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domingo, 26 de julho de 2015

A MORTE NÃO MODIFICA NINGUÉM....



Trilhas da Libertação

Manoel Philomeno de Miranda

(Parte 31)

Continuamos a apresentar o estudo metódico e sequencial do livro Trilhas da Libertação, obra de autoria de Manoel Philomeno de Miranda, psicografada por Divaldo P. Franco e publicada em 1995.

Questões preliminares

A. É correto dizer que a morte não modifica a ninguém, apenas nos transfere a outra dimensão?

Sim. Os fatos demonstram que o fenômeno da morte, ao libertar o Espírito das amarras carnais, apenas o transfere de uma para outra dimensão, preservando-lhe os valores, positivos ou negativos, com os quais se houve no mundo.(Trilhas da Libertação. Noite de Angústias, pp. 249 a 251.)

B. Que ocorre então ao Espírito cuja conduta na derradeira existência não primou pela correção e pela honestidade?

Deparando-se com a própria realidade, ele permanece errático, associando-se a outros com os quais se afina, formando assim, qual ocorre entre os homens, hordas e legiões perniciosas. Quando algum deles se dá conta da própria situação, caindo em si e decidindo pela mudança de comportamento, Benfeitores diligentes que o assistem, sem que o saiba, acorrem a auxiliá-lo, recambiando-o para outro campo vibratório no qual se reeduca, reconsidera atitudes e reprograma o futuro. Permanecendo na rebeldia, na insensatez, na ociosidade, além de perturbar-se em longo curso, torna-se vítima de sicários mais impenitentes que o exploram e o utilizam para fins hediondos, até o momento em que luz a divina misericórdia e a expiação o reconduz ao processo reencarnatório, que o irá depurar. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 249 a 251.)

C. Embora o livre-arbítrio seja apanágio do Espírito, há momentos em que, para evitar um mal maior, pode ser ele cerceado?

Sim. Pelo menos é o que se deu no caso de Estefânio, o hábil mistificador, que enganou o médium Davi. Ao se ver descoberto, ele começou a exigir: “Libertem-me. Sou peixe miúdo na sua rede. Não tenho valor. Apenas cumpro meu dever, obedecendo ordens superiores, poupando-me problemas”. Muito calmo, Fernando lhe respondeu: “Bem o sabemos. Conhecemos pessoalmente a organização a que você pertence e temos interesse em contatar com os seus chefes, especialmente com o Soberano”. E, em seguida, acrescentou: “Mesmo que o nosso Davi resvale na alucinação que vitaliza, e para a qual o amigo contribuiu, não mais lhe terá acesso à hospedagem mental nem acompanhará o desenrolar dos acontecimentos em pauta. Momento chega, no qual cessa o livre-arbítrio individual e se expressa a Lei. Toda liberdade tem limite e este é a fronteira do direito, da alheia liberdade, sem o que se abrem os fossos da libertinagem, do desvario. Você e os nossos irmãos, seus servidores, ficarão aqui detidos, para posterior remoção, no momento hábil”. (Obra citada. Noite de Angústias, pp. 251 a 253.)

Texto para leitura

121. A morte a ninguém modifica, apenas nos transfere para outra dimensão – O irmão Ernesto meneou a cabeça, contristado. Agora, o dr. Hermann era tomado por mistificador! Como as pessoas veem apenas o que querem, o que lhes apraz e convém! Como não se deve violentá-las, para que despertem para a consciência de si mesmas, a única alternativa é amá-las, deixando-as livres para que aprendam mediante as próprias experiências. No momento em que dr. Carneiro, utilizando-se da energia peculiar aos Espíritos Nobres, afastou o comensal da perturbação, surpreendendo-o, Fernando envolveu a citada Entidade em contínuas descargas fluídicas, impedindo-a de fugir do recinto. A mesma providência foi tomada em relação aos seus acompanhantes, que passaram a exteriorizar significativo receio na face. Esses Espíritos haviam sido recrutados entre as hordas de ociosos e vadios da Erraticidade inferior. Utilizados pelo Soberano das Trevas, eram eles, de certo modo, intimidados por outros sicários que os exploravam, ameaçando-os de punições cruéis nas regiões inditosas. Ignorantes da realidade espiritual e destituídos de valores morais, vagavam na inutilidade, esfaimados de energias e enfermos, até serem arregimentados por aqueles que os submetiam e exploravam. Colhidos então na própria armadilha, eles receavam os próximos acontecimentos, que desconheciam. O fato é que o fenômeno da morte, ao libertar o Espírito das amarras carnais, apenas o transfere de uma para outra dimensão, preservando-lhe os valores, positivos ou negativos, com os quais se houve no mundo. Deparando-se com a própria realidade, permanece errático, associando-se a outros com os quais se afina, formando assim, qual ocorre entre os homens, hordas e legiões perniciosas. Quando algum deles se dá conta da própria situação, caindo em si e decidindo pela mudança de comportamento, Benfeitores diligentes que o assistem, sem que o saiba, acorrem a auxiliá-lo, recambiando-o para outro campo vibratório no qual se reeduca, reconsidera atitudes e reprograma o futuro. Permanecendo na rebeldia, na insensatez, na ociosidade, além de perturbar-se em longo curso, torna-se vítima de sicários mais impenitentes que o exploram e o utilizam para fins hediondos, até o momento em que luz a divina misericórdia e a expiação o reconduz ao processo reencarnatório, que o irá depurar. (Noite de Angústias, pp. 249 a 251.)

122. Davi vai armado para o leilão no elegante clube – Estefânio, o hábil mistificador, recobrando-se do choque, começou a exigir: “Libertem-me. Sou peixe miúdo na sua rede. Não tenho valor. Apenas cumpro meu dever, obedecendo ordens superiores, poupando-me problemas”. Muito calmo, Fernando esclareceu: “Bem o sabemos. Conhecemos pessoalmente a organização a que você pertence e temos interesse em contatar com os seus chefes, especialmente com o Soberano. Ocorre, porém, que nos encontramos investidos de relevantes compromissos morais e não dispomos de tempo para malbaratá-los com irmãos iludidos, como você, que se atribuem direitos a que não fazem jus, estejam ou não a serviço de quem quer que seja. Desse modo, encerraremos hoje estes capítulos de perturbação e mentira que você tem experienciado. Mesmo que o nosso Davi resvale na alucinação que vitaliza, e para a qual o amigo contribuiu, não mais lhe terá acesso à hospedagem mental nem acompanhará o desenrolar dos acontecimentos em pauta. Momento chega, no qual cessa o livre-arbítrio individual e se expressa a Lei. Toda liberdade tem limite e este é a fronteira do direito, da alheia liberdade, sem o que se abrem os fossos da libertinagem, do desvario. Você e os nossos irmãos, seus servidores, ficarão aqui detidos, para posterior remoção, no momento hábil”. (A arrogância de Davi e o seu desequilíbrio alcançaram o patamar do absurdo quando ele passou a andar armado, como providência contra assaltantes ou inimigos, pelos quais se dizia perseguido. Assim pensando, ele intentou e conseguiu autorização para portar revólver, considerando as viagens que fazia e os riscos a que, segundo afirmava, estava submetido.) Como foi dito, Davi e Adelaide tinham um compromisso no clube. Assim, após os cuidados com a aparência, ele tomou da pistola e colocou-a no coldre, à cinta. Em seguida, dirigiu-se no seu automóvel ao luxuoso local onde haveria o leilão, seguido de um jantar. Com a saída do casal, o dr. Carneiro e o irmão Ernesto assumiram a responsabilidade de conduzir Estefânio e seus sequazes para o posto operacional, onde a bondade do irmão Vicente cedera as instalações a cooperadores hábeis para o ministério em desdobramento. Como naquela noite não havia reunião normal na Casa, o tempo foi reservado para as atividades de que participariam Fernando e Miranda. Os Espíritos vinculados às trevas foram então ali instalados no posto. Alguns deles, porém, temerosos de punições, crendo que Fernando e seus cooperadores pertencessem a algum grupo poderoso, adversário do Soberano, prorromperam em pranto angustiante, suplicando piedade e ajuda. (Noite de Angústias, pp. 251 a 253.)

123. Vicente faz-se visível irradiando intensa luz e os sicários têm medo – Havia em alguns deles sincero desejo de recuperação, o que facultou a enfermeiros diligentes separá-los dos demais – que os menoscabavam com expressões chulas –, a fim de prestar-lhes conveniente assistência. Os outros aguardariam as diretrizes compatíveis que lhes seriam sugeridas. Nesse comenos, o abnegado Vicente foi informado de que Raulinda, aturdida e magoada, diante da reação do adversário em processo de reencarnação e sitiada psiquicamente por outros membros do clã do Soberano das Trevas, programava-se para o suicídio. Dr. Carneiro e Miranda seguiram assim com Vicente, enquanto os demais cuidariam dos pacientes trazidos da casa de Davi. No lar de Raulinda, os companheiros depararam com um espetáculo deplorável. Tomada de pavor e revolta consigo mesma, a médium estava cercada por Espíritos perversos e zombeteiros que a crivavam de acusações cruéis, gerando um psiquismo pestífero, venenoso. O reencarnante, por sua vez, lutava para romper o liame magnético que o atava ao zigoto. Atemorizada, Raulinda decidiu tomar determinado veneno que possuía em casa. Muito embora convidada a orar, pela avó desencarnada, que a assistia, a jovem não buscara a oração. Foi por isso que, ante a ameaça do pior, a veneranda senhora recorrera a Vicente. Os bulhentos perturbadores não perceberam quando dr. Carneiro, Vicente e Miranda chegaram, e continuaram no cerco infeliz. Dr. Carneiro passou então a aplicar energias que pudessem dissolver a tela vibratória sombria que asfixiava a pobre mulher, enquanto Vicente, pondo-se em oração, lentamente fez-se visível, aureolando-se de safirina luz que se foi intensificando até iluminar todo o recinto. Os Espíritos perturbadores ficaram confusos com o que viam. Uns saíram em disparada, mas outros, vinculados ainda aos hábitos religiosos do passado, ajoelharam-se, exclamando: “É um anjo de Deus! Misericórdia!” O sereno Mentor, finda a prece, respondeu-lhes: “Sou apenas vosso irmão, que vos vem clarear as trevas da ignorância e despertar-vos para as responsabilidades esquecidas. Vede, a pobre jovem a quem aturdis é nossa irmã que se inicia no sagrado mister da maternidade. Certamente, não escolheu a maneira ideal para isso, porém necessita alcançar o cometimento para o próprio, como para o bem do filhinho que irá renascer. Deixai-a e ide, vós também, em paz”. (Noite de Angústias, pp. 253 e 254.)

124. Com a proteção espiritual e a prece, Raulinda volta à normalidade– Havia tal vibração de amor e de ternura nas palavras de Vicente, que eles suplicaram: “Ajudai-nos e tende piedade de nós, anjo do Senhor! Estamos perdidos, agoniados, em desespero. Que fazer?!” Ele respondeu: “Orai, reconsiderai vossos atos, através de sincero arrependimento e abri-vos ao Bem. Emissários divinos virão em vosso auxílio, tão logo permaneçais nos superiores propósitos de elevação, de reequilíbrio. Ide e confiai. Não vos faltarão socorros. Tende ânimo!” Comovidos, alguns abraçados a outros, os bulhentos arrependidos abandonaram o recinto. “Deus vos abençoe!”, exclamou o venerável Guia, cuja elevação espiritual podia ser percebida ali, embora sempre se apresentasse humilde e discreto, uma característica essencial dos Espíritos Nobres, que nunca se ensoberbecem, tampouco se subestimam ou se autodesconsideram. Logo que as energias vigorosas do dr. Carneiro de Campos conseguiram romper a estranha rede que apertava Raulinda, a jovem respirou aliviada e começou a reflexionar melhor. Dando-se conta do perigo que a cercava, ela correu ao banheiro e derramou o veneno, libertando-se do crime ameaçador. Pranto espontâneo dominou-a, então, sem desespero. Dr. Carneiro dirigiu-se em seguida ao reencarnante em tom paternal e admoestou-o com ternura, demonstrando-lhe a providencial oportunidade para reparação dos débitos, por parte da futura mãezinha, e apaziguamento dos conflitos que o maceravam. Afinal, todo perseguidor é alguém em si mesmo molestado, infeliz, sem discernimento, envenenado pelo ódio sandeu, sem rumo nem diretriz. Nesse comenos, Raulinda lembrou-se d’ O Evangelho segundo o Espiritismo, de Kardec, e, depois de orar, abriu-o e leu comovidamente. A médium voltava à normalidade, desde o desagradável acontecimento do consultório. Recobrava o ânimo e a coragem para enfrentar os desafios resultantes do passo equivocado, sem tombar em gravames maiores. Vicente utilizou-se do momento em que ela se deteve a meditar na página lida, e inspirou-a, convidando-a à reflexão, à mudança de atitude para melhor, definitivamente. Ela captava nos refolhos d’alma a palavra segura e severa do Mentor, predispondo-se a uma nova conduta. Abria-se, desse modo, para a sua atual existência um capítulo novo, libertador, conduzindo-a no rumo da felicidade. O Bem atuante, aceito, venceu o mal transitório, desagregador. A sua e a existência próxima do filhinho teriam agora o seu curso normal. Evidentemente, os últimos acontecimentos foram levados ao Soberano das Trevas, que tomou novas e formidandas providências, resolvendo-se por aceitar o repto da equipe dirigida pelo dr. Carneiro. E a melhor maneira de realizar esse enfrentamento seria através de quem mais facilmente lhe acolhesse as insinuações. Fernando conseguira infiltrar-se nos seus labirintos, tomando conhecimento das suas técnicas e armadilhas, pois para isso viera com o venerável médico baiano. (Noite de Angústias, pp. 255 a 257.) (Continua no próximo número.)

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