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quinta-feira, 31 de julho de 2014

SOBRE A MORTE E O MORRER - RUBEM ALVES:




Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: “Morrer, que me importa? (…) O diabo é deixar de viver.” A vida é tão boa! Não quero ir embora…


Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: “Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?”. Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: “Não chore, que eu vou te abraçar…” Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.




Cecília Meireles sentia algo parecido: “E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega… O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias… Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto…”


Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. “Minha filha, sei que minha hora está chegando… Mas, que pena! A vida é tão boa…”




Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada.




Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.


Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: “O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?”. O médico olhou-o com olhar severo e disse: “O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?”.




Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.


Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama -de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.




Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida.


A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a “reverência pela vida” é o supremo princípio ético do amor.


Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?




Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.


Muitos dos chamados “recursos heróicos” para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da “reverência pela vida”. Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: “Liberta-me”.





Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: “Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei…”. Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem, sua mãe realizou seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.


Dizem as escrituras sagradas: “Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer”. A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A “reverência pela vida” exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir.




Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a “morienterapia”, o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a “Pietà” de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.






quarta-feira, 30 de julho de 2014

SONHAR COM PESSOAS QUE JÁ MORRERAM:




Sonhar com pessoas que já morreram
:: Ronaldo Cardim ::


Sonhar com pessoas que já morreram tem sido na história da humanidade um dos tipos de sonhos mais intrigantes e, por isso, existe sobre esse tema uma infinidade de análises diferentes para seus significados.
Quando sonhamos com uma ou mais pessoas que já morreram, na verdade, nada tem de perigoso, funesto ou de mau agouro.
Como todos os outros sonhos, eles podem ter duas origens motivadoras possíveis.

Uma origem possível para esse tipo de sonho pode ser resultado de uma necessidade do inconsciente em adaptar-se com uma experiência, vivida no dia a dia, relacionada com a pessoa falecida. Alguém pode, por exemplo, em um período recente ter visto uma foto do falecido, pode ter ouvido ou participado de uma conversa sobre a pessoa ou ainda ter tido uma simples lembrança ou saudades da pessoa falecida. Embora esse fato não lhe tenha despertado maior atenção, isso fica registrado em sua mente. Num determinado momento, enquanto dorme, em um estágio menos profundo do sono, essas lembranças são revividas ou revistas, em forma de sonho, para adequar a experiência vivida aos seus conteúdos emocionais de forma que aquela (a experiência) fique registrada de uma maneira menos incômoda possível em seu inconsciente.

A outra origem possível para "sonhar com pessoas que já morreram", pode ser uma experiência vivida na dimensão espiritual. E para bem entender esse tipo de sonho é necessário saber o que ocorre quando uma pessoa dorme.
"Quando uma pessoa dorme e o sono atinge um estágio mais profundo, o corpo físico relaxa e afrouxam-se os laços fluídicos que prendem o corpo espiritual ao corpo carnal. Aí o espírito desvencilha-se do corpo físico, ao qual fica ligado apenas por um "cordão fluídico" e volta ao plano espiritual onde vai interagir naturalmente com outros espíritos, sejam eles desencarnados ou encarnados.
Quando está no mundo espiritual, o espírito tem mais faculdades do que tem quando está em estado de vigília. Lembra-se de todo o seu passado em outras vidas e, às vezes tem contato com fatos do futuro, pode comunicar-se com outros espíritos desse ou de outro mundo. Importante ainda entender que, o que se vê no mundo espiritual, ambientes, paisagens, meios de locomoção nada tem de semelhante ao que temos na Terra. Por isso, muitas vezes lembramos de coisas e vivências que parecem surreais, é porque não há como traduzir o que vemos lá para algo semelhante ao que temos no plano físico".

Entendido isso, vamos à explicação da outra forma de analisar esse tipo de sonho e, para isso, vamos recorrer a um exemplo:

Vamos dizer que: "O Sr. Fulano sonhou com seu pai já falecido e que ele encontrava-se em um leito de hospital. Mas não era um hospital como os que conhecemos aqui. Era muito diferente, as paredes não eram de alvenaria, mas de raios de luz e não haviam lâmpadas, apenas raios de luz que iniciavam a uma determinada altura e terminavam na altura de algo que seria o piso, que também era muito diferente dos nossos pisos. Estes eram como uma névoa, também luminosa, que cobria os pés até um pouco acima dos tornozelos. A cama parecia uma lâmina muito fina de vidro, porém, sem a consistência do vidro, que cintilava e tremulava como aquelas visões que temos à distância e um pouco acima de um asfalto muito quente. O corpo "espiritual do pai" sobre a cama tinha conectado em seu chakra coronário um fio fosforescente que surgia do nada a aproximadamente um metro acima de sua cabeça".
Vamos, então, ver dois entendimentos possíveis deste sonho:

Primeira Possibilidade: O Sr. Fulano, enquanto dormia, em um estágio mais profundo do sono, seu espírito desprendeu-se do corpo físico passando para o plano espiritual e foi realmente a um Hospital em algum lugar do outro lado da vida, onde seu pai encontrava-se em tratamento e visitou-o, como fazemos normalmente em uma visita a alguém internado em um hospital terreno.

Segunda Possibilidade: O Sr. Fulano, enquanto dormia, em um estágio mais profundo do sono, seu espírito desprendeu-se do corpo físico passando para o plano espiritual e encontrou-se com alguém do lado de lá que falou-lhe sobre seu pai. Contou-lhe que seu pai encontrava-se internado em um hospital e passava por um tratamento de readaptação ao mundo espiritual e reorganização das energias. Ocorre que para contar alguma coisa, um ser espiritual não o faz de forma verbal como nós encarnados, eles não possuem mais o aparelho fonador. Os espíritos se comunicam de mente para mente, transmitem imagens mentais. Assim para contar ao Sr. Fulano sobre seu pai, o espírito passou para ele, de forma telepática, as imagens que viu quando esteve no hospital. Ao acordar, o Sr. Fulano lembra que teve um sonho em que via seu pai deitado em um leito hospitalar e que era um hospital diferente dos que conhecemos por aqui, mas não sabe identificar o mecanismo através do qual isso aconteceu.

Dificilmente as lembranças que temos dos sonhos são retrato fiel do que se passou lá na dimensão espiritual, por isso, a necessidade de bom-senso e conhecimento para se analisar os sonhos.





quarta-feira, 23 de julho de 2014

TRANSCOMUNICAÇÃO INSTRUMENTAL - FALANDO COM OS MORTOS








Transcomunicação Instrumental - Falando com os Mortos


por Guilhermina Batista Cruz


"Ainda quando não reconheças de pronto semelhante verdade, eles te vêem e te escutam!" - Emmanuel

Apesar da comprovação sobre a sobrevivência do Ser após a morte do corpo físico, que temos conhecimento pelas obras de Allan Kardec, com fatos já corroborados por experimentos e análises de cientistas e pesquisadores, muitas pessoas ainda acreditam piamente que a vida cessa quando perdemos o corpo físico. Inclusive, algumas até procuram desmerecer e ignorar a existência de tantos fatos já comprovados pelo ilustre codificador da Doutrina Espírita e por outros renomados cientistas, imputando-os como fatos de origem restrita ao campo mental do ser, onde, segundo eles, originam-se e são totalmente explicados. Ressaltamos aqui que os fatos comprovados por Kardec foram fatos estudados com todo o critério, visando a não dar margens para mistificações e fraudes.

Geralmente, a pessoa cética em relação à existência de vida em outras dimensões, considera tudo o que diz respeito a este assunto como crendices, ignorando ou fingindo ignorar tudo o que já foi pesquisado e comprovado sobre o tema por pessoas sérias e competentes, que não disporiam de seus conhecimentos para atestar fatos que não fossem verdadeiros, já que os seus próprios experimentos trouxeram-lhes a convicção de serem fatos verídicos, totalmente isentos de fraudes.

Muitos pesquisadores debruçam-se atualmente sobre um assunto de grande relevância e que poderá transformar-se numa importante ferramenta para se transpor as barreiras de comunicação existentes hoje entre os mundos visível e invisível. Esta ferramenta utilizada pelos pesquisadores para a comunicação com o mundo espiritual, recebeu a denominação de Transcomunicação Instrumental - TCI ou EVP - Eletronic Voice Phenomena, como é conhecida no exterior. Mas o que é realmente a Transcomunicação Instrumental e de que forma ela nos põe em contato com os seres de outra dimensão? Podemos conceituá-la como um recurso que permite a comunicação entre dois seres de diferentes dimensões por meio de aparelhos eletrônicos, como rádios, gravadores, telefone, computador e televisão.

O principal intuito dos pesquisadores é demonstrar, por este meio, a sobrevivência do ser após a morte e a possibilidade do intercâmbio entre encarnados e desencarnados. Nesse tipo de intercâmbio, as pessoas desencarnadas podem transmitir mensagens a seus entes amados ou pessoas interessadas no assunto, dando-nos a certeza de que a vida prossegue célere em outra dimensão.
Antes de mostrar a importância do trabalho de pesquisa desenvolvido atualmente no Brasil sobre o tema, darei aqui um breve histórico sobre o surgimento desta ferramenta de trabalho, que abre uma importante possibilidade de comunicação com o mundo espiritual. Vale ressaltar que o objetivo aqui é o de mostrar a seriedade com que a TCI é desenvolvida não só no Brasil, mas também em outros países.

O Brasil teria sido o pioneiro nessas pesquisas através do português naturalizado, Augusto de Oliveira Cambraia, que, em 1909, teria requerido a patente de um invento de sua autoria chamado Telégrafo Vocativo Cambraia, cuja finalidade seria, segundo ele, a comunicação à distância utilizando-se, "das almas e espíritos que vagam pela estratosfera". Também é do Brasil uma das primeiras obras sobre o assunto de que se tem notícia, intitulada "Vozes do Além pelo Telephone (Novo e admirável sistema de comunicação - Os espíritos falando pelo telephone)" de Oscar D'Argonnel, publicada em 1925, no Rio de Janeiro. Nesta obra, ele relata diversos casos de comunicação com os mortos pelo telefone. Esta obra, embora as sérias observações do autor, não alcançou muita notoriedade, por que muita gente achava que o telefone não seria o melhor veículo para o intercâmbio, já que poderia propiciar enganos e dar margem a fraudes nas comunicações.

Um dos pioneiros a nível internacional nesta forma de experimento foi o sueco Friedrich Jüergenson, produtor artístico que, em 1959, ao gravar canto de pássaros da região, em sua casa de campo, deparou-se com ruídos estranhos entre os sons, como os de um clarim e de uma voz que identificou como sendo de um homem expressando-se em norueguês sobre o canto dos pássaros noturnos. Estranhou o fato por se encontrar sozinho durante as gravações. Tempos depois, ao fazer novas gravações, constatou a existência de vozes humanas que, alternando-se entre os idiomas alemão e sueco, assim se expressavam: "Manter contato! Com aparelho manter contato. Favor ouvir". Ao indagar de quem seriam aquelas vozes, elas lhe informaram serem as vozes dos mortos.

Juergenson aprofunda-se então em seus experimentos gravando centenas de vozes e publica vários livros sobre o assunto, como :"Vozes do Universo", "Contatos de Voz com os Mortos", disseminando em 1967, com a publicação do livro "Telefone para o Além, *o assunto para o conhecimento público. Em 1969 ele foi condecorado pelo Papa Paulo XVI, com a ordem de "San Gregório o Grande", por seu trabalho. Uma de suas obras, "Contato por Rádio com os Mortos" foi traduzida para o alemão em 1967, despertando o interesse do filósofo e escritor nascido na Letônia, Konstatin Raudive, que, mesmo incrédulo, o visitou na Suécia interessado sobre o assunto.

Ao voltar para a Alemanha ele deu início também ao experimento da gravação de vozes, gravando cerca de 72.000 vozes, com rigorosas condições experimentais. Ele consegue inclusive, comunicar-se com sua falecida mãe, que deixa gravado na fita um recado carinhoso, chamando-o de "Kosti", como era seu hábito chamá-lo quando viva. Em 1971 ele lança um livro sobre o assunto, de título em inglês "Breakthrough", onde cita diversos nomes de estações transmissoras existentes no além. Podemos citar aqui vários outros pesquisadores de TCI que se destacaram no mundo todo, assim como Franz Seidel, Leo Schmid, Manfred Boden, Ernst Senkowski, entre tantos outros, que se dedicaram com afinco à pesquisa sobre TCI, tornando-a mais conhecida e com mais credibilidade.

Entre os pesquisadores, destaca-se também o Padre francês François Charles Antoine Brune, que estuda os fenômenos de TCI há bastante tempo, tendo publicado os seguintes livros sobre o tema: Os Mortos nos Falam" e "Linha Direta do Além". Segundo ele, o "após vida" existe, assim como a comunicação com os chamados mortos. Sobre as razões de ter escrito livros sobre a Transcomunicação, ele esclarece: "Escrevi estes livros para tentar derrubar o espesso muro de silêncio, de incompreensão, de ostracismo, erigido pela maior parte dos meios intelectuais do ocidente. Para eles, dissertar sobre a eternidade é tolerável; dizer que se pode entrar em comunicação com ela é considerado insuportável.(...).Quero mostrar que a vida depois da morte depende de nossa vida neste mundo". Brune, François. Os mortos nos Falam.

Em seu livro "Linha Direta do Além", ele conta a experiência que os padres Agostino Gemelli e Pellegrino Ernetti, físicos de renome da Itália, tiveram, e que seria o primeiro caso de gravação de voz que se tem notícia, ocorrido no laboratório de física experimental da Universidade Católica de Milão, em 17 de setembro de 1952, quando os dois gravavam cantos gregorianos. Como não existiam gravadores com fitas nessa época, era necessário dar um nó fino nos fios, já que eles se rompiam com frequência. Ao tentar mais uma vez consertar os fios, Padre Gemelli teria exclamando: "oh, papai, me ajude, " como era de seu costume fazer, referindo-se a seu pai falecido. Ao escutarem as gravações, ao invés do canto gregoriano, ouviram com espanto a voz do pai de Gemelli falar: "claro que o ajudo e estou sempre com você".

A Transcomunicação, por ser uma tecnologia científica, não está ligada a nenhuma base religiosa, mas, se levarmos em consideração o seu maior objetivo, que é o de demonstrar a sobrevivência do Ser após a morte, ela vai de encontro ao maior preceito contido no Espiritismo, colaborando, por este ângulo, para confirmar a existência do mundo espiritual e as várias possibilidades de comunicação com os desencarnados. Allan Kardec, na questão 934. do Livro dos Espíritos, sobre as comunicações entre encarnados e desencarnados, assim nos diz: "(...) tendes, porém, uma consolação em poderdes comunicar-vos com os vossos amigos pelos meios que vos estão ao alcance, enquanto não dispondes de outros mais diretos e mais acessíveis aos vossos sentidos".

No Brasil, devido à seriedade e o empenho de muitos pesquisadores, que se dedicam com afinco e procuram sempre estar "antenados" com as melhores tecnologias para os experimentos de Transcomunicação, ela já apresenta um considerável avanço. Um dos pioneiros nos estudos sobre a TCI, tendo seu trabalho reconhecido não só aqui como no exterior, foi o engenheiro e grande expositor espírita Hernani Guimarães Andrade, falecido em 2013. Em 1988, ele, com sua assistente Profa. Suzuko, e os pesquisadores Sonia Rinaldi e Fernando Machado, deram início aos experimentos com as gravações de vozes, no Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas- IBPP, do qual era fundador.

Uma recomendação que ele sempre gostava de fazer às pessoas interessadas em pesquisas sobre transcomunicação era a de que procurassem ler o Livro dos Médiuns (mesmo não sendo Espírita), pois no item 303, pergunta nº 1, existe um ensinamento importante que se aplica às pesquisas realizadas em transcomunicação, principalmente quanto a lidar com esses contatos e aprender sobre os tipos de energia existentes em relação a eles. Para ele não era importante o transcomunicador ser de alguma crença ou religião, mas sim, saber diferenciar o que valia a pena, para não sair por aí gravando coisas que não seriam importantes e até poderiam prejudicar sua pesquisa. Em sua opinião, o Transcomunicador, podia ficar mais suscetível a enganos sobre os contatos, pelo desconhecimento espiritual sobre eles.

Por sua imensa contribuição, através de um trabalho árduo e profícuo na área da Parapsicologia, Psicobiofísica, Transcomunicação Instrumental -TCI e outras, é tido hoje como uma referência mundial nestas áreas de pesquisa e um dos autores mais lidos no exterior sobre os temas citados. É considerado também o maior pesquisador espírita da atualidade, principalmente por seus estudos e pesquisas sobre reencarnação. De personalidade firme, argumentação ponderada e cientificamente consistente, sempre soube transitar com fidelidade ímpar, em suas investigações, através do tríplice aspecto do espiritismo: filosofia, ciência e religião.

Sobre sua pessoa e seu trabalho, os membros do CCDPE - Centro de Cultura Desenvolvimento e Pesquisa do Espiritismo, assim se expressaram em artigo publicado no jornal Correio Fraterno, edição 416 julho/agosto 2007: "De sua vida, o maior exemplo, embora sua envergadura científica, talvez seja seu traço moral, sempre marcante e presente, mesmo diante das críticas, respondendo-a em forma de trabalho. Um exemplo que nos lembra da importância de se conhecer a vida de personalidades que souberam se superar. Não a título de idolatrias. Mas de recordação de que somos todos humanos, sujeitos a dissabores e dificuldades, conquistas e alegrias. Aqui se busca, acima de tudo, demonstrar como pessoas como nós, comuns, são capazes de transformar-se em mecanismos de doação, amor e vivência em prol de um mundo melhor. São aqueles que, em vez de reclamar diante das dificuldades, transformam essa dificuldade em trampolim para uma nova vida."

Atualmente, a TCI tem um grande destaque no Brasil graças ao trabalho de Sonia Rinaldi, uma das mais atuantes pesquisadoras sobre o assunto, com mais de vinte anos de pesquisas sobre o tema. Ela é respeitada por seu trabalho pioneiro de pesquisa científica e seu trabalho é reconhecido não só no Brasil, como também no exterior, onde mantém vínculos com transcomunicadores de instituições renomadas, como universidades e institutos de pesquisas. Publicou sobre o tema vários livros, entre eles, " Gravando Vozes do Além", que detalha técnicas para os contatos com outras dimensões. Recebeu, por suas pesquisas, em 1995 e 1997, o prêmio internacional Hedri Prize, da Fundação Suíça de Parapsicologia. Seu trabalho, segundo suas palavras:"(...) será sempre o do enfoque do Espiritismo Científico".

Fundou com outros pesquisadores o Clube dos Transcomunicadores, que depois virou a Associação Nacional dos Transcomunicadores - ANT e por fim o Instituto de Pesquisas Avançadas em Transcomunicação Instrumental - IPATI, que possui um acervo valioso e diversificado sobre os trabalhos de pesquisas desenvolvidos, com milhares de áudios, vozes, imagens e vídeos, muitos dos quais já totalmente comprovados, inclusive, ela já recebeu até um laudo internacional de um Centro de pesquisa na Bolonha -Itália, atestando uma de suas experiência de vozes, como verdadeira.

A técnica utilizada nas pesquisas já evoluiu bastante e hoje já é possível contatar os desencarnados pelo uso da imagem no computador. O Brasil, segundo Sonia, é o pioneiro nesta técnica e o que produz os melhores resultados no mundo. No site do IPATI, www.ipati.org, para quem se interessar estão detalhados contatos com desencarnados também via Skype, com resultados impressionantes. Em 2011, foi lançado o primeiro e-book sobre TCI, denominado de "Em Contato - transcomunicação na prática, onde constam gravações em CD, vídeos e transimagens, além de áudios com vozes e ilustrações, que foram documentadas no laboratório do Instituto.

Como vemos, a Transcomunicação Instrumental volta a ser um chamado do alto para que nos liguemos novamente à nossa essência espiritual, para o fato de que sempre continuaremos nossa escalada evolutiva, seja nesta ou em outra dimensão, e para que renovemos nossa convicção de que os entes amados que nos deixaram pela morte física, continuam vivos e desejam a todo o custo, nos transmitir notícias e mensagens de alento, dizendo-nos o quanto se sentem vivos e atuantes no mundo onde hoje se encontram.

Como fala Sônia Rinaldi: A união dos esforços de ambos os lados, auxiliará muito o ser humano a entender, de forma mais racional, que a vida continua". Ainda segundo ela: "temos um objetivo humano, que poderia ser traduzido em auxiliar aqueles que perderam um ser querido - sem esquecer daqueles que estão do Outro Lado, igualmente com suas dores e saudades, mas, principalmente, compartilhar com o objetivo dos nossos Superiores de trazer a comprovação da sobrevivência e, quem sabe, oferecer um novo rumo à Humanidade".

Paz e Luz a todos.

Fontes de Pesquisa:

Livros: Transcomunicação Instrumental - contatos com o além por vias técnicas - Sonia Rinaldi; Os Mortos nos Falam - François Brune; Telefone para o Além - Fiedrich Jurgenson; Contatos Interdimensionais - Sonia Rinaldi
Sites: www.ipati.org; www.ibpp.org; www.viafanzine.jor.br; www.jornaldosespiritos.com; www.consciesp.org.br

terça-feira, 22 de julho de 2014

TRAGÉDIAS COLETIVAS: PREDESTINAÇÃO OU FATALISMO, LIVRE ARBÍTRIO OU KARMA?




Recebi a pergunta de uma leitora a respeito do acidente com o avião na Ucrânia, se estaria predestinado ou não.


Resposta: Acredito que sim, até porque quando há um desencarne cole­tivo com centenas de mortes existe toda uma preparação dos espíritos socorristas. Nessas tragédias e em outras, como mortes coletivas por tsunamis, terremotos ou em guerras, como no oriente médio que são levadas a cabo pela violência dos homens, as forças espirituais do bem trabalham para impedir que pessoas que ainda precisam estar encarna­das não desencarnem nesses eventos, da mesma forma aproveitam eventos inevitáveis ou já programados para reunir aquelas pessoas que tem o desencarne já previamente programado para acontecer em de­terminada época, pois acredito que todos ao nascer trazem uma pro­gramação de coisas a fazer, coisas a resgatar, pessoas com as quais conviver e com um tempo "x" programado, que pode ser postergado ou encurtado, mais ou menos como um trem seguindo uma linha: mesmo com as paradas, pessoas passando, situações ocorrendo e a capacidade da pessoa exercer sua escolha ali dentro, certos fatores estão condicio­nados, como por exemplo o ponto inicial e um limite final da estação.


Noticiaram que um ciclista escapou de pegar esse voo e também não havia pego o outro vôo malaio que desapareceu meses atrás, em outro caso interessante um medico indiano conseguiu se salvar dos dois tsu­namis (indico e Japão), mesmo apos tendo se salvado do primeiro, foi morar com a família no Japão e se salvou do segundo. Um outro caso, se não me engano de um argentino, que trabalhava em um dos prédios que foi abatido nos eventos do 11 de setembro conseguiu se salvar e também se salvou do tsunami no indico. Muitas vezes pessoas que de­sencarnam nesses eventos não possuem um karma a quitar, mas sim­plesmente cumpriram sua missão na Terra e justamente por isso essas pessoas são desconectadas do corpo físico segundos antes do acidente, não passando pelo desespero de um impacto ou uma explosão.


Pessoalmente eu acredito que a organização dos encarnes e desencar­nes na Terra passa por um controle das entidades superiores, que pos­suem conhecimento amplo das necessidades kármicas, dos méritos e das missões destinadas a cada espírito, trabalhando ativamente para organizar esse intercambio de resgates karmicos todos os dias, dentro de um mundo ainda provacional e tão cheio de violência, entidades que justamente por terem uma capacidade de consciência superior e por estarem em planos superiores, conseguem enxergar o desenrolar dos eventos mais claramente, como alguém que enxerga os eventos ao longe, de cima e vê com maior clareza os rumos que estão sendo toma­dos por quem está ainda dentro dos eventos, seja encarnado ou desen­carnado.


No capítulo 04 do livro A Bíblia no 3º Milênio eu falo sobre a questão da predestinação:


"Antes de nascermos para uma nova encarnação, processo conhecido como reencarnação (ação de voltar a carne), nós temos traçadas as metas para o nosso melhoramento moral, muitas das situações que te­remos de vivenciar, dentro da nossa família, dentro da comunidade onde iremos viver, enfim, dentro do contexto onde iremos viver en­car­nados. Essas metas e situações são como os trilhos de uma ferrovia e o trem é como a nossa própria existência.


No entanto, dentro desse trem, está simbolicamente a própria pes­soa, que pode escolher em qual estação irá desembarcar, com quais pessoas irá interagir, em quais detalhes irá prestar mais atenção du­rante a via­gem. Essas escolhas são o livre arbítrio e ocorrem dentro de uma pré-destinação, um destino previamente traçado onde a pessoa irá exercer o seu poder de escolha, simbolicamente os trilhos da ferrovia por onde passa o trem.


Não existe, portanto, fatalismo: cada um de nós é responsável pelas próprias ações, pois as exerce segundo o livre arbítrio, o poder de es­colha. No entanto, esse poder de escolha está circunscrito e deli­mitado num pré destino, para que então a escolha de cada um forme o próprio destino. Dessa forma podemos compreender que todos nós estamos predestinados a exercer o nosso livre arbítrio.


Esse pré-destino ou “planejamento do destino” leva em conta as neces­sidades kármicas que trazemos de encarnações pregressas, inclu­sive já desde o nascimento, pois normalmente encontramos no seio da própria família espíritos encarnados com os quais temos algumas diferenças e que vem justamente na mesma família para cultivarem os laços de res­peito e amizade que em encarnações passadas foram des­prezados, ge­rando pesados karmas negativos entre esses espíritos.


O “planejamento do destino” leva também em conta os méritos da pes­soa. Dessa forma, quanto mais exercemos o amor ao próximo, mais autonomia através do merecimento teremos para elaborar o nosso pré-destino. Simbolicamente poderíamos representar isso da seguinte forma: o espírito mais avançado moralmente tem a opção de escolher ferrovias mais modernas, que passem em estações mais bem construí­das, em paisagens mais belas, com trens mais confortáveis, mais se­guros, com passageiros mais amistosos. Compreendemos então que até mesmo a nossa predestinação nos é outorgada segundo uma justa aná­lise de Deus sobre como exercemos o nosso livre arbítrio em encarna­ções passadas. Dessa forma, o nosso próprio poder de escolha, o livre arbítrio é que será decisivo na formação da pré-destinação das condi­ções da futura encarnação (reencarnação) que o espírito terá de viven­ciar na sua jornada evolutiva, jornada essa que tem como obje­tivo pri­mordial o despertar da essência de amor que existe em cada ser."


E no capítulo 06 mais sobre a questão do livre arbítrio e do karma:


"Deus concedeu ao homem o dom da razão, uma capacidade que está presente no seu espírito, mais precisamente na sua alma e recebe constantemente a influência benéfica do Espírito Santo, a partícula di­vina eternamente fusionada a alma humana formando a estrutura imortal do espírito. O espírito se manifesta na matéria através do corpo físico e no plano espiritual ou “céu’ espiritual com o corpo espiritual, de­nominado dessa forma por Paulo na Bíblia e também conhecido por ou­tros nomes, como, por exemplo, perispírito ou corpo astral, um veículo de manifestação de natureza mais diáfana do que o corpo físico.


Através desses veículos o espírito imortal do homem manifesta seus de­sejos, seu raciocínio, em suma, sua razão. A razão é o dom do inte­lecto manifestado no princípio inteligente, que é o espírito imortal.


Ao conseguir expressar desejos e raciocínios através do pensamento (vibração mental), que se exterioriza ou não através de ações na maté­ria pelo influxo mental sobre o corpo físico, consegue o homem exer­cer uma liberdade de ação, onde coordena pensamentos e ações medi­ante impulsos vibratórios do seu espírito sobre o corpo físico, o qual usa para se manifestar na matéria.


Essa liberdade de ação que nasce na capacidade de usar a razão para dirigir os pensamentos e desejos é o chamado livre arbítrio ou sim­ples­mente o poder de escolha.


Ao materializar esse impulso numa ação, o ato de agir, fazer uma obra, o homem cria então um karma.


A palavra karma vem do sânscrito karmam e significa simples­mente “ação”. No Hinduísmo e no Budismo apresenta um conceito semelhante à lei de causa e efeito ensinada no Espiritismo e no Cristi­anismo através dos ensinamentos de Jesus contidos nos 4 Evangelhos canônicos.


A lei do karma assim ensina: para cada ação praticada teremos a cria­ção posterior de um novo evento ou ação, cuja existência foi cau­sada pelo primeiro evento/ação, sendo que esse evento posterior pode ser agradável ou desagradável, dependendo da sua causa. Ou seja, toda a ação praticada é uma causa que ocasionará um efeito, sendo esse efeito agradável ou desagradável segundo a ação que o originou.


Essa é a essência da lei do karma, sabiamente criada e controlada por Deus: fornecer expe­riências, ocasiões, provações e variadas situações ao homem segundo seus méritos e necessidades, com o objetivo de ajudá-lo a despertar de forma cada vez mais intensa o gérmen de amor e espiritualidade exis­tente em cada ser.


Tanto o Espírito Santo que habita dentro de cada um de nós como as próprias situações do dia a dia colocadas por Deus para vivenciarmos e exercermos nosso poder de escolha tem como objetivo motivar a alma de cada um de nós a despertar o gérmen do amor, a praticar o amor ao próximo e deixar de ignorar essa essência existente dentro de nós e que muitas vezes fica obscurecida pelos atos negativos que in­sistimos em praticar


Cada ação que o homem pratica é como o agricultor que semeia na terra: se cultiva sementes de ódio, tirania, presunção, irá colher os fru­tos daquilo que plantou.


Essa colheita pode ser observada desde o nascimento da cada pes­soa, desde o local onde se nasce, com quais familiares terá de convi­ver, por quais limitações terá de passar. A lei do karma não está res­trita a essa encarnação atual e muitas vezes o espírito está colhendo frutos que plantou a muitas encarnações passadas.


É importante ressaltar que não devemos generalizar as provações doen­ças ou situações difíceis pelas quais muitas pessoas passam, pois nem tudo é resgate, mas muitas vezes são provas pedidas pelo próprio espí­rito reencarnante, para não cometer erros mais graves do que aqueles já cometidos em encarnações anteriores.


Existem também os casos de espíritos missionários, como o próprio Je­sus que nada tinha a resgatar, mas acabou por ter de suportar os mais diversos ataques físicos e morais para divulgar, através do seu exemplo e pregação, os ensinamentos da lei de amor a uma humani­dade ainda muito atrasada moralmente. Esse foi o verdadeiro sacrifí­cio feito pelo Rabi da Galiléia em prol da humanidade.


A lei do karma nos concede, seja pela felicidade das amizades, da boa saúde ou pelas dificuldades da vida, exatamente aquilo que neces­sita­mos para progredir moralmente. Podemos concluir então que a lei do karma é um mecanismo evolu­tivo, com o objetivo de fazer florescer a essência de amor existente dentro de cada ser humano, pois o despertar dessa essência é o motivo principal pelo qual Deus criou o homem: evoluir e desenvolver o gér­men do amor.


O livre arbítrio é o poder de escolher o ritmo da própria evolução, pois dentro da lei do karma através das sucessivas reencarnações, o homem pode acelerar ou atrasar o seu desenvolvimento moral, esta­cionando por mais tempo em mundos mais atrasados ou se empe­nhando por con­seguir merecer viver em condições melhores, exata­mente como no exemplo citado no final do capítulo quatro sobre o trem que a pessoa pode decidir pegar. Enquanto em mundos mais atrasados como a Terra, ainda de expiação e provas, os vagões do trem chacoalham por cami­nhos acidentados, em marcha lenta, nos mundos mais evoluídos é como andar num trem bala deslizando célere por trilhos magnéticos, dispondo de todo conforto e tecnologia.


Cada espírito é uma individualidade ligada à Deus através da fusão pes­soal com o Espírito Santo. A consciência individual, a mente de cada es­pírito, está conectada com Deus. Sendo assim, antes mesmo do espírito formar uma vontade, ou uma idéia ou um simples impulso, Deus já o sentiu e já o sabe (eis Sua onisciência). É dessa forma que Deus orga­niza a lei de causa e efeito entre bilhões de pessoas na Terra.


O homem é árbitro do seu destino, mas seu destino está subordinado às determi­nações cósmicas, visto que o homem escolhe (exerce seu livre arbítrio) sobre as escolhas oferecidas por Deus no seu dia a dia.


Essa explicação poderia dar a falsa idéia que existe um determi­nismo ou um caminho imutável, como se o homem fosse uma simples marionete no teatro cósmico ou então um pássaro preso nas grades da matéria. Na verdade, é justamente o contrário: Deus concede todos os mecanismos para que o homem desenvolva pelas suas próprias expe­riências toda a sua potencialidade de criação, de amor, de raciocínio, de sentir. Deus convida a todo instante o homem a expandir seus hori­zontes, a abando­nar a gaiola que o limita e alçar vôos cada vez mais altos, em céus cada vez mais belos, a questão é que Deus não pode voar pelo homem, cabe ao homem escolher quando quer voar. Deus convida, abre a gaiola, mostra outros pássaros voando, mostra as bele­zas do céu, mas cabe tão somente ao homem se desapegar do exces­sivo materialismo, deixar de enxergar a matéria como um objetivo e vê-la tão somente como um meio para realizar as experiências depu­rativas necessárias para o pró­prio crescimento espiritual.


Deus fornece as opções de escolha ao homem, proporcionais ao seu merecimento, ou seja, as opções que surgem são fruto de escolhas pas­sadas. O homem constrói então seu próprio destino e as opções futuras sobre as quais exercerá suas escolhas. Só existe uma determi­nação: evolução constante. Todos nasceram pra brilhar, Deus organiza suas leis para motivar a nossa vontade de nos tornarmos pessoas mo­ralmente melhores a cada dia e de trabalharmos pra isso.


Não existem fatalismos, acasos ou caos na gestão divina, Deus é o su­premo juiz, justo e misericordioso. Ele não joga, mas fiscaliza ple­na­mente e perfeitamente todos os “jogadores”, não permitindo injusti­ças ou impunidades, pois executa a plena retificação através da lei de causa e efeito, nessa ou em encarnação futura.


Outra questão muito importante que podemos observar ultimamente é o grande número de tragédias coletivas que vem acontecendo na humani­dade. Tsunamis que levam milhares de pessoas, atentados, como o das torres gêmeas, muitos desencarnes coletivos ocorrendo com cada vez mais freqüência e intensidade nos últimos anos. Esses fenômenos são estudados no âmbito da espiritualidade como prova­ções coletivas ou provas coletivas.





As provações coletivas são os eventos onde a justiça divina agrupa es­píritos que possuem uma karma negativo semelhante. Vale ressaltar, por exemplo, no caso dos tsunamis, que nem todas as pessoas mortas nesses eventos estavam resgatando karmas, assim como no caso de outros desastres, como quedas de aviões ou acidentes de trânsito com várias vítimas. Muitas vezes o espírito é retirado do corpo físico por am­paradores espirituais (anjos) momentos antes do choque ou do acidente em si, não sofrendo qualquer impressão do ocorrido, muitas vezes acor­dando no plano espiritual como se estivesse despertando de um longo sono. Novamente fica claro que não devemos generalizar, pois mesmo nos resgates coletivos temos não só pessoas que morre­ram não por resgatar uma karma, mas sim porque havia chegado sua hora de partir, como também temos de considerar que cada pessoa possui seu karma individual, mesmo num evento de desencarne cole­tivo."




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quarta-feira, 16 de julho de 2014

VELÓRIOS:



Diante do corpo de alguém que demandou a Pátria Espiritual, examina o próprio comportamento, a fim de que não te faças pernicioso, nem resvales pelas frivolidades, que nesse instante devem ser esquecidas.

O velório é um ato de fraternidade e de afeição aos recém-desencarnados, embora continuem vinculados aos despojos, não poucas vezes, em graves perturbações.

Imantados à organização somática, da qual são expulsos pelo impositivo damorte, que os surpreende com o "milagre da vida", não obstante em outra dimensão, desesperam‑se, experimentando asfixia e desassossegos de difícil classificação, acompanhando o acontecimento, em crescente inquietude.

Raras pessoas estão preparadas para entender o fenômeno da morte, ou possuem suficientes recursos de elevação moral a fim de serem trasladados do local mortuário, de modo a serem certificadas do ocorrido em circunstâncias favoráveis, benignas...

No mais das vezes, atropelam-se com outros desencarnados, interrogam os amigos que lhes vêm trazer o testemunho último aos despojos carnais, caindo, quase sempre, em demorado hebetamento ou terrível alucinação...

Em tais circunstâncias medita a posição que desfrutas nos quadros da vida orgânica, considerando a inadiável imposição do teu regresso à Espiritualidade.

Se desejas ajudar ao amigo em trânsito, cujo corpo velas, ora por ele.

No silêncio a que te recolhes, evoca os acontecimentos felizes a que ele se encontra vinculado, os gestos de nobreza que o caracterizaram, as renúncias que se impôs e os sacrifícios a que se submeteu... Recorda-o lutando e renovando-se.

Não o lamentes, arrolando os insucessos que o martirizaram, as aflições em rebeldia que experimentou.

O choro do desespero como as observações malévolas, as imprecações quanto as blasfêmias ferem-nos à semelhança de ácido derramado em chagas abertas.

De forma alguma registes mágoas ou desaires entre ti e ele, os vínculos da ira ou as cicatrizes do ódio ainda remanescentes.

Possivelmente ele te ouvirá as vibrações mentais, sem compreender o que se passa, ou sofrerá a constrição das tuas memórias que acionarão desconhecidas forças na sua memória que, então, sintonizará contigo, fazendo que as paisagens lembradas o dulcifiquem - se são reminiscências felizes - ou o requeimem interiormente - se são amargas ou cruéis - fomentando estados íntimos que se adicionarão ao que já experimentam...

A frivolidade de muitos homens tem transformado os velórios em lugares de azedas recriminações ao desencarnado, recinto de conversas malsãs, cenáculo de anedotário vinagroso e picante, sala de maledicências insidiosas ou agrupamento para regabofes, onde o respeito, a educação, a consideração à dor alheia, quase sempre batem em retirada...

E não pode haver uma dor tão grande na Terra, quanto a que experimenta alguém que se despede de outrem, amado, pela desencarnação.

Sem embargo, o desencarnado vive.

Ajuda-o nesse transe grave, que defrontarás também, quando, quiçá esse por quem oras hoje, seja as duas mãos da cordialidade que te receberão noalém ao iniciares, por tua vez, a vida nova...

Unge-te, pois, de piedade fraternal nas vigílias mortuárias, e comporta-te da forma como gostarias que procedessem para contigo nas mesmas circunstâncias.


Joanna de Ângelis

FONTE: PLANETA AZUL 

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