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terça-feira, 26 de março de 2013

A MORTE AOS OLHOS DAS CRIANÇAS:

 

A morte aos olhos das crianças 
Como lidar com a perda de um ente querido sem traumatizar os mais novos 
Explicar a uma criança ou adolescente que nunca mais poderá voltar a ver e a estar com uma pessoa que lhe é querida pode ser um dos desafios mais difíceis de enfrentar para um adulto. 

A situação complica-se se o nível de afetividade e de proximidade for muito elevado. No entanto, o suporte afetivo e a serenidade dos familiares mais próximos ou amigos são os pilares imprescindíveis para ajudar as crianças a ultrapassar o luto. Com a ajuda de dois especialistas em comportamento e saúde infantil, veja como servir de exemplo num momento tão duro como a morte. 

Enfrentar a verdade 
Convictos de que ajudam as crianças a lidar com a perda eterna de um familiar ou amigo próximo se lhes ocultarem a verdade, muitos adultos optam por fantasiar a ideia da morte aos mais novos. Uma opção errada, na opinião dos especialistas, que defendem o confronto com a verdade. 
Como sugere a psicóloga especializada em desenvolvimento infantil Lidia Weber, «quando comunicar que alguém morreu, diga à criança o que sente e procure não lhe esconder as suas emoções. Ocultar sentimentos e manifestações de dor pode levar a criança a desvalorizar a própria morte». 
«É através da observação do que os adultos sentem ou pensam a respeito da morte que a criança compreenderá o seu significado», explica a especialista. 

Evite fantasiar 
Criar metáforas para explicar a perda de alguém pode despoletar receios e sentimentos errados. «As figuras de estilo, tais como ele viajou, foi para o céu, está a dormir para sempre, só confundem a criança, pois ela pode interpretar à letra o que lhe é dito e começar a ter medo de que uma pessoa, quando vai viajar, dormir ou descansar, possa morrer. 
Jamais esconda o motivo que levou a pessoa à morte, pois a criança pode fantasiar ou mesmo sentir-se culpada», avisa a terapeuta. 
Lídia Weber garante que a atitude mais assertiva é «responder a todas as perguntas colocadas, pois é a única forma de a criança juntar os factos para interpretar o que é a morte». 

Da mesma forma que não deve pensar, continua a especialista, «que ela é insensível, se ao saber que a avó morreu perguntar, por exemplo, se já não terá quem a leve ao parque aos domingos, pois, para a criança, o concreto é a presença ou ausência dessa avó e o que fazia». 
«Fale e deixe a criança falar e perguntar o que quiser. Use palavras simples e frases curtas. Uma das possibilidades para explicar a morte é dizer à criança que todos, pai, mãe e até ela mesma, um dia irão morrer, que temos apenas uma vida». 
Parte doTexto: Fátima Lopes Cardoso com Paulo Oom (pediatra) e Lídia Weber (psicóloga especializada em desenvolvimento familiar) 

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