“Mães Sem Nome” – Conheça esta missão de vida
“Porque quando você perde os pais você fica órfão, quando perde o marido você fica viúva… quando perde um filho, não há nome no dicionário para qualificar esse seu novo status quo”
Quando criei o “Mães Sem Nome”, grupo de ajuda à mães enlutadas, não tinha noção da missão que teria pela frente.
O que seria uma simples “fan page”, tornou-se um trabalho de grande responsabilidade.
Passava horas conversando com mães de várias partes do Brasil e do exterior (como Portugal, França, Austrália e até a China) tentando entender essa dor que dizem ser a maior dor do mundo.
O alcance das nossas mensagens ultrapassaram todas as minhas expectativas.
Trocava experiências com as mães da Boate Kiss, do Massacre de Realengo e dos deslizamentos de terra na região serrana.
E assim eu ia conhecendo: Christina Fabbri, que teve seu filho torturado pela babá até a morte, Myrian Vogel, mãe da modelo Fernanda Vogel, Sandra Ronca, que perdeu seu filho com uma bala perdida no Clube Federal, Maria Helena Daniel mãe de um policial assassinado e muitas outras mulheres que marcaram a minha vida para sempre. Não caberia aqui a lista completa.
Inúmeros casos de suicídios, acidentes de motos, brigas de gangs, drogas… Jovens que partiam e deixavam famílias dilaceradas.
A mãe que perde um filho, ganha uma dor que vem para ficar.
É um emaranhado de saudade e melancolia que pode se perpetuar se ela não receber um acolhimento terapêutico.
Descobri rapidamente que o luto é ainda um tabu. Falar de morte é, fundamentalmente, falar de vida! Mas as pessoas evitam o assunto.
Aprender a lidar com essa dor e, sobretudo, falar sobre ela é o objetivo deste trabalho.
Hoje, não estou mais sozinha. O “Mães Sem Nome” tem uma diretoria de 12 mães que se responsabilizam pelos núcleos que criamos dentro do grupo.
Estamos crescendo e ouso dizer que somos empreendedoras sociais. Somos um conjunto de mulheres trabalhando em prol de um só objetivo que é o de adotar as mães que chegam em sofrimento e acompanhá-las durante a sua recuperação.
Trabalhamos por uma sociedade mais sensível ao sofrimento alheio. Mesmo sabendo que não há lugar para tristeza no mundo atual. Mas olhar para o outro é um ato de generosidade que precisamos disseminar.
Nosso núcleo de psicologia criou uma rede solidária de psicólogos e, em breve teremos grupos de terapia sobre a orientação de psicólogas que são também mães enlutadas. Organizamos palestras sobre o tema, eventos de confraternização e temos parceiros muito importantes, como o “Viva Rio” e a “Universidade IBMR de Psicologia”.
Queremos nos tornar uma referência para famílias que precisam deste tipo de ajuda e para isso estamos, juntas, trabalhando diariamente para levar consolo a quem precisa.
No próximo dia 30, às 18h30, faremos a palestra “Reflexões sobre a morte e o morrer: o lugar do luto na sociedade contemporânea”, na Universidade IBMR-filial de Botafogo, Praia de Botafogo, 158.
Com a participação das psicólogas, Fatima Geovanini, Ligia Py e Danielle Ruppert.
A mesma palestra acontecerá também no dia 31/10, às 10h30, no IBMR, filial da Barra da Tijuca.
Marcia Noleto
Fundadora do “Maes sem nome”
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