlceras aliviadas, disse, reconhecido, que a mãe do mestre era “nossa Mãe Santíssima”;

e) Maria se esquivava dos elogios, mas quem não buscava em suas memórias e em sua doçura uma palavra de mãe que acalmasse o coração?

f) E aos desventurados e sofredores, Maria ensinava a paciência: “Isso passa. Só o reino de Deus é bastante forte para nunca passar de nossas almas, como eterna realização do amor celestial.”

g) Enquanto o núcleo cristão de Éfeso crescia, exigindo do tempo de João, Maria vivia quase sempre só, depois que a multidão de necessitados voltava a seus lares.


Os anos passaram e, no serviço ao próximo, as lembranças de Maria foram se atenuando. Com a prática da Caridade, Maria não sentia os incômodos da velhice —nem cansaços, nem amarguras. A certeza da proteção de Deus lhe dava consolo constante. Quando chegam as notícias das perseguições aos seguidores do Cristo em Roma, eis que certa noite chega-lhe um visitante:




“Minha mãe”, exclamou o recém-chegado, como tantos outros que recorriam ao seu carinho, “venho fazer-te companhia e receber a tua bênção”.

Maternalmente, ela o convidou a entrar, impressionada com aquela voz que lhe inspirava profunda simpatia. O peregrino lhe falou do céu, confortando-a delicadamente. Comentou as bem-aventuranças divinas que aguardam a todos os devotados e sinceros filhos de Deus, dando a entender que lhe compreendia as mais ternas saudades do coração. Maria sentiu-se empolgada por tocante surpresa. Que mendigo seria aquele que lhe acalmava as dores secretas da alma saudosa, com bálsamos tão dulçorosos? Nenhum lhe surgira até então para dar; era sempre para pedir alguma coisa. No entanto, aquele viandante desconhecido lhe derramava no íntimo as mais santas consolações. Onde ouvira noutros tempos aquela voz meiga e carinhosa?! Que emoções eram aquelas que lhe faziam pulsar o coração de tanta carícia? Seus olhos se umedeceram de ventura, sem que conseguisse explicar a razão de sua terna emotividade.

Foi quando o hóspede anônimo lhe estendeu as mãos generosas e lhe falou com profundo acento de amor:

“Minha mãe, vem aos meus braços!”

Nesse instante, fitou as mãos nobres que se lhe ofereciam, num gesto da mais bela ternura. Tomada de comoção profunda, viu nelas duas chagas, como as que seu filho revelava na cruz e, instintivamente, dirigindo o olhar ansioso para os pés do peregrino amigo, divisou também aí as úlceras causadas pelos cravos do suplício. Não pôde mais. Compreendendo a visita amorosa que Deus lhe enviava ao coração, bradou com infinita alegria:

“Meu filho! meu filho! as úlceras que te fizeram!…”

E precipitando-se para ele, como mãe carinhosa e desvelada, quis certificar-se, tocando a ferida que lhe fora produzida pelo último lançasso, perto do coração. Suas mãos ternas e solícitas o abraçaram na sombra visitada pelo luar, procurando sofregamente a úlcera que tantas lágrimas lhe provocaram ao carinho maternal. A chaga lateral também lá estava, sob a carícia de suas mãos. Não conseguiu dominar o seu intenso júbilo. Num ímpeto de amor, fez um movimento para se ajoelhar. Queria abraçar-se aos pés do seu Jesus e osculá-los com ternura. Ele, porém, levantando-a, cercado de um halo de luz celestial, se lhe ajoelhou aos pés e, beijando-lhe as mãos, disse em carinhoso transporte:

“Sim, minha mãe, sou eu!… Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos Anjos.”

Maria cambaleou, tomada de inexprimível ventura. Queria dizer da sua felicidade, manifestar seu agradecimento a Deus; mas o corpo como que se lhe paralisara, enquanto aos seus ouvidos chegavam os ecos suaves da saudação do Anjo, qual se a entoassem mil vozes cariciosas, por entre as harmonias do céu.

No outro dia, dois portadores humildes desciam a Éfeso, de onde regressaram com João, para assistir aos últimos instantes daquela que lhes era a devotada Mãe Santíssima.”


Antes de partir em definitivo para seus novos aprendizados espirituais, Maria desejou, já em Espírito, rever os cristãos que estavam presos sob o martírio dos romanos. É então conduzida pela caravana espiritual que lhe assistia até lá, onde nos deixa maravilhosa lição.

a) Maria não enxerga o desenlace do corpo físico como uma libertação de um “vale de sombras”;

b) Nem se afasta da dificuldade do próximo ao partir;

c) Tendo alcançado a sublime felicidade com a Caridade e o retorno do próprio filho, quer dividir sua felicidade com os que mais sofriam naquele instante;

d) Sua simples aproximação espiritual banhou os cárceres de Roma num consolo desconhecido;

e) Sentindo-se verdadeira mãe dos sofredores do mundo, Maria compartilhou das angústias de todos, reforçando em cada um as preces e a confiança em Deus;

f) Desejou dar a eles uma lembrança perene, mas pensou: que possuía ela para lhes dar?

g) Decidiu então deixar entre eles a força da alegria, e convidando uma jovem encarcerada a cantar, deixa-nos sua mensagem eterna como aquela por quem nasceu nosso Amigo e Mestre:


“Canta, minha filha! Tenhamos bom ânimo!… Convertamos as nossas dores da Terra em alegrias para o Céu!”

Eis o exemplo e a mensagem de Nossa Mãe Espiritual, que desde então auxilia Jesus e o Pai a reconduzir todos aqueles que sofrem e se enganam ao verdadeiro Caminho da Luz e da Caridade.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

A MORTE DE UM FILHO É GRAVIDEZ AO CONTRÁRIO:



Bruno e o filho Gabriel

A morte de um filho
é uma gravidez às avessas
volta pra dentro da gente
para uma gestação eterna


aninha-se aos poucos
buscando um espaço
por isso dói o corpo
por isso, o cansaço


E como numa gestação ao contrário
a dor do parto é a da partida
de volta ao corpo pra acolhida
reviravolta na sua vida


E já começa te chutando, tirando o sono
mexendo os órgãos, lembrando ao dono
que está presente, te bagunçando o pensamento
te vazando de lágrimas e disparando o coração,


A morte de um filho é essa gravidez ao contrário
mas com o tempo, vai desinchando
até se transformar numa semente de amor
e que nunca mais sairá de dentro de ti.

* * *

Este texto foi lido por Bruno Gouveia, vocalista da banda Biquini Cavadão, na missa de sétimo dia realizada no dia 24/06/2011, na "Igreja Nossa Senhora da Paz", no Rio de Janeiro. Nesta igreja, duas semanas antes, o cantor esteve com o filho Gabriel Kfuri, morto em um acidente de helicóptero, juntamente com sua mãe, Fernanda Kfuri. Bruno, então, lhe apresentava a “casa do papai do céu”. "Eu lhe expliquei que o papai do céu tinha muitas casas como esta para convidar todos a visitar e ver como o céu é bonito, já que a gente não consegue ir lá. Ele me disse que não queria ir pro céu. Então eu ri e lhe disse que um dia Ele nos chamaria, mas que ainda não era hora disso acontecer", disse.


Bruno Gouveia ainda relatou seu estado de espírito, antes de ler o poema acima. "Estranha paz esta que me invade. Muitos pais vêm chorar comigo, pois sentem a dor daquilo que mais temem. A perda de um filho. Eu lhes digo. Espero que nunca saibam e sintam o que eu, Dario e Zé Luca estamos vivendo. Esta semana, em meio a uma tarde triste em que o vazio me abateu por não ter mais quem buscar na creche, escrevi este texto. Algo que me doeu botar para fora, ou para dentro de mim, mas que sintetiza tudo que sinto e renova minha esperança por dias melhores".

Veja mais no blog que Bruno fez para seu filho: Entre Mim e Você

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

ADEUS ALMA QUERIDA...


Adeus, alma querida "Se você ama alguma coisa, deixe-a livre. Se voltar, é sua. Se não voltar, nunca foi." Se, no caminho do teu saara, encontrares uma alma que te queira bem, aceita em silêncio o suave ardor da sua benquerença - mas não lhe peças coisa alguma, não exijas, não reclames nada do ente querido. Recebe com amor o que com amor te é dado - e continua a servir com perfeita humildade e despretensão. Quanto mais querida te for uma alma, tanto menos a explores, tanto mais lhe serve, sem nada esperar em retribuição. No dia e na hora em que uma alma impuser a outra alma um dever, uma obrigação, começa a agonia do amor, da amizade. Só num clima de absoluta espontaneidade pode viver esta plantinha delicada. E quando então essa alma que te foi querida se afastar de ti - não a retenhas. Deixa que se vá em plena liberdade. Faze acompanhá-la dos anjos tutelares das tuas preces e saudades, para que em níveas asas a envolvam e de todo mal a defendam - mas não lhe peças que fique contigo. Mais amiga te será ela, em espontânea liberdade, longe de ti - do que em forçada escravidão, perto de ti. Deixa que ela siga os seus caminhos - ainda que esses caminhos a conduzam aos confins do Universo, à mais extrema distância do teu habitáculo corpóreo. Se entre essa alma e a tua existir afinidade espiritual, não há distância, não há em todo Universo espaço bastante grande que de ti possa alhear essa alma. Ainda que ela erguesse vôo e fixasse o seu tabernáculo para além das últimas praias do Sírio, para além das derradeiras fosforescência da Via Láctea, para além das mais longínquas nebulosas de mundos em formação - contigo estaria essa alma querida... Mas, se não vigorar afinidade espiritual entre ti e ela, poderá essa alma viver contigo sob o mesmo teto e contigo sentar-se à mesma mesa - não será tua, nem haverá entre vós verdadeira união e felicidade. Para o espírito a proximidade espiritual é tudo - a distância material não é nada. Compreende, ó homem/mulher - e vai para onde quiseres! Ama - e estarás sempre perto do ente amado... Em todo o Universo... Dentro de ti mesmo... (Texto extraído do livro De Alma para Alma, de autoria de Huberto Rohden, publicado pela Editora Martin Claret)


Clique aqui para ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/amizade/adeus-alma-querida-humberto-rohden/#ixzz2i0nPNMsw

A ANGÚSTIA DO (BREVE) ADEUS E A TERAPIA FLORAL


Pero porque pido silencio no crean que voy a morirme: me passa todo lo contrario: sucede que voy a vivirme. P. Neruda


Não ignoramos: por toda a Terra a morte agarra o que está vivo porque ela é nosso incontornável destino, ainda que seja universal o sofrimento que advém da perda de alguém que nos é importante e precioso.

Infelizmente, a própria estrutura adotada pela sociedade ocidental, individualista, facilita, e mesmo promove, a evitação do tema morte. Não é acaso que o morrer seja quase sempre solitário e/ou para muitos no ambiente asséptico dos hospitais. Também por isso mais difícil se torna para as pessoas se recuperarem de uma perda e viverem com mais naturalidade o processo de luto e seu necessário encerramento, muitas vezes demarcado pelo ímpeto que toma o sobrevivente de seguir em frente com uma nova vida.

E, geralmente, apesar da perda de uma pessoa amada ser considerada como um dos acontecimentos mais estressantes que um indivíduo possa experimentar, a maioria das pessoas se recupera da perda sem ajuda profissional.

Ainda. Sim, o tempo acaba por ser o maior cúmplice para nos ajudar a superar/aceitar a perda inolvidável, à medida que permite uma recuperação lenta e gradual (sempre a depender de cada indivíduo e sua forma subjetiva de lidar com a realidade).

Mas o trabalho do luto depende de forma primordial da aceitação da perda e das consequentes mudanças na vida do enlutado. Desse modo, normalmente, após a morte de alguém que nos é caro existe uma série de tarefas de luto que têm de ser realizadas para que o equilíbrio seja restabelecido e a pessoa consiga reinvestir suas emoções e sentimentos na vida e nos vivos.

Alguns especialistas que se dedicam à vivência/superação do luto explicam que a adaptação à perda, e o consequente deixar ir, abarca quatro tarefas:

- aceitar a realidade da perda – há, aqui, a necessidade da compreensão de que a pessoa morreu e não irá voltar. O funeral, portanto, ajuda o enlutado a avançar na aceitação da perda, no reconhecimento definitivo da ausência permanente e diária daquele que morreu;

- trabalhar a realidade derivada da perda – vivenciar com plenitude a dor do sofrimento, ou seja, não evitar o sofrimento consciente e, por isso, sentir tristeza (choro recorrente), raiva, culpa, autocensura, ansiedade, torpor, medo etc. Permitir-se, portanto, o enlutado satisfazer a dor, senti-la e saber que um dia ela passará;

- ajustar-se a um ambiente no qual o falecido está ausente – ajustamentos são exigidos por parte do enlutado à sua nova realidade. Assim, por exemplo, o cônjuge que sobreviveu estava habituado com o marido jardineiro, agora ausente... Pequenas atividades diárias, antes compartilhadas ou divididas, agora deverão sofrer um ajuste pelo cônjuge sobrevivente. Logo, esta tarefa exige a implementação cotidiana daquele trecho do poema de P. Neruda: “ahora me dejen tranquilo./Ahora se acostumbren sin mí” (in: Pido Silencio);

- transferir emocionalmente o falecido e prosseguir com a vida – a pessoa necessitará perceber que poderá voltar a amar sem deixar de amar a pessoa que perdeu; e esta é em consequência uma tarefa difícil de ser implementada para muitos, especialmente alguns viúvos/viúvas.

Mas independente da história de cada um, do modo particular de lidar a pessoa com acontecimentos difíceis e considerando ainda que por enquanto pertencemos a uma sociedade muito individualista, pois fraco o apoio comunitário, a terapia floral pode ajudar no processo do luto, no cuidado/superação do sofrimento perante a perda de uma mãe, cônjuge, filho ou outro familiar importante.

As essências florais auxiliam a adaptação do indivíduo à perda, ajustando sua vitalidade e campo mental/emocional para a implementação das tarefas descritas acima e com isso o consequente ímpeto de viver e seguir em frente, embora a ausência e a natural saudade.

Minha mãe faleceu recentemente. Como filha (e enlutada) pude testar a experiência devastadora da perda, ainda que, como espírita, reconheça a morte como “a curva da estrada” (F. Pessoa).

E para dosar a dor da ausência, para administrar a elaboração interna do “deixar ir” (porque perder a mãe é também uma experiência psíquica e que exige uma série de reajustes internos, próprios a uma busca interior de autonomia e/ou vida psicológica mais rica), eu me vali das essências florais e elas me ajudaram a experimentar a minha dor, chorar, entristecer-me, mas também me sentir consolada, fortalecida e disponível para seguir em frente.

Além disso, como terapeuta, habituei-me a ajudar por meio dos florais sobreviventes de diversas idades, crenças, culturas e comportamentos, porque o luto é experiência universal e que mexe no coração de todo aquele que ama ou que se sinta, de alguma maneira, vinculado ao que morreu...

Testemunho sempre uma rápida compreensão/transformação positiva naqueles que buscam a terapia floral. Assim, com o uso das essências se fortalece uma disponibilidade no sobrevivente para que ele siga de maneira mais eficaz com sua vida, adaptando-se de forma mais rápida e saudável com sua nova realidade – a da ausência. Há, portanto, diversas essências florais que podem cooperar para que o luto seja vivido e, em um tempo mais célere, encerrado.

“Morrer é só não ser visto”, anotou o poeta Pessoa. Confiamos que sim, mas enquanto aqui, nesta dimensão do solo escuro, no qual cada um de nós se tornará pó, creio que as essências florais podem aliviar a dor da perda favorecendo recursos internos que transformam o sofrimento agudo pela ausência em uma saudade serena, que simplesmente seguirá conosco, mas sem afetar a condução de nosso existir – pois em verdade o adeus é sempre breve...

Por fim, para ajudar no processo do “deixar ir”, põe em prática o bom conselho da Veneranda Mentora de Divaldo Franco: “recorda os teus desencarnados com carinho, envolvendo-os em ternura e orações. Fala-lhes mentalmente a respeito da realidade na qual se encontram e de como se devem portar, procurando o apoio dos guias e a proteção do Senhor da Vida” (in: Entrega-te a Deus, p. 90).

Algumas notas:

Os remédios florais trabalham segundo o mesmo princípio da homeopatia – eles transmitem um padrão de energia. Eles são excelentes para o autocuidado. Em 5 de maio de 2006, o Ministério da Saúde baixou a Portaria 917 incluindo as medicinas complementares, dentre as quais as essências florais, no Sistema Único de Saúde do Brasil. A Terapia Floral já é ensinada e pesquisada em conceituadas universidades do Brasil e de diversos países. E se você quiser tomar as essências florais, consulte um terapeuta floral ou profissional com especialização em essências florais. Posteriormente, avie a sua receita numa farmácia homeopática ou de manipulação.

A Terapia Floral é fundamentada no trabalho de Dr. Edward Bach, médico inglês, que por volta de 1930 buscando a raiz do sofrimento humano e as causas verdadeiras dos desequilíbrios físicos e psíquicos, observou que estes não se devam ao acaso e nem mesmo eram fruto de agentes patogênicos, como bactérias ou microorganismos. Percebeu que determinadas doenças, muitas vezes, são as tendências emocionais desequilibradas no recôndito do Ser. Em consequência, sua proposta terapêutica envolve o tratamento da pessoa e não da doença, isto é, do todo e não das partes.

Os Remédios Florais constituem um método alternativo de tratamento usado largamente na terapêutica de várias patologias em muitos países do mundo. Os Remédios Florais são reconhecidos como tratamento natural pela OMS desde 1956.

A Terapia Floral tem caráter de autocura, como preconizado pelo Dr. Bach e os remédios forais não apresentam efeitos colaterais ou interações medicamentosas com produtos alopáticos, homeopáticos ou com outras substâncias, alimentos ou bebidas.



Eugênia Pickina








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terça-feira, 15 de outubro de 2013

DEPRESSÃO E LUTO... COMPREENDAM E RESPEITEM ESSA DOR


Vazio absoluto. Um nada sem chão, teto ou paredes. Mais que um poço fundo, o fundo sem o poço. A falta de ar. O desespero. A desesperança. Irracional, ilógico, inaceitável. As palavras e imagens mais fortes não são capazes de definir, na opinião de especialistas ouvidos pelo Estado, o luto de uma mãe que perde um filho.

“A morte de um filho deixa cicatriz indelével, uma dor eterna”, explicou o psicanalista e psiquiatra Jorge Forbes, presidente do Instituto da Psicanálise Lacaniana. “É a pior situação humana, não há perda maior. Não tem nada de simbólico para a pessoa a elaborar essa perda. Você morre junto mesmo!”

Se a morte dos pais é natural, decorrente da velhice, a dor é amenizada pela previsibilidade. “O filho vai se preparando durante toda a vida para a perda dos pais. O trabalho de luto é constante. Ele vai constituindo outra família, repete nomes de antepassados nos filhos, muda de posição em relação aos pais - passa a ser provedor -, começa a falar de herança etc.” A perda vai, então, se transformando em memória.

O mesmo processo ocorre quando pais perdem filhos de forma previsível. “Ao longo de uma doença do filho, por exemplo, a dor dos pais é terrível, mas haverá elaboração. O luto começa no dia do diagnóstico e eles iniciam a substituição da presença pela memória”, explicou o psiquiatra.

Por ser “antinatural”, a morte imprevisível do filho é a que mais desestabiliza o ser humano. Nesse caso, o processo de substituição da presença pela memória e de recolocação no mundo fica muito mais lento e doloroso porque os pais não conseguem lidar com seus sentimentos. “A pessoa, nos momentos imediatamente posteriores à perda, percebe abaladas suas sensações de segurança, esperança, entusiasmo e previsão de futuro - o popular ‘tô sem chão’. Paradoxalmente, essas são as ferramentas para o trabalho de luto. Os pais ficam num vazio absoluto.”

A psicóloga Gabriela Caselatto, doutora em luto materno pela PUC-SP, afirmou que a perda para a mãe é mais dolorosa que para o pai, pelo que o filho significa na vida dela. “Representa questões de infância, identidade pessoal, desempenho como mãe e expectativas de futuro que se cria em relação ao filho, que é continuidade da vida dela.”

Segundo Gabriela, após a perda, as mães sentem muita culpa. “Por sobreviver, já que o filho, de forma antinatural, morreu antes dela; pelos cuidados que imagina que poderiam ter impedido a morte dele e por sentir prazer na vida depois da morte de um filho.”

Outro drama enfrentado pelo casal após a perda é a dificuldade em conviver. Segundo a psicóloga, pesquisas indicam que 80% dos casais que perdem filhos se separam. “Os dois não conseguem conversar. Se o marido não quer falar porque dói e a esposa precisa falar porque ajuda na dor, um incomoda o outro.”

Elizabeth contou que, após a morte do filho, fica com o coração mais apertado quando vê uma família com pai, mãe e todos os filhos por saber que nunca mais terá sua família junta novamente. “Não existe ex-mãe nem ex-filho. Vou deixar de pensar no meu filho só no dia em que for calada pela morte.”
A tristeza é um dos sentimentos humanos mais dolorosos. Todos nós temos contato com ela em algum momento de nossas vidas. A tristeza passageira, a "fossa" ou "baixo-astral", o "estar down" fazem parte da vida, e são superados após algum tempo. O luto, após a perda de um ente querido, manifesta-se por um sentimento de tristeza e vazio e também é superado com o correr do tempo.
Devem-se distinguir a tristeza e o luto normais da depressão.
A depressão é uma doença, como outra qualquer, que se caracteriza por uma tristeza profunda e duradoura, além de outros sintomas e que dispõe hoje de tratamentos modernos para alívio do sofrimento que acarreta.
A depressão é uma doença bastante comum. A cada ano, uma em cada vinte pessoas apresenta depressão. As chances de alguém ter uma depressão ao longo da vida são de cerca de 15%. Ela se manifesta mais freqüentemente no adulto, embora possa ocorrer em qualquer faixa de idade, da criança ao idoso. É mais freqüente nas mulheres do que nos homens.
É muito importante que as pessoas saibam perceber a depressão para poder procurar ajuda especializada e tratamento. A pessoa sente uma tristeza intensa, que não consegue vencer. Ela pode achar que isso é uma "fraqueza de caráter" e tem vergonha de pedir ajuda, ou então não sabe que se trata de uma doença como outra qualquer, passível de tratamento com grandes chances de sucesso.
Nessa situação é muito importante que os familiares ou amigos próximos tomem a decisão de levá-la ao médico, seja o clínico, médico da família ou psiquiatra. Este fará uma avaliação minuciosa do quadro, orientando na realização de eventuais exames laboratoriais, bem como no tratamento.
Os principais sintomas da depressão são:
tristeza profunda e duradoura (em geral mais do que duas semanas);
perda do interesse ou prazer em atividades que antes eram apreciadas;
sensação de vazio;
falta de energia;
apatia;
desânimo;
falta de vontade para realizar tarefas;
perda da esperança;
pensamentos negativos, pessimistas, de culpa ou auto-desvalorização.
Além desses, a pessoa pode ter dificuldade para concentrar-se, não dorme bem, tem perda do apetite, ansiedade e queixas físicas vagas (desconforto gástrico, dor de cabeça, entre outras).
Em casos mais graves, podem ocorrer idéias de morte, havendo até pessoas que tentam o suicídio.
A depressão é freqüentemente uma doença recorrente. A pessoa tem episódios de depressão que se repetem de tempos em tempos.
A causa da depressão não é conhecida. Sabe-se que vários fatores biológicos e psicológicos podem contribuir para seu aparecimento.
Em algumas pessoas a hereditariedade tem um peso importante, outros parentes também apresentam depressão. Com muita freqüência a depressão começa após alguma situação de estresse ou conflito e depois persiste, mesmo após a superação da dificuldade.
As pesquisas mostram que na depressão há um desequilíbrio químico no cérebro, com alterações de neurotransmissores (substâncias que fazem a comunicação entre as células nervosas) principalmente da noradrenalina e da serotonina. A descoberta destas alterações permitiu o desenvolvimento de medicamentos específicos para o tratamento da depressão: os medicamentos antidepressivos.
O tratamento da depressão se faz atualmente com a combinação do medicamento antidepressivo com a psicoterapia. Esses medicamentos permitem uma recuperação gradual da depressão (em geral em algumas semanas) além de proteger a pessoa de novas crises depressivas. Por isto muitas pessoas precisam tomá-los por longos períodos de tempo, as vezes por toda a vida. Como os medicamentos demoram algum tempo para agir, é importante não desanimar. Nesse período o apoio e a compreensão dos familiares é fundamental.
A abordagem psicoterápica concomitante ao uso de medicamentos permite que o tratamento de depressão seja mais efetivo. A razão para a utilização das duas formas de tratamento está na sua complementaridade. A depressão, qualquer que seja sua origem, acarreta na pessoa deprimida uma série de alterações em suas relações com as pessoas que a cercam, em suas atividades e fundamentalmente, na forma de expressão afetiva que possui.
A dinâmica de suas emoções encontra-se prejudicada. É nesses aspectos que a psicoterapia pode auxiliá-lo. Leva a pessoa a reflexões sobre seu funcionamento dinâmico de suas emoções, possibilitando assim a reconstituição de seu modo de ser, que se encontra circunstancialmente alterado.

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