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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

O ÚLTIMO SUSPIRO - DESPRENDIMENTO DO CORPO APÓS A MORTE:






Pergunta: Quando uma pessoa morre, o espírito sai do corpo, no mesmo instante do último suspiro? Ou demora para sair? Pergunto isso, porque meu pai, quando morreu, quase no mesmo instante, foi visto por minha tia na casa dela em outra cidade. Isso é possível?








RESPOSTA DE HERCULANO PIRES:


“Sim. Isso é possível. É possível, porque o espírito, ao se desprender do corpo, o faz de acordo com sua situação espiritual.


As pessoas que demoram a se desprender do corpo, que ficam muito tempo apegadas ao cadáver, são aquelas que viveram uma vida intensamente material. O pensamento voltado sempre para as coisas materiais, pouco se preocupando com os problemas espirituais. Então elas se sentem, naturalmente apegadas aquilo, ao que seu pensamento esteve sempre voltado. É uma questão de hábito. E têm dificuldades em se retirar do cadáver.


Mas pessoas já mais espiritualizadas, que não passaram a vida apenas para viver materialmente e que souberam elevar o seu pensamento, souberam pensar em Deus, pensar que existe outra vida e que souberam ser úteis ao próximo, dar-se a si mesmo em beneficio dos outros, ao invés de querer tudo para si, essas pessoas geralmente saem com muita rapidez.


Mal o corpo começou a perder sua vitalidade, o espírito vai abandonando-o, sai com rapidez. E pode, conforme o grau evolutivo que a pessoa atingiu no plano moral, imediatamente comunicar-se com pessoas distantes.


No caso dessa sua tia, por exemplo, poderia ter sido. Não sei se foi. Poderia ter sido um aviso de morte. Porque geralmente os espíritos fazem isso. É um dos casos, que levou a parapsicologia atual a incluir no seu esquema fenomênico, um novo tipo de fenômeno, chamado de fenômeno Teta.


Teta, quer dizer fenômenos relacionados com a morte. Porque Teta é a oitava letra do alfabeto grego, com a qual se escreve morte em grego. Então os cientistas tomaram essa letra, como designativas desses tipos de fenômenos. Os fenômenos principalmente de aviso de morte. Porque esses fenômenos foram comprovados exaustivamente pelas pesquisas parapsicológicas.


Hoje, cientificamente o aviso de morte é uma verdade. É uma realidade. Então nós vemos que as pessoas que morrem, podem comunicar-se com outras à distância, mostrando a elas que morreram, dando um sinal. E esse sinal consiste em aparecerem ou em provocarem um fenômeno qualquer como sendo a derrubada de seu retrato que está na parede ou outro sinal qualquer que desperta na pessoa a idéia daquela pessoa que morreu e ao mesmo tempo a relaciona com um problema que ela vai ter que solucionar. Ela vai saber o que aconteceu com a pessoa e aí descobre que morreu. De maneira que a manifestação de seu pai a essa sua tia é perfeitamente viável.”



(PROGRAMA DE RÁDIO “NO LIMIAR DO AMANHÔ DATADO DE 22.06.1974)



Texto retirado do blog “ Espiritismo, por José Herculano Pires

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

O DESPERTAR NO ALÉM TÚMULO VARIA DE ESPÍRITO A ESPÍRITO?



Temas da Vida e da Morte

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 22)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Temas da Vida e da Morte, de Manoel Philomeno de Miranda, obra psicografada por Divaldo P. Franco.

Questões preliminares

A. O despertar no além-túmulo varia de Espírito a Espírito?

Sim. A morte biológica não é igual para todos, sendo o despertar na ultratumba conforme o comportamento vivenciado durante a existência corporal. Tomando consciência da realidade na qual ora se encontram, os Espíritos lúcidos passam a experimentar verdadeira revolução conceptual, obrigando-se a reconsiderar opiniões e objetivos aos quais se aferravam antes da libertação. A surpresa que lhes assinala a consciência ante outros valores, alguns dos quais lhes eram desconhecidos ou não considerados, fá-los reavaliar o comportamento cultural e emocional, direcionando-os a novas ações, algumas bem diversas daquelas a que se habituaram no corpo somático.(Temas da Vida e da Morte - Identificação dos Espíritos, pp. 147 e 148.)

B. O pensamento do Espírito, na comunicação mediúnica, sofre influência do medianeiro encarnado?

Quanto à forma, sim. O médium coa o pensamento do Espírito e veste-o com os seus recursos, num automatismo que o exercício lhe faculta, decorrente do conhecimento da sua função, da disciplina mental e, enfim, de diversos requisitos indispensáveis a um bom desempenho da tarefa. Para entender isso, vejamos o que ocorre quando solicitamos a pessoas diversas que transmitam um recado a um destinatário exigente. Chamados vários indivíduos, de diferente formação cultural, moral e educativa, participe-se a eles a informação, pedindo que cada um, a seu turno, transmita a mensagem oral que ora se lhes entrega. Sem dúvida, cada um dará conta da incumbência, não conforme aconteceu, mas consoante sua capacidade retentiva, sua emoção e lucidez, com variantes tais que produzirão confusão naquele a quem foi endereçada. Temos aí pálida ideia do que ocorre no intercâmbio mediúnico. (Obra citada - Identificação dos Espíritos, pp. 149 a 151.)

C. Nas comunicações de Espíritos que utilizavam idiomas diferentes da língua usada pelo médium, em que idioma a comunicação será dada?

Esses Espíritos podem expressar-se tanto na língua-mãe, utilizada por eles, qual ocorre na xenoglossia, quanto no idioma do médium, sendo mais fácil esta última opção, em se considerando que a linguagem dos desencarnados é a do pensamento, que o médium capta e a que dá forma, no inconsciente, através das expressões nacionais, de acordo com a linguagem que lhe é comum. Contudo, nas ocorrências da xenoglossia, as comunicações somente se dão exatas quando há matrizes no inconsciente profundo do médium, que terá vivido naquelas regiões onde se falavam aqueles idiomas, em existências anteriores. (Obra citada - Identificação dos Espíritos, pp. 149 a 151.)

Texto para leitura

85. Mediunidade bem exercida é roteiro de iluminação - Variam as condições para o fenômeno, conforme são as diferentes mediunidades. Não havendo dois médiuns iguais, como ocorre em outros campos de atividade, cada qual é o resultado das conquistas atuais e pregressas, que lhe ensejam os recursos indispensáveis à execução do mister abraçado. Assim, há aqueles que facilmente se comunicam com os Espíritos, em decorrência de suas experiências iniciais terem ocorrido em outras reencarnações, nas quais treinaram a aptidão que possuíam. Outros, no entanto, são mais tardos nesse desiderato, o que em nada lhes diminui o valor; pelo contrário, mais lhes amplia o merecimento, em face do esforço que empreendem até o coroamento pelo êxito. O importante, num como noutro, serão os objetivos que perseguem em favor da tarefa espiritual, a conduta que se impõem, buscando valorizar a vida e a oportunidade na luta pelo aprimoramento interior, o desinteresse por qualquer retribuição, provinda dos que se beneficiam com o seu labor, tomando para si as instruções que recebem, antes que para os outros. A mediunidade bem exercida é roteiro de iluminação, que proporciona venturas inimagináveis, quando a afeição e o amor a abraçam, em favor da Humanidade. Assim considerada e vivida, serão superados os fatores do meio que, ao invés de influenciar sempre, passa a sofrer-lhe a influenciação, estabelecendo-se psicosfera benéfica quão salutar para todos aqueles que constituem o Grupo no qual ela se desdobra. Não se descarte, pois, a influência do meio, que deve ser superior, nem do médium, que se deve apresentar equipado dos recursos próprios, de modo que se recolham boas e proveitosas comunicações, ampliando-se o campo de percepção do Mundo Espiritual, causal e pulsante, no qual se encontra mergulhado, em escala menor, o físico por onde se movimentam os homens, no processo de crescimento e evolução. (Influência do meio e do médium, pp. 145 e 146.)

86. O despertar no além-túmulo não é igual para todos - Questão grave, a da identificação dos Espíritos, nos fenômenos mediúnicos. Utilizando-se de um equipamento muito complicado, nem todos os comunicantes sabem manipulá-lo como seria de desejar. Além disso, as próprias complexidades e circunstâncias em que ocorre o fenômeno geram desafios aos mais experientes desencarnados, que se veem a braços com a vontade e o caráter do médium, no momento das comunicações. Deve-se também ter em mente que a morte biológica não é igual para todos, sendo o despertar na ultratumba conforme o comportamento vivenciado durante a existência corporal. Tomando consciência da realidade na qual ora se encontram, os Espíritos lúcidos passam a experimentar verdadeira revolução conceptual, obrigando-se a reconsiderar opiniões e objetivos aos quais se aferravam antes da libertação. A surpresa que lhes assinala a consciência ante outros valores, alguns dos quais lhes eram desconhecidos ou não considerados, fá-los reavaliar o comportamento cultural e emocional, direcionando-os a novas ações, algumas bem diversas daquelas a que se habituaram no corpo somático. Ampliam-se-lhes os horizontes da compreensão humana, e a visão, a respeito do destino, passa a experimentar uma correção de ângulo, que exige acuradas reflexões e largo esforço reeducativo. Embora não se modifiquem as áreas afetivas, as dos interesses antes tão significativos sofrem alterações de magnitude. Os literatos e poetas, romancistas e pertencentes à faina periodística veem alterados os fins que antes perseguiam, e as temáticas que lhes eram familiares, carregadas de emoção e paixões específicas, cedem lugar a objetivos bem diversos daqueles que os impeliam às competições, às lutas nas quais disputavam projeção e relevo. Deixam de lado, então, porque sem significado, as láureas e honras humanas, as glórias e homenagens, que os agradavam antes, e vestem o burel da humildade e reformulam opiniões, agora com idealismo diferente. (Identificação dos Espíritos, pp. 147 e 148.)

87. O fenômeno mediúnico exige acurada percepção para ser analisado - Certamente não lhes esmaece o vigor nem o entusiasmo pela ação promotora do progresso, o desejo sincero de oferecer cultura e beleza. Mas a forma de fazê-lo se altera, e os modismos envaidecedores, que os caracterizavam, perdem a empatia anterior, o interesse central. Mantêm eles o estilo, pois cada ser possui características próprias, tipificadoras, como resultado da soma das suas experiências e conquistas, valores esses que lhes exornam a individualidade eterna. Desinteressam-se, no entanto, pela grafia e até pela gramática, quando escrevem do Além, embora os mais habilitados no intercâmbio busquem conciliar tais recursos, unindo ao conteúdo superior de que tratam a forma elegante e escorreita. Estranham, porém, os críticos do fenômeno mais exigentes, que não encontram, nos seus autores preferidos, quando em mensagens mediúnicas, aquele gênio e aquela grandeza que se acostumaram a admirar. Afirmam até que são menos fecundos e originais no além-túmulo, do que o foram quando nas lides do proscênio humano. É destituída de fundamento tal crítica, visto que a diferença dos temas enfocados, dirigidos agora para outro sentido ético e cultural, faz que se percam as cores carregadas que antes se encontravam nos escritos fortes e apaixonados, açulando sensações e lutas encarniçadas com direcionamento para o orgulho pessoal, o egocentrismo, os partidos e as facções a que pertenciam e buscavam promover. A morte é a desveladora da vida. O fenômeno mediúnico é sutil e exige acurada percepção para uma análise adequada, sem as precipitações dos que opinam sem o conhecer, nem as versões dos que se creem autoridades, e, no entanto, não possuem o necessário senso de análise para correta avaliação do fato. A faculdade mediúnica varia de indivíduo para indivíduo, conforme a aptidão pessoal de cada um, apresentando características especiais que lhe facultam melhor percepção para um ou outro tipo de comunicação, sendo sempre ele próprio, em Espírito, o intérprete eficiente ou não da mensagem. O médium, na condição de instrumento, é um condutor, com todas as virtudes e defeitos de qualquer mensageiro. (Identificação dos Espíritos, pp. 148 e 149.)

88. O médium veste com seus recursos o pensamento do Espírito - Tomemos como experiência o envio de simples recado a um destinatário exigente. Chamados vários indivíduos, de diferente formação cultural, moral e educativa, participe-se a eles a informação, pedindo que cada um, a seu turno, transmita a mensagem oral que ora se lhes entrega. Sem dúvida, cada um dará conta da incumbência, não conforme aconteceu, mas consoante sua capacidade retentiva, sua emoção e lucidez, com variantes tais que produzirão confusão naquele a quem foi endereçada. Temos aí pálida ideia do que ocorre no intercâmbio mediúnico. O médium coa o pensamento do Espírito e veste-o com os seus recursos, num automatismo que o exercício lhe faculta, decorrente do conhecimento da sua função, da disciplina mental, enfim, de diversos requisitos indispensáveis a um bom desempenho da tarefa. Mesmo nos fenômenos de ectoplasmia, quando ocorrem as materializações, os elementos retirados do médium não ficam em absoluta neutralidade. O som que se exterioriza de qualquer instrumento, por mais que variem aqueles que o acionam, não excede à sua própria constituição. A diferença do artista se observará no virtuosismo, no afinamento melódico, na harmonia das notas, sem que seja eliminado, porém, o recurso do aparelho gerador. Ocorrem, muitas vezes, excelentes ditados mediúnicos, belos quanto corretos, na forma e no fundo, através de pessoas incultas, parecendo invalidar o que afirmamos. Mesmo aí, a transmissão, Espírito a Espírito, é feita psiquicamente, e as conquistas de outras reencarnações, latentes no perispírito do instrumento, se encarregam da exteriorização correta pelo mesmo automatismo já referido. Da mesma forma, quando se trata de comunicações que procedem de Espíritos que se utilizavam de outros idiomas, esses Espíritos podem expressar-se tanto na língua-mãe, qual ocorre na xenoglossia, quanto no idioma do médium, sendo mais fácil esta última opção, em se considerando que a linguagem dos desencarnados é a do pensamento, que o médium capta e a que dá forma, no inconsciente, através das expressões nacionais, de acordo com a linguagem que lhe é comum... Não obstante, nas ocorrências da xenoglossia, as comunicações somente se dão exatas quando há matrizes no inconsciente profundo do médium, que terá vivido naquelas regiões onde se falavam aqueles idiomas, em existências anteriores. (Identificação dos Espíritos, pp. 149 a 151.) (Continua no próximo número.)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A AFLIÇÃO DOS PAIS PREJUDICA OS FILHOS RECÉM -DESENCARNADOS?


O Céu e o Inferno

Allan Kardec

(Parte 19)





Continuamos o estudo metódico do livro “O Céu e o Inferno, ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo”, de Allan Kardec, cuja primeira edição foi publicada em 1º de agosto de 1865. A obra integra o chamado Pentateuco Kardequiano. As respostas às questões sugeridas para debate encontram-se no final do texto abaixo.
Questões para debate

A. A aflição dos pais prejudica os filhos recém-desencarnados?

B. Os guias ou Espíritos protetores nos auxiliam nos momentos difíceis?

C. Como os Espíritos definem a morte? Há diferenças entre o desprendimento do desencarnante e o desprendimento de um encarnado através do desdobramento?

D. Há diferença entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus?
Texto para leitura

164. A morte de Maurício Gontran, filho único, aos dezoito anos de idade, em razão de uma congestão pulmonar, abalou muito os seus familiares e acarretou para seus pais uma dor imensa. Inteligência rara e extremamente dedicado aos estudos, o jovem reunia diversas qualidades morais e tudo concorria para prever-lhe um brilhante futuro. Alguns meses após o decesso, ele comunicou-se, pedindo: “Meus bons amigos, não deploreis aqueles que morrem precocemente, porque isso é uma graça que Deus lhes concede, poupando-os às tribulações da vida terrena. A minha existência aí não devia prolongar-se por muito tempo desta vez, pois adquirira o necessário para me preparar no Espaço, para uma missão mais elevada”. “Se tivesse mais tempo – asseverou Maurício –, não imaginais a que perigos e seduções iria expor-me.” (Segunda Parte, cap. II, Maurício Gontran.)

165. Maurício conta que seu avô – não mais esquálido, porém com aspecto juvenil e loução – estendeu-lhe os braços e o estreitou efusivamente ao coração, no seu retorno ao mundo espiritual, enquanto uma multidão de outras pessoas, de semblantes risonhos, o acompanhavam e acolhiam com benevolência e doçura. (Segunda Parte, cap. II, Maurício Gontran.)

166. Falando acerca dos estudos que realizou na Terra – que para muitos pareciam ter sido tempo perdido –, asseverou Maurício Gontran: “Os estudos sérios que realizei me fortificaram a alma e lhe aumentaram os conhecimentos e se, em virtude da minha curta existência, não pude dar-lhes aplicação, nem por isso deixarei de o fazer mais tarde e com maior utilidade”. (Segunda Parte, cap. II, Maurício Gontran.)

167. José Bré, evocado 22 anos depois de sua morte, por sua neta, informou que ainda expiava a sua descrença, mas grande era a bondade de Deus, que atendia às circunstâncias: “Sofro, mas não como V. poderia imaginar; é o desgosto de não ter melhor aproveitado o tempo aí na Terra”. (Segunda Parte, cap. III, José Bré.)

168. Tendo em vista que o avô vivera honestamente, a neta não compreendia as suas tribulações no mundo espiritual, ao que José Bré informou: “Não basta, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas”. “Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações sem esquecer a condição do servo ao qual o Senhor pedirá contas um dia do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo.” (Segunda Parte, cap. III, José Bré.)

169. Falecida subitamente, aos 25 anos, Helena Michel, rica e um tanto frívola, assim se exprimia, três dias após seu falecimento: “Não sei onde estou... que turbação me cerca! Chamou-me e eu vim. Não compreendo porque não estou em minha casa; choram a minha ausência quando presente estou, sem poder fazer-me contudo reconhecida. Meu corpo não mais me pertence e no entanto eu lhe sinto a frigidez... Quero deixá-lo e mais a ele me atenho sempre...” “Oh! quando chegarei a compreender o que comigo se passa?” (Segunda Parte, cap. III, Helena Michel.)

170. Evocada novamente depois de alguns dias, as ideias de Helena Michel estavam já muito modificadas. Ciente do que lhe acontecera, Helena explicou que havia compreendido a morte no mesmo dia em que oraram por ela.(Segunda Parte, cap. III, Helena Michel.)

171. Falecido em 1860 e evocado a pedido de sua irmã, confreira da Sociedade Espírita de Paris, em 1861, o Marquês de S. Paulo disse que se encontrava na erraticidade – “estado transitório que não proporciona nem felicidade, nem castigo absolutos” – e informou que esteve muito tempo perturbado, até que oraram por ele, quando então fora recebido por sua mãe e seu pai, que o iniciaram à nova vida. O Marquês admitiu encontrar-se num estado transitório, onde as virtudes humanas passam a ter o seu justo valor. “Certamente – asseverou o Espírito – este estado é mil vezes preferível ao da minha encarnação terrestre; mas, porque alimentei sempre aspirações ao verdadeiramente bom e belo, minha alma não ficará satisfeita senão quando se colocar aos pés do Criador.” (Segunda Parte, cap. III, O Marquês de S. Paulo.)

172. Havendo previsto o dia de seu falecimento, chegado o momento, o Sr. Cardon, que exercia a modesta profissão de médico de roça, reuniu a família para dizer-lhe o último adeus. Quando parecia que ele estava morto, minutos depois o doente reabriu os olhos, tomou radiante expressão de beatitude e exclamou: “Oh! meus filhos, belo! sublime! Oh! a morte! que benefício! que coisa suave! Morto, senti minha alma elevar-se bem alta, porém Deus me permitiu voltasse para poder dizer-lhes: Não lamentem a minha morte, que é a libertação”. Em seguida, prosseguiu: “Oh! meus filhos, comportem-se sempre de modo a merecer esta inefável felicidade reservada aos homens de bem; vivam de conformidade com os preceitos da caridade; daquilo que tiverem, deem sempre uma parte aos necessitados. Minha querida mulher, deixo-a numa posição pouco lisonjeira; temos dívidas a receber, mas eu a conjuro a não atormentar os nossos devedores; se estiverem em apuros, espere que possam pagar; e aos que não o puderem fazer, perdoe-lhes, Deus a recompensará”. Finda a breve mensagem aos familiares, os olhos do médico cerraram-se para sempre. (Segunda Parte, cap. III, Cardon, médico.)

173. Evocado dias depois, Cardon explicou que as palavras por ele dirigidas à família eram o reflexo do que tinha visto e ouvido: foram os bons Espíritos que lhe inspiraram a linguagem e deram fulgor à sua fisionomia. “Arrebatado por não sei que agente maravilhoso – contou o Espírito –, eu vi os esplendores de um céu, desses que só em sonho podemos imaginar. Esse percurso, através do infinito, fazia-se com celeridade tamanha que eu não pude precisar os instantes nele empregados pelo meu Espírito.” (Segunda Parte, cap. III, Cardon, médico.)
Respostas às questões propostas

A. A aflição dos pais prejudica os filhos recém-desencarnados?

Sim. Foi exatamente isso que revelou o Espírito de Maurício Gontran, que, no entanto, explicou que a dor de seus pais se acalmaria quando tivessem a certeza de que a vida continua e de que ninguém, de fato, morre. (O Céu e o Inferno, Segunda Parte, cap. II, Maurício Gontran, 1ª pergunta.)

B. Os guias ou Espíritos protetores nos auxiliam nos momentos difíceis?

Sim. O Espírito da Srta. Emma Livry revelou que foram seu guia e os benfeitores espirituais que deram ao seu ânimo abatido a força de suportar as angústias e lhe refrescaram os lábios sedentos e escaldantes, além de murmurar-lhe ao ouvido palavras de esperança e de amor. (Obra citada, Segunda Parte, cap. II, A senhorita Emma.)

C. Como os Espíritos definem a morte? Há diferenças entre o desprendimento do desencarnante e o desprendimento de um encarnado em desdobramento?

A morte é a vida, ou antes um sonho, espécie de pesadelo que dura o espaço de um minuto, e do qual despertamos para nos vermos rodeados de amigos que nos felicitam, ditosos por nos abraçarem. Essas palavras foram ditas pelo Espírito de Antônio Costeau.

Há grande diferença entre o desprendimento do desencarnante e o de um encarnado durante o desdobramento. Neste último caso, a matéria ainda oprime a alma, que não pode, desse modo, desembaraçar-se radicalmente. Já o Espírito desencarnado encontra-se livre e um vasto campo desconhecido se lhe depara, porque não existe nada que o prenda à matéria. Essa, a explicação dada pelo Doutor Vignal, que relata a Kardec, anos antes, as impressões do desdobramento por ele mencionado. (Obra citada, Segunda Parte, cap. II, Antônio Costeau, última mensagem, e Doutor Vignal.)

D. Há diferença entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus?

Sim; existe um abismo entre a honestidade perante os homens e a honestidade perante Deus. Entre os homens, é reputado honesto aquele que respeita as leis do seu país, que não prejudica o próximo ostensivamente, embora lhe arranque muitas vezes a felicidade e a honra, visto o código penal e a opinião pública não atingirem o culpado hipócrita.

Não basta, porém, para ser honesto perante Deus, ter respeitado as leis dos homens; é preciso antes de tudo não haver transgredido as leis divinas. Honesto aos olhos de Deus será aquele que, possuído de abnegação e amor, consagre a existência ao bem, ao progresso dos seus semelhantes; aquele que, animado de um zelo sem limites, for ativo na vida; ativo no cumprimento dos deveres materiais, ensinando e exemplificando aos outros o amor ao trabalho; ativo nas boas ações, sem esquecer a condição de servo ao qual o Senhor pedirá contas, um dia, do emprego do seu tempo; ativo finalmente na prática do amor de Deus e do próximo.

O homem honesto, perante Deus, deve evitar cuidadoso as palavras mordazes, veneno oculto sob flores, que destrói reputações e acabrunha o homem, muitas vezes cobrindo-o de ridículo. O homem honesto, segundo Deus, deve ter sempre cerrado o coração a quaisquer germens de orgulho, de inveja, de ambição; deve ser paciente e benévolo para com os que o agredirem; deve perdoar do fundo d´alma, sem esforços e sobretudo sem ostentação, a quem quer que o ofenda; deve, enfim, praticar o preceito conciso e grandioso que se resume "no amor de Deus sobre todas as coisas e do próximo como a si mesmo". (Obra citada, Segunda Parte, cap. III, José Bré, 2ª pergunta.)

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

GAROTA ENVIA MENSAGEM À BISAVÓ FALECIDA E RECEBE RESPOSTA EMOCIONANTE!!!

A bisavó de Bella faleceu em agosto de 2012. Para tentar amenizar a saudade que sentia, a garotinha resolveu enviar uma mensagem para ela.

Para que o recado escrito chegasse às mãos da bisavó, Bella o amarrou na corda de um balão e soltou no céu.

O tempo passou e após alguns meses a família de Bella teve uma surpresa muito agradável: uma pequena caixa com uma resposta ao balão chegou por correio.

Considerando que Bella soltou o balão em uma região rural, podemos considerar um milagre alguém ter encontrado ele. E mais ainda ter feito o que fez.

Assinada pelo Anjo da Guarda e acompanhada por um pingente, a mensagem escrita no verso do papel que Bella tinha enviado confortou o coração da menina: "Querida Bella, a Bisa estará sempre com você. Basta fechar os olhos e você a verá. Com amor, seu Anjo da Guarda".

Assista ao emocionante vídeo:
FONTE:YAHOO

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A PSICOGRAFIA DE CHICO XAVIER E OS MEIOS JURÍDICOS:


Lauro Denis

No nosso Direito Penal, há casos de repercussão internacional, cuja decisão judicial se fundamentou em comunicações mediúnicas psicografadas por Francisco Cândido Xavier, nas quais os Espíritos das vítimas de homicídio inocentaram os respectivos réus. Os casos mais conhecidos são os seguintes :

a) Crime de homicídio, ocorrido em Goiânia de Campina, Goiás, em maio de 1976, praticado por José Divino Gomes contra Maurício Garcez Henriques.

b) Crime de homicídio, acorrido em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em março de 1980, praticado por José Francisco Marcondes de Deus contra a sua esposa Cleide Maria, ex-miss Campo Grande;

c) Crime de homicídio em Goiânia, nos anos 70. Henrique Emmanuel Gregoris, morto, psicografou cartas dividindo a responsabilidade da sua morte com seu algoz.

Em face desses três casos, a questão que se levanta é a seguinte : É juridicamente admissível, como prova judicial, mensagens psicografadas que digam respeito à determinação de responsabilidade penal ou de direitos e obrigações civis ? A resposta é afirmativa, desde que se trate de prova subsidiária e em harmonia com o conjunto de outras provas não proibidas no Sistema Geral do Direito Positivo.

Valter da Rosa, autor do Livro “Aspectos Éticos e Jurídicos - Parapsicologia : um Novo Modelo”, Ex-Promotor de Justiça e aposentado como Procurador de Justiça de Recife, afirma que se pode cogitar também da utilização da percepção extra-sensorial, em perícias judiciais a fim de respaldar informações existentes nos autos ou pertinentes ao processo, auxiliando a Magistratura e o Ministério Público na aplicação correta da Justiça em cada caso concreto. Assim, no elenco dos procedimentais periciais e até mesmo nas provas admitidas em Direito, poder-se-á, ad futurum, incluir os recursos obtidos de forma extra-material.

Como conseqüência do trabalho realizado pelo Instituto Pernambucano de Pesquisas Psicobiofisicas - I.P.P.P. - Ciência que integra a psicologia, a física e a biologia, a qual se estuda o lobo frontal, responsável pela crítica da razão; o cérebro funcionando eletricamente - aí entra a física, que serve de substrato para o pensamento crítico, que é o psicológico, a Constituição de Pernambuco, promulgada em 5 de outubro de 1989, obrigou-se a prestar assistência à pessoa dotada aptidão extra-sensorial conforme determina o seu Art. 174, em resumo :

O Estado e os Municípios, diretamente ou através de auxilio de entidades privadas de caráter assistencial, regularmente constituídas, em funcionamento e sem fins lucrativos, prestarão assistência ao superdotado, ao paranormal, o que inclui sensibilidades que extrapolam os sentidos orgânicos normais.

A Constituição de Pernambuco é pioneira no reconhecimento expresso da paranormalidade e efeitos extra-sensoriais, obrigando o Estado e os Municípios, assim como as entidades privadas que satisfizerem às exigências da Norma Constitucional, a prestar assistência à pessoa dotada desse talento, comprovado por profissionais especializados. Assim, diz o Ex-Procurador, os fenômenos paranormais que produzam conseqüências jurídicas poderão fundamentar Decisões Judiciais em qualquer área do Direito, com a admissão, inclusive, da utilização da paranormalidade nos trâmites processuais. Lembramos que toda mediunidade é paranormal, mas nem toda paranormalidade tem origens mediúnicas.

Paranormalidade e Mestrado de Direito :

Em 1993, a Dra. Lana Maria Bazílio Ferreira apresentou, na Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco, a tese "A Paranormalidade em Face da Lei e do Direito", no Curso de Pós-Graduação em Direito, para a obtenção do seu Grau de Mestre.

Lá constam diversos aspectos de suas interpretações parapsicológicas relacionados à mediunidade. Reconhece também o ex-Promotor de Recife o alto valor de seu volumoso Trabalho e sua influência nos Meios Acadêmicos, assim como do seu pioneirismo em levar o tema ao domínio universitário, tornando-o familiar aos Profissionais do Direito.

Não restam dúvidas, portanto, da concreta existência de relações interdisciplinares entre a Parapsicologia, Psicobiofísica e o Direito.

Parapsicólogos, Mestres como a Advogada Lana Maria Bazílio e Juristas poderão discutir proveitosamente as questões científicas e legais da fenomenologia paranormal, definindo a utilização prática da "ação-percepção" que se daria sem o uso dos cinco sentidos conhecidos (visão, audição, olfato, gustação e somestesia) ou dos mecanismos motores conhecidos (movimento dos membros, etc), e possivelmente baseado em alguma força desconhecida que não as quatro usualmente aceitas pela ciência atual (gravitação, eletromagnetismo, força nuclear forte e força nuclear fraca), nas atividades Forenses e na elaboração de Legislação específica para a sua disciplinação.

Luiz Guilherme Marques, Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Minas Gerais, lembra a grande Síntese, obra magistral de Pietro Ubaldi, cognominada Evangelho da Ciência, onde se dizem coisas como, por exemplo :

" À proporção que o Juiz evolui, torna-se digno de conquistar o direito de julgar."

Por fim, registraremos aqui, in verbis, o teor das Decisões Jurídicas que envolveram as Cartas Psicografadas de Chico Xavier e a Decisão do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Para quem quiser ver um vídeo que resume um dos casos levados ao ar pela Globo, em 04.11.2004, poderá acessar o link, ao final. Quer for assinante, poderá assistir aos três episódios.

SENTENÇA PROFERIDA PELO JUIZ ORIMAR BASTOS, RECURSOS E DECISÃO DEFINITIVA :

Da longa motivação da Sentença do Meritíssimo Juiz de Direito da Sexta Vara Criminal, da Capital Goiana, Dr. Orimar Bastos, exposta às folhas 193/202 do Processo :

"No desenrolar da instrução foram juntados aos autos recortes de Jornal e uma mensagem Espírita enviada pela vítima, através de Chico Xavier, em que na mensagem enviada do além, relata também o fato que originou sua morte."

"Lemos e relemos depoimentos das Testemunhas, bem como analisamos as perícias efetivadas pela especializada, e ainda mais, atentamos para a mensagem espiritualista enviada, pela vítima aos seus pais."

"Fizemos análise total de culpapilidade, para podermos entrar com a cautela devida no presente feito "sub judice", em que não nos parece haver o elemento DOLO, em que foi enquadrado o denunciado, pela explanação longa que apresentamos. O Jovem José Divino Nunes, em pleno vigor de seus 18 anos, vê-se envolvido no presente processo, acusado de delito doloso, em que perdeu a vida de seu amigo inseparável Maurício Garcez Henrique."

"Na mensagem psicografada retro, a vítima relata o fato isentando-o. Coaduna este relato com as declarações prestadas pelo acusado, quando do seu interrogatório, às fls.100/vs. Por essa análise, fizemos a indagação :
"HOUVE A CONDUTA INVOLUNTÁRIA OU VOLUNTÁRIA DO ACUSADO, A FIM DE SE PRODUZIR UM RESULTADO ? QUIS O ILÍCITO ?"

"Afastado o dolo, poderia aventar-se a hipótese de culpa, mas na culpa existe o nexo de previsibilidade (...) José Divino, estando sozinho em seu quarto, no momento em que foi ligar o rádio, estava cônscio de que ninguém ali se encontrava. Acionou o gatilho inconscientemente. Donde se afastar a culpa, pois o fundamento principal da culpa está na previsibilidade."

"Julgamos improcedente a denúncia, para absolver, como absolvido temos, a pessoa de JOSÉ DIVINO NUNES, pois o delito por ele praticado não se enquadra em nenhuma das sanções do Código Penal Brasileiro, porque o ato cometido, pelas análises apresentadas, não se caracterizou de nenhuma previsibilidade. Fica portanto, absolvido o acusado da imputação que lhe foi feita.

Publique-se, Registre-se e Intimem-se.

Goiânia. 16 de julho de 1979

(a) ORIMAR DE BASTOS
Juiz de Direito, em plantão na 2ª Vara.

***
NATIONAL ENQUIRER ( E.U.A ) - " Psychic message from the grave clears suspect of murder. A message from de espirit world helped acquit a youth of murder.

By Gary Richman.

PSYCHIC NEWS ( London ) - "Jugde frees man in murder trial after reading victim's message."

By PN Reporter.

Aos 14 de agosto de 1979, o representante do MP, Dr. Ivan Velasco Nascimento, em exercício na 20ª Promotoria de Justiça, alicerçado nas disposições contidas no inciso VI, art. 581 do CPP, requereu ao Juiz de Direito, reforma da sentença ou a subida dos autos ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás para o necessário reexame da mesma.

DA DECISÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA :

Do Acórdão exarado pelo Egrégio Tribunal de Justiça de Goiás, constituído às fls. 246/256 do processo :

(...) Sobre a admissibilidade das Provas, dispõe o art. 155 do Código de Processo penal :

"No juízo penal, somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições à prova estabelecidas na Lei Civil".

Verifica-se, então, que no Juízo penal NÃO HÁ LIMITAÇÕES DOS MEIOS DE ROVA, SENDO AMPLA A INVESTIGAÇÃO, DILATADOS OS MEIOS PROBATÓRIOS, VISANDO ALCANÇAR A VERDADE DO FATO E DA AUTORIA, OU SEJA, DA IMPUTAÇÃO.

"Ensina Espínola Filho em seu Código de Processo Penal, vol. II/453 :

"Como resultado da inadmissibilidade de limitação dos meios de Provas, utilizáveis nos processos criminais, é-se levado à conclusão de que, para recorrer a qualquer expediente, reputado capaz de dar conhecimento da verdade, não é preciso seja um meio de prova previsto, ou autorizado pela Lei, basta não seja expressamente proibido, se não mostre incompatível com o sistema geral do Direito Positivo, não repugne a moralidade pública e aos sentimentos de humanidade e decoro, nem acarrete a perspectiva de dano ou abalo à saúde física ou mental dos envolvidos, que sejam chamados a intervir nas diligências.

JURI POPULAR :

Encerrados os debates, procedeu-se à votação secreta dos jurados, que absolveram o réu por seis votos a um.

O DD Procurador da Justiça, Dr. Adolfo Graciano da Silva Neto, em Parecer Criminal de nº 1/714/80, de 19 de setembro de 1980, acolheu a decisão dos jurados, concluindo assim, sua assertiva :

"De fato, e seria temeroso negar a evidência, a decisão encontra apoio na versão apresentada pelo réu que, por sua vez, tem alguma ressonância nos caminhos e vasos comunicantes da prova. Inquestionável que não se pode perquerir e aferir o grau valorativo dessa ou daquela versão, basta que o pronunciamento dos jurados se esteie em alguma prova, para que seja mantido. Inarredável que o caso fortuito é achadiço na prova, com a qual lidou o Juri e com base nela esteou o veredicto absolutório. Destarte, incensurável a decisão dos jurados. É o parecer que submeto à apreciação da Colenda Câmara Criminal, para as considerações que merecer". ( fls. 335/337 ).

ACÓRDÃO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE GOIÁS, DE 23 DE OUTUBRO DE 1980 :

Tomaram parte no Julgamento final, presidido pelo Exmo. Sr. Desembargador Fausto Xavier de Resende, além do Relator, Des. Rivadávia Licínio de Miranda, os Des. Joaquim Henrique de Sá e Juarez Távora de Azeredo Coutinho ( Fls.341/344).

O Link da Globo, a seguir, permite ver um dos casos mostrados anteriormente. Procure na Playlist o Título : "Justiça - Chico Xavier". O assinante Globo poderá assistir o Programa na íntegra :

http://gmc.globo.com/GMC/0,,2465-p-MC25,00.html

É evidente que as decisões judiciais de Goiânia levaram em conta a reputação ilibada de Chico Xavier que deu exemplos para "muitos que se dizem cristãos", amando seu próximo como a ele mesmo. Chico Xavier poderia ter uma vida de opulências, com uma conta bancária de mais de 50 milhões de dólares, obtidos pela venda de seus livros, os quais foram traduzidos para diversos países, e no entanto, Chico Xavier viveu de forma simples e humilde. Ele doou tudo para Instituições de caridade, e sobreviveu somente com a sua aposentadoria.

Charlatanismo existe em TODOS os meios, inclusive os religiosos. Não seria qualquer um que convenceria os meios Jurídicos. Sem dúvida que tal fato gera polêmica. Muitos advogados são contra e isso é até bom pois senão muitos se aproveitariam para burlar a Justiça. É evidente que a postura moral de Chico Xavier pesou, e pesou muito para que sua cartas psicografadas fizessem parte dos autos do Processo.

Acredito que foram poucos os casos que envolveram a Justiça e a psicografia. Houve outro caso no Paraná, porém não houve absolvição, mas as cartas serviram como atenuantes da pena. Infelizmente não tenho mais dados precisos a respeito desse caso.

Uma outra que já li foi a Ação declaratória impetrada na 8ª Vara Civel do Rio de Janeiro pela viúva do escritor cearense Humberto de Campos, a qual exigia os Direitos Autorais de seu marido. A Ação foi julgada por sentença de 23 de agosto de 1944, do Dr. João Frederico Mourão Russell, Juiz de Direito em exercício na 8ª Vara Cível do antigo Distrito Federal. Tendo ela recorrido dessa sentença, o tribunal de Apelação manteve-a por seus Jurídicos fundamentos, tendo sido relator o então Ministro Álvaro Moutinho Ribeiro da Costa. Tal fato envolvendo o meio judicial está descrita no livro "A Psicografia ante os Tribunais", de Miguel Timponi, onde encontramos tríplice aspecto : jurídico, científico e literário.

Em subsídio ao contexto, o perito em Grafoscopia, Dr. Carlos Augusto Perandrea, escreveu um Livro chamado “A Psicologia a Luz da Grafoscopia” : É um Trabalho Científico inédito no mundo publicado na Revista Científica Semina da Universidade Estadual de Londrina. O autor prova a comunicação psicográfica comparando a letra (padrão) do indivíduo antes da morte e depois em mensagens mediúnicas (psicografia) analisando em laudo Técnico e chegando a conclusão de autenticidade gráfica.

Este Professor da Universidade Estadual de Londrina – Paraná, Criminólogo, com Especialização em Criminologia ; Perito Judiciário em Documentoscopia ; Credenciado pelo Poder Judiciário de Londrina ; Professor Universitário, na Universidade Estadual de Londrina, desde 1972 (Medicina Legal - Identificação Datiloscópica e Grafotécnica - Curso de Direito) ; Cadeira de Deontologia nos cursos de Fisioterapia e Odontologia ; Cadeira de Medicina Legal - Ciências Policiais no Curso de Especialização em Criminologia ; Perito Judiciário em Documentoscopia, confirma a autoria gráfica de mais de 400 psicografias (mensagem de "Espíritos") recebidas através do médium Chico Xavier quando comparadas com a grafia das pessoas enquanto ainda vivas (o que se constituiria em uma prova da sobrevivência da consciência humana ao fenômeno da morte física). Das 400 psicografias, 398 foram também confirmadas por outros peritos da área, ou seja, UMA CONFIABILIDADE DE MAIS DE 99,5%. A autenticidade deste Trabalho foi publicado na Revista Científica da Universidade de Londrina, a Revista Semina, em 1990, e igualmente apresentada, em outra oportunidade, em um Congresso Nacional, diante de mais de 500 Profissionais e Peritos da área, sem uma única contestação (!!!)

O método grafoscópico empregado por esse Perito é totalmente aberto a investigações, sendo amplamente utilizado pela Justiça, em casos de âmbito geral ( não me refiro à psicografia ) de todo o mundo há muito tempo (tanto para condenar um réu, como para absolver). A metodologia utilizada por Perandrea é a padrão em Grafoscopia Judiciária, que é uma área que tem sólido respaldo Científico já há muitas décadas, sendo importante assinalar que é uma atuação objetivando validar provas que venham a incriminar alguém e contribuir na condenação em Processos Judiciários.

O advogado criminalista Roberto Podval concorda que a psicografia não pode ser utilizada como única prova objetiva no direito. “Materialmente falando, isoladamente não é prova válida. Mas pode ter um caráter subjetivo e indicar ao juiz algum caminho.” E de acordo com o Juiz Federal aposentado Zalmino Zimmermann, é cada vez mais comuns casos de juízes que aceitam cartas psicografadas como provas. “Claro que depende da qualidade e da autenticidade da prova”, explicou. Os casos, porém, não estão catalogados para consulta em separado“, disse o Juiz.

Fonte: Lauro Denis

DECIFRANDO A PSICOGRAFIA DE CHICO XAVIER:


por: Elsie Dubugras
.Utilizando técnicas grafológicas, o professor Carlos Augusto Perandréa, criminologista e perito credenciado pelo Poder Judiciário, pesquisou diversas mensagens psicografadas pelo médium Chico Xavier. O trabalho de Perandréa mostra se de grande importância para os estudiosos da paranormalidade, principalmente por ter sido desenvolvido a partir de padrões científicos de análise.

Apesar das religiões ocidentais negarem a reencarnação e a presença de espíritos em nosso mundo físico, ao longo da história os homens tiveram sempre de enfrentar fenômenos para os quais a única explicação razoável é sua origem espiritual. Um desses fenômenos é a chamada escrita automática ou psicografia, área no qual o expoente máximo foi o médium brasileiro Francisco Cândido Xavier.

Chico psicografou milhares de mensagens e mais de 400 livros, tendo sido estudado por especialistas no tema do mundo todo. No Brasil. essa tarefa ficou por conta do dr. Carlos Augusto Penandréa, professor de datiloscopia e grafoscopia da direção do Banco do Brasil (de 1972 a 1986), professor adjunto do Departamento de Patologia, Legislação e Deontologia da Universidade de Londrina, Paraná, criminologista e perito credenciado pelo Poder Judiciário.

A pesquisa feita por Perandréa durou 13 anos e foi realizada de forma rigorosamente científica, pois, sendo ele um perito na área da grafologia, sabia como levantar e expor os dados de maneira adequada, apresentando suas conclusões como faria nos meios forenses. O professor começou a se interessar pelo tema durante um curso de Grafoscopia para Coordenadores do Banco do Brasil, realizado em Brasília emjulho de 1977. O primeiro trabalho por ele examinado foi uma psicografia de Chico Xavier obtida em 15 de maio de 1976 e atribuída ao espírito de Fausto Bailão Luiz Pereira um jovem de 15 anos que falecera num desastre automobilístico cerca de três meses antes.

A singularidade do assunto atraiu Perandréa, que começou a reunir os originais de outras mensagens psicografadas por Chico Xavier. Além disso, para fins comparativos, ele recolheu material escrito pelos desencarnados durante o tempo em que viveram neste mundo. Com esse acervo e utilizando se de sua perícia em grafologia, o pesquisador concluiu um cuidadoso estudo sobre o fenômeno da escrita automática, intitulado A Psicografia à Luz da Grafologia. A fim de entender melhor o seu trabalho, é interessante relatar aqui alguns elementos habitualmente empregados nesse tipo de análise.




Diferenças importantes Segundo especialistas, as palavras manuscritas contêm uma imensidão de detalhes informativos sobre seus autores, como idade, grau de cultura, profissão e estado psicossomático. A caligrafia de uma criança é diferente da de um adulto. Isso pode ser facilmente comprovado comparando se uma mesma palavra escrita por alguém na infância e na fase adulta a mudança em sua forma estética é evidente.

Tais diferenças são também encontradas na caligrafia de pessoas de culturas desiguais. Os eruditos escrevem com desenvoltura e criatividade; a letra de pessoas de cultura média continua subordinada à sua fase de aprendizagem; e as menos cultas escrevem vagarosamente, desenhando as palavras. Outro fator que modifica a caligrafia é o posicionamento de quem escreve: um braço bem apoiado produz traços diferentes daqueles obtidos quando não há um suporte normal. Além disso, existem ainda três formas de produção da escrita denominadas pelos grafólogos de mão forçada, mão guiada e mão auxiliada que mudam a letra original de uma pessoa. No primeiro caso, traços desordenados, por vezes ilegíveis, são produzidos em virtude de o autor ter sido forçado a escrever contra a sua vontade. As letras de mão guiada mostram se espaçadas, deformadas, com irregularidades de ligação, etc. e ocorrem quando a mão acha se inerte, como no caso de um paralítico ou de um agônico, tendo de ser guiada por outra pessoa. A caligrafia da mão auxiliada apresenta traços fracos, indecisos e deformados, por receber ajuda de outra pessoa diante da existência de uma impotência funcional qualquer, como lesões ou moléstias nervosas.

Foi usando estes e outros conhecimentos específicos que o professor Perandréa analisou a autoria de algumas mensagens psicografadas por Chico Xavier. O caso de Ilda Mascaro Saullo uma senhora que faleceu em Roma em dezembro de 1977, após longa enfermidade pode servir para mostrar como o grafologista conseguiu elementos que o levaram a acreditar na autenticidade das mensagens recebidas por Chico.




A mensagem em questão foi psicografada em 22 de julho de 1978, e para isso o médium usou lápis, três folhas de papel ofício sem pautas e terminou assinando o nome Ilda. Como peça de confronto, Perandréa conseguiu um cartão semelhante aos que são usados no Natal, cujo texto estava em italiano, não tinha data alguma. mas fora assinado com o mesmo nome: Ilda. Além disso, o pesquisador procurou também manuscritos naturais de Chico Xavier, anteriores e posteriores à data da psicografia.

O trabalho comparativo mostrou que, apesar da predominância de características gráficas do médium, destacavam se elementos gráficos da escrita de Ilda no corpo da psicografia e na assinatura.

Perandréa fez ainda uma seqüência gráfica por translucidez e observou outros importantes detalhes, como as coincidências entre certas letras, o encaixe perfeito das barras que cortam as letras "t", igualdade na abertura das hastes, nas extensões, na altura e na situação; em suas conclusões, declarou: "Essas igualdades absolutas, adicionadas às demais, definem o exame da autoria gráfica (...). A mensagem psicografada por Francisco Cândido Xavier, aos 22/7/78, atribuída a Ilda Mascaro Saullo, contém, conforme demonstração fotográfica (...), consideráveis e irrefutáveis características de Gênese Gráfica, suficientes para a revelação e identificação de Ilda Mascaro Sauflo como autora da mensagem questionada."A pesquisa desenvolvida por Carlos Augusto Perandréa possui um duplo valor para os estudiosos dos fenômenos psíquicos. Primeiro, porque os dados por ele levantados comprovam a autenticidade do trabalho mediúnico de Chico Xavier, ajudando a demonstrar a possibilidade de sobrevivência do espírito e da comunicação entre o plano astral e o mundo físico. Segundo, porque todo trabalho foi elaborado a partir de técnicas objetivas de análise, aceitas pelo Poder Judiciário como instrumentos de comprovação da autoria de qual quer texto. Com isso, Perandréa marca um importante ponto contra aqueles que, invocando a autoridade científica, negam com veemência e dogmatismo a tese da sobrevivência da alma

Fonte: Revista Planeta 224 - maio 91

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