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domingo, 23 de abril de 2017

DESENCARNE DE ENTES QUERIDOS (mude sua visão sobre a morte)





Quando a morte ceifa nas vossas famílias, arrebatando,
sem restrições, os mais moços antes dos velhos, costumais
dizer: Deus não é justo, pois sacrifica um que está forte e
tem grande futuro e conserva os que já viveram longos anos
cheios de decepções; pois leva os que são úteis e deixa os
que para nada mais servem; pois despedaça o coração de
uma mãe, privando-a da inocente criatura que era toda a
sua alegria.

Humanos, é nesse ponto que precisais elevar-vos acima
do terra-a-terra da vida, para compreenderdes que o
bem, muitas vezes, está onde julgais ver o mal, a sábia
previdência onde pensais divisar a cega fatalidade do destino.
Por que haveis de avaliar a justiça divina pela vossa?

Podeis supor que o Senhor dos mundos se aplique, por mero
capricho, a vos infligir penas cruéis? Nada se faz sem um
fim inteligente e, seja o que for que aconteça, tudo tem a
sua razão de ser. Se perscrutásseis melhor todas as dores
que vos advêm, nelas encontraríeis sempre a razão divina,
razão regeneradora, e os vossos miseráveis interesses se
tornariam de tão secundária consideração, que os atiraríeis
para o último plano.

Crede-me, a morte é preferível, numa encarnação de
vinte anos, a esses vergonhosos desregramentos que pungem
famílias respeitáveis, dilaceram corações de mães e
fazem que antes do tempo embranqueçam os cabelos dos
pais. Frequentemente, a morte prematura é um grande benefício
que Deus concede àquele que se vai e que assim se
preserva das misérias da vida, ou das seduções que talvez
lhe acarretassem a perda.

Não é vítima da fatalidade aquele
que morre na flor dos anos; é que Deus julga não convir
que ele permaneça por mais tempo na Terra.

É uma horrenda desgraça, dizeis, ver cortado o fio de
uma vida tão prenhe de esperanças! De que esperanças
falais? Das da Terra, onde o liberto houvera podido brilhar,
abrir caminho e enriquecer?

Sempre essa visão estreita,
incapaz de elevar-se acima da matéria. Sabeis qual teria
sido a sorte dessa vida, ao vosso parecer tão cheia de esperanças?

Quem vos diz que ela não seria saturada de amarguras?
Desdenhais então das esperanças da vida futura,
ao ponto de lhe preferirdes as da vida efêmera que arrastais
na Terra? Supondes então que mais vale uma posição elevada
entre os homens, do que entre os Espíritos bem-aventurados?

Em vez de vos queixardes, regozijai-vos quando praz a
Deus retirar deste vale de misérias um de seus filhos. Não
será egoístico desejardes que ele aí continuasse para sofrer
convosco?

Ah! essa dor se concebe naquele que carece de fé
e que vê na morte uma separação eterna. Vós, espíritas,
porém, sabeis que a alma vive melhor quando desembara-
çada do seu invólucro corpóreo.

Mães, sabei que vossos
filhos bem-amados estão perto de vós; sim, estão muito
perto; seus corpos fluídicos vos envolvem, seus pensamentos
vos protegem, a lembrança que deles guardais os transporta
de alegria, mas também as vossas dores desarrazoadas
os afligem, porque denotam falta de fé e exprimem uma
revolta contra a vontade de Deus.

Vós, que compreendeis a vida espiritual, escutai as pulsações
do vosso coração a chamar esses entes bem-amados
e, se pedirdes a Deus que os abençoe, em vós sentireis
fortes consolações, dessas que secam as lágrimas; sentireis
aspirações grandiosas que vos mostrarão o porvir que o
soberano Senhor prometeu.

– Sanson, ex-membro da Sociedade Espírita de Paris (1863)

-fonte: O Evangelho Segundo o Espíritismo, cap. V
Perda de pessoas amadas. Mortes prematuras —

Irmãos da Nova Era Espírita

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