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terça-feira, 26 de março de 2013

DEIXE DOER....

 

Deixe doer 

Além de procurar um ombro amigo, também é essencial aceitar a dor como um componente do processo e não brigar com ela. “Quanto mais ela é combatida, mais dolorosa fica e mais demora a passar”, ensina o psicoterapeuta Fábio Oliveira, de Belo Horizonte. Para ele, o importante é entendermos que todas as situações que aparecem em nossa vida nos trazem um aprendizado e só nos resta procurar perceber o que aquele momento quer nos ensinar sobre nós mesmos. 

Ao que acrescenta a monja Cohen, fundadora da comunidade Zen Budista, de São Paulo: “Na dor, seja a dor”, recomenda. Segundo ela, esse sentimento é importante para nos mostrar onde está o problema e nos estimular a perseguir o caminho da cura. “Cada obstáculo, dificuldade ou perda é uma porta, uma entrada, uma possibilidade de mudança, um novo encontro.” 
Para a publicitária Marina Durante, nascida em Curitiba, foi exatamente o que aconteceu. Ela se casou com o primeiro namorado, deixou família, emprego e a casa que estava construindo na capital paranaense para acompanhá-lo na mudança para São Paulo. Depois de dois anos de união, meses em crise e diversas ameaças de separação, Marina se deu conta de que ele não a incluía mais em sua vida e estava tendo um caso com outra mulher. Quando Marina resolveu internamente que seu casamento tinha, de fato, acabado e se disponibilizou a experimentar o momento presente, mesmo ainda tendo raiva do ex-marido e medo de se envolver de novo, conheceu Rafael. Em pouco tempo os dois começaram a namorar e ele, que era do Rio de Janeiro, se mudou para São Paulo para ficar mais perto dela. Em seis meses foram morar juntos e, em janeiro deste ano, comemoraram o teste de gravidez positivo. 
Cristiana Guerra também colheu frutos positivos de sua história. Em novembro do ano passado, lançou o livro Para Francisco (editora Arx). Nele, reúne os posts do blog e alguns textos inéditos e quer que mais pessoas conheçam sua história e se deliciem com ela. Ao mesmo tempo, a publicitária entende o lançamento como o fechamento de um ciclo. “Não vou ficar falando sobre esse assunto para sempre, agora vou falar de outras coisas.” Com sua atitude, ela seguiu outra regra importante da monja Cohen: tem uma hora que é preciso desapegar da dor, deixar que ela vá embora e voltar a sorrir para a vida. 

Amadurecer 

A boa notícia é que, à medida que acumulamos experiências, é possível que fique mais fácil lidar com as inevitáveis perdas. Mais do que maturidade, o psicoterapeuta Fábio Oliveira chama isso de “maturescência”, pois enquanto vivermos estaremos numa longa jornada de amadurecimento e transformação, que consiste em aceitar que tudo, absolutamente tudo, tem início, meio e fim. Marina sabe que seu novo casamento pode não durar para sempre, mas diz que, se já superou uma separação antes, não será isso que irá derrubá-la. No momento, ela não está preocupada com esse assunto e, enquanto espera seu bebê, aproveita para dar valor a cada detalhe de um relacionamento, o que antes lhe passava despercebido. Já Cristiana aconselha: “O hoje é o importante. Viva os bons momentos, porque eles também vão passar”. 
Thays Prado

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